Milton Maciel
Mas menos de 20% dos casos são resgistrados!
São Paulo - É cruel. Diariamente, de 10 a 12 mulheres - de todas as idades - dão entrada no Hospital Pérola Byington, na região central de São Paulo, vítimas de violência sexual. As estimativas mostram que três ou quatro casos são de estupro. A cada semana, pelo menos três mulheres que engravidaram após serem vítimas desse tipo de violência fazem aborto legal no hospital. Cerca de 40% das que são submetidas à cirurgia têm entre 10 e 17 anos, segundo dados da instituição.
Para especialistas, a realidade que não consta dos dados oficiais é muito pior. Oficialmente, ocorreram, em 2006 (!), 2.560 estupros no Estado (1 a cada 4 horas), sendo 312 na capital, 236 na Grande São Paulo e os demais no interior, de acordo com a Secretaria Estadual da Segurança Pública. Mas especialistas estimam que, para cada caso de violência conhecido, entre cinco e seis mulheres guardam segredo. "Só contei para minha melhor amiga e agora para você. Estou muito envergonhada, afinal já sou até avó. Também me sinto culpada porque justamente naquele dia estava usando um vestido preto curto. Só lembro daqueles olhos, que pareciam do demônio", contou Sônia (nome fictício), de 40 anos, violentada há dois meses. Com um estilete, o criminoso a dominou. Moradora em um bairro periférico da zona oeste, ela não consegue mais sair de casa.
fonte:http://www.antigo.religiaoeveneno.org/viewtopic.php?f=1&t=11598
E mais:
RIO – Pesquisa realizada
no Hospital Pérola Byington, em São Paulo, referência no tratamento de mulheres
vítimas de violência sexual, mostra que 43%
dos atendimentos diários se referem a meninas com menos de 12 anos que engravidaram depois de estupro. É o que mostra reportagem de Maiá Menezes e Tatiana Farah, publicada
na edição desta segunda do jornal O GLOBO. No ano passado, cerca de 3.050
abortos previstos em lei, em mulheres de todas as idades, foram realizados no
país, segundo dados do Datasus. ( Miriam Leitão: menina de Recife lembra o
quanto a luta da mulher será longa )
De acordo com a
reportagem, a maioria das mulheres ouvidas pela pesquisa se diz contrária ao
aborto. Mas as vítimas mudam de posição quando a gestação é fruto de estupro.
Nenhuma delas afirma ter se arrependido da opção pelo aborto legal.
No Dia Internacional da Mulher,
a história da menina pernambucana de 9 anos que se submeteu a um aborto de gêmeos depois de estuprada pelo padrasto
foi relembrada. Em São Paulo, manifestantes defenderam o direito ao aborto e
cobraram o fim da violência , em passeata que reuniu cerca de duas mil pessoas.
Militantes de movimentos sociais, sindicatos e
partidos políticos carregaram cartazes em protesto contra o arcebispo de Olinda
e Recife, Dom José Cardoso Sobrinho, que excomungou a mãe e os médicos que
interromperam a gravidez da menina estuprada pelo padrasto. “Se o Papa fosse mulher, o aborto seria legal” era uma das frases do ato.
Nenhum comentário:
Postar um comentário