terça-feira, 28 de junho de 2016

ABANDONADO  
MILTON MACIEL

   Do outro lado nenhuma resposta. Mandou um sinal pela torre, aflito. Nenhuma resposta também. Então uma idéia passou-lhe rapida-mente à consciência e ele deitou a correr em direção à praia, gritando para o pessoal que estaria à espera. Foi uma corrida terrível na noite, errou o caminho na precipitação, perdeu-se da trilha, embrenhou-se em mato mais alto, caiu várias vezes no escuro, uma sensação de perigo e de pânico crescendo a cada metro, um suor frio a tomar conta do rosto e do corpo. Seria possível que...

- Não adianta!  Tarde demais.

   Tarde demais. O escaler era uma pequena sombra que as ondas mostravam e escondiam caprichosamente, delineada contra o halo de luz fantasmagórica da noite oceânica. Tarde demais.

   Estava irremediavelmente abandonado naquele lugar. Uma ilha deserta, confirmara-lhe um dos marinheiros na viagem de vinda, enquanto remavam e tentavam chegar com o escaler à praia. Ali instalariam dois sinalizadores, alimentados por energia solar. Seu trabalho seria justamente o de instalar as placas fotovoltaicas e os acumuladores. Depois, ao cair da noite, ligaria os transmissores e faria os contatos com o navio e com as sondas.

  Os homens passaram o dia fazendo escavações, erguendo os postes das torres, fixando os painéis solares e as caixarias de instrumentação. Os sinalizadores foram instalados a 500 metros um do outro. Ao final do dia, todo o trabalho estava concluído. Restava somente esperar a hora aprazada para começar os testes de contato. Vinte minutos antes ele havia feito os preparativos na primeira torre. Ligou todos os circuitos, fez as leituras de tensão e de forma de onda com os medidores portáteis. Tudo perfeito.

  Às 19 horas em ponto, como combinado, emitiu o primeiro sinal para o navio. A resposta veio imediata, com excelente qualidade de sinal. Pelo rádio portátil recebeu os cumprimentos do capitão. Agora era dirigir-se para a segunda torre, aquela que ficava numa pequena elevação já dentro da pequena capoeira de mata, afastada da praia. Dirigiu-se para lá sem problemas, a vegetação era rala e a lua complementava a luz de sua lanterna especial. Várias vezes percorrera a picada aberta pelos homens durante o dia, procurando memorizar cada detalhe do curto caminho de poucas centenas de metros entre as duas torres.

  O contato da segunda torre com o navio devia ser estabelecido às 20 horas. Por isso rumou calmamente para a torre dois, levando seu equipamento portátil e a grande lanterna. Bem antes das 20 horas já havia testado todos os circuitos e tudo funcionou a contento. Na hora exata, emitiu o sinal para o navio. De novo a resposta instantânea, o sinal límpido, a forma de onda perfeita. Ligou o rádio e se comunicou com o capitão. Enquanto aguardava, pareceu-lhe ouvir um estranho apito na praia. Logo ouviu o que lhe pareceu serem gritos excitados dos marinheiros, mas tratou de se concentrar no que lhe dizia o capitão. E que parecia a coisa mais sem sentido do mundo.

   - Olhe, ficou uma caixa grande aí na praia. É pra você. De minha parte é a garrafa de uísque. Tem água e comida pra um tempo, até você aprender a se virar sozinho. Mandei deixar todo o material das embalagens, vai ser útil, você vai ver. Você é um bom homem, Melles, acho uma sacanagem fazerem isso com você. Se eu pudesse, evitava. Mas... Sabe com é. Eu sou só o capitão, o dono do navio é o Bauermann, ele é que manda. Bom, então adeus. Boa sorte!

  - Capitão! Capitão! Alô, alô, capitão! Alô! Capitão, que quer dizer essa coisa? Que negócio é esse de uísque, de embalagens? Que adeus, capitão?!

   Do outro lado nenhuma resposta. Mandou um sinal pela torre, aflito. Nenhuma resposta também. Então uma idéia passou-lhe rapidamente à consciência e ele deitou a correr em direção à praia, gritando para o pessoal que estaria à sua espera. Foi uma corrida terrível, errou o caminho na precipitação, perdeu-se da trilha, embrenhou-se em mato mais alto, caiu várias vezes no escuro, uma sensação de perigo e de pânico crescendo a cada metro, um suor frio a tomar conta do rosto e do corpo. Seria possível que...

