Ou “O descabaçador em Ação”; Ou: "De como duas mulheres inteligentes logram e castigam um velho tarado"
MILTON MACIEL
Extraído do livro LOLITA DE ARACAJU, A Mais Jovem
Dona de Bordel do Mundo - MILTON MACIEL – Idel – SP
(Este livro é LEITURA PARA ADULTOS. Aos excertos publicados no Facebook e Grupos aplico uma ‘censura’ prévia, amaciando palavras ou eliminando trechos. No blog, o texto é igual ao do livro)
Final da 5a. parte
Na manhã do dia seguinte,
Alcebíades acordou de vez, lépido, quase sóbrio, como há muito não usava
acordar. Também, depois de uma aventura dessas, acordar ao lado daquela beldade
e, ainda por cima, saber que havia conquistado mais aquele cabaço superior,
fantástico... Ah, era demais!
Para sua estranheza, Lolita não
estava na cama. Procurou pelo relógio de pulso, encontrou-o sobre o criado
mudo: nove e dez! Aí seus olhos caíram sobre a cena apoteótica do seu triunfo:
sangue, muito sangue, sangue por toda parte. A mancha na cama era
inconfundível, no lugar certo, no tamanho certo. Exultou. Aí olhou para si
próprio e viu a cueca manchada. Arriou-a um pouco, viu o sangue em seu próprio
membro, sentiu-o pegajoso. Vitória!!
6a. PARTE
Com os ruídos que fez, atraiu a
presença de Zezé, que pediu desculpas por entrar assim, sem pedir licença. O velho quis logo saber onde estava a menina,
estava louco para dar um reforço nos trabalhos de abertura. Foi quando Zezé o
surpreendeu:
- Que feio, doutor Alcebíades! O senhor bebeu demais e não se controlou.
Foi muito grosseiro com a menina, uma criança virgem, o senhor sabia muito bem.
Foi entrando com tudo, forçando a bichinha que se assustou com o tamanhão da
sua estrovenga. Valha Deus, doutor! Pelo que menina me falou, chorando, o
senhor deve ser mais um jegue do que um homem. Estropiou toda a coitadinha,
veja só a sangueira que ficou. E o senhor precisava ver na pobrezinha, então. A
xoxotinha pequena, miudinha, toda arrebentada, sangrando de pingar.
Para o velho descabaçador,
aquilo era música para seus ouvidos. Música pura, puro deleite!... O cabaço de
uma mulher tão linda, seguramente a mais bonita de todas que já descabaçara em
toda sua longa vida – rompido com requintes de força de um verdadeiro macho.
Aos setenta e três anos ainda era capaz de invadir um xibiu com toda a força,
romper a resistência do hímen com uma única e certeira estocada! Que pena que
estava tão bêbado que não conseguia mais lembrar de nada. A menina devia ter
gritado, esperneado, tentado se fechar. Ah, imaginava o grito maior, na hora da
entrada triunfante. Como ele adorava esse grito, o canto do cisne do cabaço, como o apelidara há muito tempo.
Alcebíades estava
verdadeiramente feliz, olhava e voltava a olhar as manchas vermelhas no lençol
e na cueca. Que macho! Melhor do que qualquer desses machinhos de merda de
vinte anos, que viviam alardeando sua potência e fazendo troça de homens da sua
idade. Ah, se eles pudessem ver Alcebíades agora, na apoteose, cruzando o arco
do triunfo no quarto de Zezé!!
Lembrou-se então que Zezé o
estava olhando com ar de censura, pensou que devia fingir preocupação com a mocinha:
– Dona Zezé, me perdoe. Eu não sou assim, violento. Até que sou bem
delicado com as meninas. Foi a bebida, a senhora sabe. E a senhora tem parte da
culpa, me deixou beber demais. Traga a menina aqui que eu quero pedir desculpas
– e a simples idéia de rever Lolita deu-lhe uma crispação nos bagos, sentiu que
o herói ia levantar de novo, teve que sentar na cama para disfarçar.
Mas Zezé disse, com expressão
muito séria:
– Só se eu for buscar a pobrezinha no pronto-socorro, seu... seu
malvado!
– Pronto-socorro? Mas como assim,
dona Zezé?
– Para o senhor ver. A bichinha ficou tão estropiada que, de
madrugadinha mesmo, eu tive que arranjar um taxi e levar a coitadinha para lá,
para costurarem o estrago que o senhor fez. A médica de plantão não queria
acreditar, queria saber quem foi o monstro que fez aquilo, achou que fosse um
caso de estupro. Não me deixaram entrar. Aí lavraram – a doutora disse que é
obrigação do hospital, em caso de abuso de menor de idade como esse – um
boletim de ocorrência policial.
– O que?! – Alcebíades levantou– se com um pulo.
– Isso mesmo, doutor. Tem um homem da polícia que fica lá, de plantão,
para registrar coisas assim, diz que é a lei. Aí veja só o azar de eu não poder
entrar com a menina. Pois os homens e a doutora apertaram a coitadinha e ela,
na maior inocência, falou o nome de quem tinha feito o serviço nela. Falou o
seu nome, doutor, inteirinho. Aí, eles vieram com o papel para mim, queriam que
eu assinasse de testemunha contra o senhor, doutor, veja só!
– Meu Deus! Mas que barbaridade, eu nunca tive problema desse tipo com
polícia, e olhe que eu já... – e achou melhor parar por ali.
– Eu sei, doutor. Mas é que a menina é muito novinha, muito boba, para
ela o que a gente fez é normal. Então ela contou – diz que contou rindo – que o
senhor pagou, para ela e para mim – para
mim, doutor! – para comer o cabaço dela. Aí é que a coisa complicou de vez,
seu Alcebíades. Eu, a tia... Me chamaram de cafetina.
E o senhor, doutor, eles disseram que o senhor era réu de um negócio de nome
estranho. Deixe ver se eu consigo lembrar. Algo assim, acho que é isto: corrupção de menor. Falaram também de indução à prostituição, diz que é crime
brabo, para o senhor e para mim também. E diz que a bronca pior é para o senhor, o tal
do estupro, tirar o cabaço da menor à
força.
– À força?! Mas eu paguei e ela concordou, Dona Zezé. A senhora é
testemunha.
– Pois aí é que está o maior problema, doutor. Ela falou que ficou com
medo do seu tamanhão, que não queria mais, que chorou, implorou e gritou. Mas
que o senhor estava muito bêbado, bateu nela e prendeu os braços dela. E depois
entrou nela com toda a violência, à força. A doutora testemunhou que aquilo foi
obra de um selvagem. A coisa ficou
preta para o nosso lado, doutor.
O velho Alcebíades desabou,
começou a tremer e a chorar como criança:
– Estou perdido, desgraçado! O que vai ser de mim? Vão querer me
prender! E vai dar nos jornais, nas rádios, na TV. Eu vou aparecer como um
bandido. Mas o que foi que eu fiz para merecer uma coisa dessas, meu Deus?!
Nessa hora, em que pese ter que
manter a expressão de susto e consternação, Zezé riu satisfeita por dentro. E
pensou: O que é que você fez, cafajeste?
O que é que você fez?!!! Mas você ainda tem coragem de perguntar, seu
ordinário? Pois não chega tudo o que você aprontou com tantas e tantas
famílias, até suicídio você provocou, seu animal sem alma, que eu estou
sabendo!
CONTINUA
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