  Sim, seria possível, sim! A horrível verdade surgiu ante seus olhos quando chegou a 50 metros da praia, desembocando da capoeira em um ponto felizmente bem próximo da primeira torre. Não havia mais ninguém à sua espera e o escaler havia sumido. Com o coração aos pulos continuou correndo os últimos metros até tocar a água com os pés, enquanto firmava os olhos em direção ao mar. E aí lhe veio a confirmação monstruosa: oscilando a umas duas centenas de metros da orla, o escaler avançava firme na escuridão em direção ao navio. Abandonado!

-  Não adianta! Tarde demais...

   Deixou-se cair ao chão. A água ia e vinha molhando-lhe corpo e roupas, a cabeça girava-lhe latejando numa dor insuportável. Abandonado... Mas... por quê?!

Bauermann teria mandado que o deixassem ali? As palavras do capitão sugeriam isso. Bauermann. Bauermann...Por quê?

Quando a sensação de desespero começou a passar, Melles observou ao redor até encontrar a caixa. Era uma caixa grande de madeira, tinha vindo com eles no escaler, pensou que contivesse equipamentos. Experimentou a tampa e ele cedeu com toda a facilidade; não estava pregada! Quantos daqueles homens que remaram para a ilha, com ele a bordo do pequeno barco, sabiam que o estavam levando para o fim? Quantos seriam os traidores? Alem de capitão, além do alemão Bauermann....

Iluminou o interior da grande caixa com sua lanterna. Pegou um galão de água e um lata de biscoitos. Melhor deixar para ver o resto do conteúdo de manhã. Precisava poupar as pilhas ao máximo. A lata de biscoitos pareceu-lhe pesada demais. Sacudiu-a e algo lá dentro bateu nas bordas da lata. Sob a pálida luz do crescente, ele enfiou os dedos entre os biscoitos e encontrou outra caixa. Pesada, estranha. Retirou-a, acendeu a lanterna de novo.

Um revolver 38 carregado! Duas caixas de balas. E uma carta. A carta explicava tudo!

Melles, meu velho, descobri esta noite o que iam fazer com você, o cara do rádio me contou apavorado, ouviu escondido a conversa do capitão com o alemão. Eu não acreditei e fiz a idiotice de interpelar o Sertório. Ele mandou me prender na hora. Acho que minha vida não está valendo muita coisa agora. Ainda bem que eu menti pra ele que quem ouviu a conversa com o Bauermann fui eu. Livrei a cara do Lírio, o operador do rádio. E foi a minha sorte. E a sua sorte, cara. Porque o Lírio ficou agradecido e deu um jeito de chegar perto de mim o suficiente para eu falar com ele, numa distração dos guardas.

Como eu disse, acho que vão me apagar, eu agora sei demais. Então pensei que o que eu tenho não tem mais nenhum valor pra mim. Mas pode ter pra você, cara. O Lírio pegou o meu revolver e as balas na minha cabine, conseguiu esconder na lata de biscoitos pra você. Muito filhas da puta esse caras. Duvido que você possa entender o que aconteceu. Pois eu vou te dizer agora. Foi o Bauermann. E aquela vaca da tua mulher, a Laurita. Eles são amantes faz um tempo, agora resolveram se livrar de você. O alemão explicou que eles contam que você morra nessa ilha deserta. Aí inventaram esse papo de instalar umas coisas nesse fim de mundo. Só pra te abandonarem aí.

Olha, meu velho, espero que o revólver e as balas te ajudem a sobreviver. Se defender de animais, de outros homens bandidos como estes daqui, te ajudar a caçar comida. Mas vou te fazer um pedido, um só:

Não gasta todas as balas. Reserva quatro, por favor. Uma pra este filho da puta do Sertório, esse capitão de merda, que vai mandar me apagar. Outra pro alemão Bauermann, é lógico. A terceira, se eu fosse você, enfiava nos cornos daquela vaca da tua mulher, que enfiou eles em você pra valer. A quarta guarde pra você mesmo. Nunca se sabe quando a sorte termina de virar contra a gente sem mais remédio. Aí você estoura seus miolos, que é o melhor que se pode fazer, pra não perder a liberdade.

Um abraço, irmão de desgraça. E boa sorte.
Mendonça.”

Melles tirou quatro balas da caixa de forma automática. Então pensou melhor:

Mendonça, meu amigo, muito obrigado, Deus queira que você se salve. EU vou me salvar, pode ter certeza. Ainda mais com esta tua arma. Eu fiquei tão desnorteado que, quando li que a Laurita estava por trás dessa barbaridade, te juro, pensei em morrer, me matar com o teu revólver. Mas não, companheiro. Nada disso. Eu vou sobreviver. Eu tenho que viver. Para fazer exatamente o que você me pede, camarada, ainda que seja a última coisa que eu faça na vida, não importa quanto tempo demore. Mas vou guardar só três balas. A quarta eu não vou precisar. Mas as três primeiras eu juro pra você que vou entregar pra cada um desses três que desgraçaram a minha vida. De hoje em diante esse vai ser meu único propósito de vida. E, por isso, eu vou sobreviver!




                                                                                                                        

sexta-feira, 24 de junho de 2016

QUATRO ANOS DE BLOG
MILTON MACIEL

24 de Junho, dia de São João. Meu blog MILTON MACIEL ESCRITOR completa 4 ANOS DE VIDA, com mais de 1200 postagens de textos, poesias, contos, crônicas, humor, ensino, músicas e livros meus inteiros. Tem nesta hora (22:09 hs) deste 24-6-2016 exatamente esta estatística: 73231 visualizações de página - 1221 postagens, última publicação em 17/06/2016. Não é muita coisa... mas é coisa muita!

Então devo uma comemoração de aniversário ao blog. Vou fazê-la compartilhando com meus leitores e leitoras uma notícia em primeiríssima mão. HOJE comecei os trabalhos de editoração daquela que creio será A OBRA de não-ficção da minha vida: a série “COMO ESCREVER FICÇÃO”. Cujo primeiro volume, com 288 páginas, fartamente ilustrado, está já no processo de editoração. Ele se chama A ARTE E A TÉCNICA DO ROMANCE. A série é grande e vários outros volumes se seguem a este, como material de estudo do curso “O ESCRITOR PUBLICÁVEL”, que criei em Miami em 2013 e naturalizei brasileiro em 2015.

Nela estou compartilhando tudo o que aprendi fazendo quase 50 cursos para escritores, editores, roteiristas e marqueteiros de livros e e-books nos Estados Unidos, de 2007 a 2014. E os que continuei e continuo fazendo via Internet desde então; não importa em que parte do mundo eu esteja, nunca paro de procurar aprender mais e mais sobre o assunto. Divido com os leitores também minha experiência pessoal como escritor de ficção (9 romances, 3 livros de contos, 4 de poesia, um deles em espanhol) e não-ficção (3 ensaios, 2 livros de divulgação científica (1 em inglês) e 14 de agricultura orgânica). E também como editor e vendedor de livros via Internet e eventos. Está tudo lá, na esperança de ajudar a formação profissional de escritores no Brasil e Portugal e a ensiná-los a se tornarem empreendedores autossuficientes em sua carreira, como eu sou.

Depois de passar os primeiros 4 meses de 2016 escrevendo e editorando meu romance LUA
OCULTA, que foi lançado em 7 de Maio passado com a bagatela de 1088 páginas, acho que agora voltou minha fase não-ficção outra vez. No último dia 10 do corrente mês de junho lancei a segunda edição, muito aumentada, do ensaio de economia feminista “COMO É CARO SER MULHER”. Agora, ainda em Junho, estou trabalhando na editoração do “A ARTE E A TÉCNICA DO ROMANCE”, ao mesmo tempo em que escrevo mais sete capítulos para acrescentar ao meu best sellerA SOPA QUÍMICA, Nossa Alimentação Suicida”, que sai em nova edição no mês de julho.


A musa que me inspirou na longa ficção de “LUA OCULTA” recebeu sua merecida licença-prêmio e os sopros menos cálidos da literatura e da ciência assumiram o comando do resto do ano – quer dizer, pode ser que ela queira voltar, essa incansável, por causa do pessoal de outras terras, mas...

Então é isso. Depois de escrever meu maior ROMANCE, agora fico a escrever SOBRE ROMANCE! "LUA OCULTA" teve1088 páginas. A série "COMO ESCREVER FICÇÃO" vai ter bem mais, com certeza.

Então Happy birthday to you, dear BLOG!

sexta-feira, 17 de junho de 2016

E O PEITO EXPLODE, A COMETER POESIA
MILTON MACIEL

No céu a Lua exsuda calmaria.
A morna brisa, os jasmins perfumam.
Ao longe arpejos de uma guitarra...
Uma alma canta, sofrente cigarra,
Ternas saudades que um amor exumam
E o peito explode, a cometer poesia.

Gementes versos sobem ao infinito,
Lágrimas mornas o papel inundam.
Trêmulas linhas surgem do passado
Compondo canto dolente e derreado.
E, com os versos que na dor se fundam,
Transcende a dor um poema mais bonito.



quinta-feira, 16 de junho de 2016

SEU FUTURO ESQUECIDO ! Ou: De cerveja, pãozinho e bacon
(Ou ainda : De como os fabricantes de cerveja morrem de rir de você)
MILTON MACIEL

Esse título é ambíguo. Eu o desancaria por causa disso no meu curso de formação de escritores, ‘O Escritor Publicável’. Mas acontece que aqui eu estou usando a confusão de propósito. Vamos ver por que razão, falando de cerveja, pãozinho e bacon.

Uma latinha de cerveja tem 350 ml da bebida. Nela 5% em volume é álcool etílico puro. Ou seja, uma lata de cerveja tem 17,5 ml de álcool. Isso equivale também a 140 Kcal em valor energético o que é exatamente o que tem um pãozinho francês de 50 gramas. E o que têm 25 gramas de bacon (2,5 fatias de 10 g). Nossa equação fica assim:

1 lata de cerveja = 1 pão francês = 25 g de bacon

Contudo, 1 lata de cerveja = 17,5 ml de álcool; 
pão e bacon = 0 ml de álcool

A cerveja (cevada) e o pão (trigo) têm em comum um outro problema muito sério: ambos contêm GLÚTEN, a mais terrível proteína para a alimentação humana (No momento eu estou participando de mais simpósio americano sobre glúten, onde 36 médicos e nutricionistas dos EUA, da Europa e da Austrália discutem as últimas descobertas científicas sobre esse grande inimigo oculto, do qual nos tornamos reféns e dependentes desde 10 000 anos atrás. Breve publicarei aqui – e em livro também – o que está sendo apresentado e minhas próprias experiência nesse campo, já em parte relatadas em meu livro “A Sopa Química”, nos capítulos sobre as terríveis lectinas dos grãos).

O bacon tem 77 % de gorduras totais e 27% de gorduras saturadas. Gordura saturada não é necessariamente maléfica e é necessária em pequena proporção diária. O glúten é sempre maléfico, pois não afeta somente os portadores de doença celíaca, mas provoca dezenas de reações adversas dentro do organismo.

Mas nosso assunto hoje não é glúten. É ALCOOL. Continuando com a cerveja, portanto, vamos focalizar quem consome não uma lata, mas uma GARRAFA de cerveja:

1 garrafa de cerveja tem 650 ml. Com 5% de teor alcoólico em volume, temos:

650 ml x 0,05 = 32,5 ml por garrafa; e

1 garrafa de cerveja = 260 Kcal = 1,8 pães franceses = 46 g de bacon

Bem, então agora já podemos passar para o texto que gerou o meu mal intencionado título para este artigo: SEU FUTURO ESQUECIDO. Se eu escrevesse assim:

“Você, seu futuro esquecido”, então todos entenderiam que eu estava querendo dizer algo como  “Você, seu futuro desmemoriado”. Mas eu omiti o “você’ de propósito. E agora vamos descobri por que. Aqui vem um texto publicado na Exame.com: Acompanhe-o com muita atenção, para não vir a se tornar um “esquecido”, não só por aquela ingrata, que pode não querer mais você, mas por causa de seus próprios neurônios, num futuro nada distante:

“MAIS DE DUAS DOSES DE ÁLCOOL ACELERAM A PERDA DE MEMÓRIA”
Exame.com

“Quem consome mais de duas doses de bebida alcoólica por dia pode acelerar a perda de memória em até seis anos, revela um estudo publicado nesta quarta-feira.” Não houve, porém, diferenças em perda de memória, ou funções mentais entre os que não tomam e os que tomam menos de duas doses, ou 20 gramas, por dia, de acordo com as descobertas divulgadas na revista “Neurology”.

(Comentário: Evidentemente este trecho foi escrito por jornalista que não é da área de divulgação científica, porque o parâmetro 20 gramas de BEBIDA alcoólica não quer dizer nada, pois o que importa é o TEOR alcoólico da bebida: 20 gramas de cerveja, vinho, uísque, cachaça, ou absinto, nessa ordem crescente, têm brutais diferenças no conteúdo alcoólico. Mas, a seguir , quando o texto passa a se refere a gramas de ÁLCOOL, aí a coisa fica certa):

“Para o estudo, mais de cinco mil homens de meia-idade foram entrevistados sobre seus hábitos de consumo alcoólico, em três ocasiões durante um intervalo de dez anos. Também foram submetidos a testes cognitivos e de memória em uma idade média de 56 anos. Esses testes foram repetidos duas vezes nos dez anos seguintes.

“Nosso estudo enfoca em participantes de meia-idade e sugere que beber em quantidade está associado a uma queda mais rápida de todas as áreas da função cognitiva nos homens”, disse a autora do estudo, Severine Sabia, da University College London.

As habilidades mentais dos grandes bebedores declinaram entre um ano e meio e seis anos mais rápido do que naqueles que ingeriram menos álcool por dia.

Os homens que beberam 36 gramas de álcool, ou mais, por dia tiveram quedas mais acentuadas em sua memória e funções cerebrais.

Cerca de duas mil mulheres também foram incluídas no estudo, mas não houve entre elas uma amostra significativa de bebedoras. (Fonte: Exame.com)

Ou seja, sobrou pinguço, mas faltou pinguça. Ah, agora você pode entender por que você saiu, hoje, de novo (!) com a calcinhona da patroa, em vez do seu cuecão. Sem maldade, Freud não explica: foi a cerveja que você bebeu a vida inteira, cara! Olha só ela rindo da sua cara, no copo lá em cima.

Mas agora, sem brincadeira, vamos terminar o serviço convertendo essas 36 gramas de álcool em mililitros. Como a densidade do álcool puro (absoluto) é 0,8, basta dividir 36 g por 0,8 e o resultado é: 45 ml ! Ou seja, muito pouco mais do que duas latas de cerveja e ou do que 1 garrafa de cerveja

2 latas de cerveja = 2 x 17,5 ml = 35 ml de álcool
1 garrafa de cerveja = 32,5 ml de álcool

Ou seja, em termos de conteúdo alcoólico que pode danificar neurônios, 2 latinhas ou uma garrafa por dia devem ser vistos como o limite máximo de segurança pra não ficar lelé mais cedo.

Mas...(sempre tem um mas!) se fosse só isso que a cerveja vai fazer no seu organismo, até que dava para você curtir agora e se danar depois. Mas o problema é o que ela está fazendo com seus órgãos JÁ AGORA! Só que isso fica pra outro artigo. Enquanto isso, aproveite e vá tomar sua cervejinha. Afinal, pra quem já está detonado mesmo... E sem saber que a cerveja é a PIOR de todas as bebidas alcoólicas para ser consumida habitualmente. Calma, prometo que vou provar! (MM)

quarta-feira, 15 de junho de 2016

Existem mais escravos HOJE 
do que em qualquer outra época na história!
Mais de 200 MILHÕES de pessoas HOJE são escravas de trabalho ou sexuais
MILTON  MACIEL


Millions of men, women and children around the world are forced to lead lives as slaves. Although this exploitation is often not called slavery, the conditions are the same. People are sold like objects, forced to work for little or no pay and are at the mercy of their 'employers'.
Slavery exists today despite the fact that it is banned in most of the countries where it is practised. It is also prohibited by the 1948Universal Declaration of Human Rights and the 1956 UN Supplementary Convention on the Abolition of Slavery, the Slave Trade and Institutions and Practices Similar to Slavery. Women from eastern Europe are bonded into prostitution, children are trafficked between West African countries and men are forced to work as slaves on BRAZILIAN agricultural estates. Contemporary slavery takes various forms and affects people of all ages, sex and race.

Common characteristics distinguish slavery from other human rights violations. A slave is:
  • forced to work -- through mental or physical threat;
  • owned or controlled by an 'employer', usually through mental or physical abuse or threatened abuse;
  • dehumanized, treated as a commodity or bought and sold as 'property';
  • physically constrained or has restrictions placed on his/her freedom of movement. 

WHAT TYPES OF SLAVERY EXIST TODAY?
Bonded labor affects millions of people around the world. People become bonded laborers by taking or being tricked into taking a loan for as little as the cost of medicine for a sick child. To repay the debt, many are forced to work long hours, seven days a week, up to 365 days a year. They receive basic food and shelter as 'payment' for their work, but may never pay off the loan, which can be passed down for generations.

Early and forced marriage affects women and girls who are married without choice and are forced into lives of servitude often accompanied by physical violence.

Forced labor affects people who are illegally recruited by individuals, governments or political parties and forced to work -- usually under threat of violence or other penalties.

Slavery by descent is where people are either born into a slave class or are from a 'group' that society views as suited to being used as slave labour.

Trafficking involves the transport and/or trade of people -- women, children and men -- from one area to another for the purpose of forcing them into slavery conditions.

Worst forms of child labor affects an estimated 126 million children around the world in work that is harmful to their health and welfare

terça-feira, 14 de junho de 2016

O QUE EU PADEÇO ! 
MILTON MACIEL (Brincadeira com rimas internas)

Soubesse aquela ingrata o que eu padeço,
é possível que não sentisse nada.
Pois foi cruel assim! Desde o começo.

Minha amada, meu tropeço.
A malvada, reconheço,
não quer nada. Entristeço...
Da danada só mereço
gargalhada, desapreço.

Seu carinho desconheço
(Sou pobrinho, esclareço).
Eu, sozinho (esse é o preço!)
E sem ninho, ou endereço,
eu definho, eu estremeço...

Sabendo aquela ingrata o que eu padeço,
Para ela... isso não quer dizer nada!
Ela é cruel assim! Desde o começo...


domingo, 5 de junho de 2016

COMO É CARO SER MULHER! - II
MILTON MACIEL

No show de lançamento do livro COMO É CARO SER MULHER (Milton Maciel, IDEL, 2104, 160 pgs; e 2ª. edição Junho de 2016, 200 páginas) um programa eclético começa às 19:30 em ponto, na Livraria Curitiba, do Joinville Garten Shopping. 

Além de uma rápida mescla de clássicos ao teclado (Handel, Bach, Chopin) haverá muita música pop, MPB e muito samba. Músicas de Elton John, Bee Gees, Gonzaguinha, Chiquinha Gonzaga, Guilherme Arantes, Chico Buarque e outros autores brasileiros, além dos sambas “Pesquisa Furada” e “Receita de Samba”, de Fio José e “Agora ela Vai Voltar” e “Porto Seguro”, de Milton Maciel. Os músicos são Fio Jose (violão, cavaquinho e voz), Alan (percussão) e Milton Maciel (teclados, harmônica e voz). O programa se completa com toada e récita gaúcha. A entrada é FRANCA.

Imperdível é o vídeo-depoimento “O IMPOSTO DA VAGINA: Como a mulher paga mais que o homem pelos mesmos produtos e serviços”, de 16 minutos, que será apresentado pontualmente às 20:30 hs.

O escritor e músico Milton Maciel, autor de 33 livros, estará autografando o livro “Como é Caro Ser Mulher”, nos intervalos entre suas apresentações musicais. O livro, de 200 páginas, custa 20 reais apenas.

Este livro resultou de pesquisas e estudos feitos pelo autor nos Estados Unidos, em 2012 e 2013 e no Brasil em 2015 e 2106. Mostra como é tão mais difícil para uma mulher conseguir poupar dinheiro para garantir sua tranquilidade futura. Isso porque ela se vê obrigada a gastar de 3 a 5 vezes mais que um homem ao longo de sua vida. 

Existem causas biológicas, causas comportamentais e causas mercadológicas que se juntam para tornar muito mais cara a vida de uma mulher. Grande parte das mulheres mais jovens não percebem a armadilha em que estão aprisionadas. Os homens, em geral, não têm a menor ideia disso. Acham que as mulheres gastam demais com roupas, cosméticos e cabelos, porque são umas vaidosas destrambelhadas. Nada pode ser menos verdadeiro!

Há despesas imensas, de causa biológica somente, que um homem nunca terá. O corpo de uma mulher custa-lhe demais durante a vida. E os gastos com roupas e cosméticos não são opcionais, são forçados por todo um sistema sociocultural e econômico, que se nutre fundamentalmente do trabalho e do dinheiro da mulher. Além disso, o mercado paga menos para a mulher do que para o homem, obriga-a a jornada dupla de trabalho e cobra mais dela do que dele pelos mesmos produtos e serviços.


Ao longo de uma “vida útil de consumode mais de 55 anos, uma mulher trabalha muito mais, ganha muito menos, gasta muito mais e dura muito mais anos do que um homem. 

Por causa disso, se ela não aprender a reconhecer as armadilhas que a cercam e não conseguir poupar reservas para se proteger, pode acabar muito mal, justamente quando deveria passar a usufruir do justo repouso da guerreira, na melhor fase da segunda metade de sua vida. Os números e os fatos que o livro apresenta têm a finalidade de mostrar essas duras verdades, usando bastante humor para ajudar a “rir pra não chorar”. De raiva!

COMO É CARO SER MULHER
MILTON MACIEL

2ª. edição – Junho de 2016 – 200 páginas – 20 reais
Lançamento nacional pela Internet
Show e noite de autógrafos em Joinville, SC
Dia 10 de Junho, 6ª. feira, às 19:30 hs.
nas Livrarias Curitiba do Shopping Garten - ENTRADA FRANCA

Programa musical: Músicos FIO JOSÉ (violão, cavaquinho e voz); ALLAN (percussão); MILTON MACIEL (teclados, harmônica e voz). Composições de: Handel, Chopin, Bach; Kitaro, Guilherme Arantes, Elton John, Bee Gees, Chiquinha Gonzaga, Gonzaguinha, Milton Nascimento, Milton Maciel e Fio José. O samba brasileiro em sua mais alta expressão: venha cantar conosco. Poesia gaúcha.

Vídeo-exposição (20 minutos): “O IMPOSTO DA VAGINA: como a mulher paga mais que o homem pelos mesmos produtos e serviços”

Você sabia que é muito mais difícil para uma mulher juntar dinheiro e fazer poupança para o futuro? Durante toda a sua vida, uma mulher é obrigada a gastar de 3 a 5 vezes mais que um homem, não apenas por causa de roupas ou cosméticos, mas também por causa de custos que o próprio corpo feminino impõe e que o homem não tem, Além disso, o Mercado paga para ela menos do que para o homem pelo mesmo trabalho, força-a a jornadas duplas e cobra dela mais do que dele pelos mesmo produtos e serviços.
Uma mulher custa mais, trabalha mais, ganha menos, paga mais e dura mais do que o homem. Um livro de economia feminista, escrito com muito humor, “Como é Caro Ser Mulher” mostra com números tudo isso e incentiva a mulher a se preparar para sobreviver a essa tremenda disparidade e a essa armadilha econômica, que pode vir a deixá-la sem suporte algum na fase mais crucial da segunda metade de sua vida.



quinta-feira, 2 de junho de 2016

PELO DIA DAS NAMORADAS!
MILTON MACIEL

Vejo há incontáveis anos as pessoas comemorando o tal Dia dos Namorados, dando e ganhando presentes. Para mim, no entanto, essa sempre foi uma data de grande frustração. Explico-me:

Eu nunca tive um namorado. Durante toda minha vida só tive namoradas, um monte delas, cheguei a casar com duas dessas e acabei tendo cinco filhos. Mas nunca pude celebrar um Dia das Namoradas, que nunca existiu! Vejam que azar...

Entrava ano, saia ano, e a efeméride era – e ainda é – só o dia deles, dos namorados. Perdi a conta, foram incontáveis as vezes que eu comprei um presentinho maneiro pra dar pra minha namorada da ocasião. Uma calcinha de algodão, uma dúzia de prendedores de roupa, um jogo de chaves de fenda, um time de futebol de botão, um kinder ovo, uma caixinha de Tampax; tudo coisa útil e de valor.

Mas não tinha jeito, o diabo do dia continuava sendo só dos namorados.

Meu primo Fabiano é mais sortudo que eu. Desde garotinho ele sempre teve os namorados dele, para quem dar – e de quem receber – presentes.

Eu ganhava presentes das minhas namoradas nesses dias, é verdade. Mas me sentia muito mal por nunca poder retribuir. Lembro que umas duas ou três terminaram comigo me acusando de ser mão-de-vaca. Confesso que não entendi até hoje por que.

Muita injustiça. Pra mim isso é machismo deslavado, uma vergonha. Exijo a criação do Dia das Namoradas. Direitos iguais, pô!