quinta-feira, 30 de maio de 2013

O VELHO PAPA-VIRGENS – 5ª. parte
Ou “O descabaçador em Ação”; Ou: "De como duas mulheres inteligentes logram e castigam um velho tarado"
MILTON  MACIEL
Extraído do livro LOLITA DE ARACAJU, A Mais Jovem
Dona de Bordel do Mundo - MILTON MACIEL – Idel – SP

(Este livro é LEITURA PARA ADULTOS. Aos excertos publicados no Facebook e Grupos aplico uma ‘censura’ prévia, amaciando palavras ou eliminando trechos. No blog, o texto é igual ao do livro)

Final da 4a. parte
   Concluído o negócio do empréstimo, Alcebíades pôde então partir para o outro negócio, aquele que o trouxera ali trêmulo como um colegial principiante. Ficava sempre assim, quando chegava a hora sagrada de tirar mais um cabaço. A emoção era sufocante, sentia-se a um tempo exultante e inseguro. Por isso, precisava caprichar na dose da bebida a ser ingerida, precisava de um grande reforço para os nervos, mas não um excesso capaz de fazê-lo capotar – ou pior, broxar! Então já chegou à casa de Dona Zezé ainda mais bêbado do que de costume. O que, face a décadas de consistentes hábitos, não o impedia de negociar seus empréstimos nem de fazer suas cobranças – fosse em espécie, fosse em cabaço. Agora o assunto era bem diferente. Acostumado a ganhar os cabaços sempre através de severas cobranças, desta vez o velho ia ter que adiantar dinheiro seu, dinheiro bom. Mas essa potranca, esse cabaço de ouro, valia o investimento.

5a. PARTE
   Com os cheques agora seguros no cofre murcho dos seios, ‘tia’ Zezé introduziu Alcebíades, nesta noite de mais licor de jenipapo, em seu próprio quarto, aquela modestíssima suíte com o pequeno banheiro. Ela o fez sentar na cama de casal. Ali se dará o ato supremo, a rendição incondicional da virgem, a doce ruptura do pré-pago selo. Começou então uma longa conversa, regada a licor batizado, destinada a fazer subir a tensão, o tesão e o teor alcoólico no sangue do velho farmacêutico aposentado.

   ‘Tia’ Zezé serviu mais um licor ao velho – o décimo sexto, cheio de cachaça como os outros quinze. Quanto mais o velho sátiro bebia, menos percebia o batismo. Álcool sobe rápido, estrovenga de velho, não. Experiente, a ‘tia’ saberia reconhecer o momento certo de introduzir a ‘sobrinha’ no quarto.

   Já tendo chegado de fogo, como de hábito, o farmacêutico agora está mais do que grogue, mais um minuto e vai emborcar. A ‘tia’ mandou-o esperar na cama, mas ficar de cuecas - a menina é virgem, tem muita vergonha. O velho obedeceu. Só então Lolita foi introduzida no quarto, com todo o esplendor de sua beleza adolescente. A ‘tia’ sai, o velho delira!...

   A moça, fazendo-se encabulada, diz que sente vergonha, quer despir-se no banheiro. Pede para o velho esperar sentado na cama, porém de cuecas. Só que dali, estrategicamente, é possível ver-se o banheiro através de um espelho de grandes dimensões.

  A menina vai para o banheiro, cuidando, porém, de deixar a porta aberta. Sabe que, pelo espelho, o homem embebedado a tudo assistirá. Por isso, ela capricha no ritual, usa movimentos lentos, calculados. Tira blusa e sutiã com gestos de sublime timidez. E não esquece de falar alto:

– Não vá entrar aqui, viu! – E continuou a encenar o seu teatrinho especial.

   Tirou a mini-saia, um par de coxas esplêndidas surgiu – o homem enlouquecendo de tesão e de cachaça. Virou de perfil, depois de costas, vendo-se linda no espelho do banheiro. Por três vezes começou a baixar a calcinha, por três vezes a suspendeu novamente – como hesitante, pudica donzela.

   Pelo espelho do quarto, o velho acreditava estar vendo os estertores finais do pudor de uma virgem. Não agüentava mais de desejo e de impaciência, queria ver aquele xibiuzinho, aquele docinho, aquele...

   Mas a menina continuava o ritual, impassível. Lentamente, deliberadamente. Na verdade esperava o sinal combinado, uma tosse alta, com a qual a ‘tia’, que a tudo observava lá do corredor – pelo mesmo e estratégico espelho do quarto – lhe sinalizaria que era a hora de entrar, que a bebida estava enfim vencendo o velho guerreiro.

   A tosse não demorou. Quando veio, a calcinha ainda estava no lugar e ela havia colocado por cima uma anágua transparente, como se fosse desistir, para desespero do velho Alcebíades.

   Ah, ele ia falar, se erguer, acabar com aquilo, comer aquele cabaço na marra. Estava pago! Mas, ao tentar levantar, a tonteira veio completa e o homem desabou de costas na cama. Essa era a deixa. A diretora do espetáculo tossiu, a atriz principal entrou em cena. Viu o homem meio inconsciente, mas o bem-bom estava ali, para fora da cueca, em riste na vertical. Aí a moça, que estava no maior jejum há vários dias, desde a partida do surfista carioca, não se agüentou.  Toda a enorme sensualidade da preparação, a certeza dos olhos cobiçosos do homem sobre ela, a tinham deixado morta de desejo. Arrancou anágua e calcinha, pulou em cima da cama, querendo encaixar-se sobre o velho antes que sobreviesse o iminente desabamento. Quando via aquilo em riste, ela é que perdia todo o controle!

  Foi quando a ‘tia’ pulou no quarto e a arrancou com um safanão de cima do homem:

– Sai daí, sua tarada! Já esqueceu que você tem que agir como uma cabaçuda, criatura!

– Ah, Zezé, a coisa tá ali, me deixa aproveitar só um pouquinho, estou necessitada, faz tanto tempo, você sabe, me conhece!

– Não, sua boba, você tem que se agüentar! Vai que o homem acorda, ou que nem está dormindo direito, e vê você montada em cima. Desde quando uma moça donzela pula em cima de um macho e começa a cavalgar feito louca? Quer estragar o nosso negócio? Nós temos muito o que fazer com esse dinheiro!

   A contragosto, a garota ouviu os argumentos da ‘tia’, sabia que ela, com toda a sua experiência, estava certa. Tinha que se agüentar, o negócio agora era aproveitar a inconsciência do velho e lambuzar suas partes, cuecas e cama com o sangue de fígado bovino que Zezé havia trazido da geladeira. E foi o que fizeram.

   Trabalhando com engenho e arte, Zezé, auxiliar de enfermagem em seus tempos de juventude, espalhou o sangue no lençol e na cueca do velho. Evidentemente, teriam que aplicá-lo também na estrovenga do velho, agora devidamente arriada em compreensível descanso etílico. Lolita prontificou-se para esta parte da tarefa, fazendo-a com evidente gosto e diversão.
   Roncando, engabelado, o velho Alcebíades sonhava com sua própria juventude. Era um grande garanhão, um sedutor, o maior descabaçador de todo o Sergipe.  A glória! E o grande garanhão devaneia, ressona, sorri: mais uma virgem para a sua coleção...

   Na manhã do dia seguinte, Alcebíades acordou de vez, lépido, quase sóbrio, como há muito não usava acordar. Também, depois de uma aventura dessas, acordar ao lado daquela beldade e, ainda por cima, saber que havia conquistado mais aquele cabaço superior, fantástico... Ah, era demais!

   Para sua estranheza, Lolita não estava na cama. Procurou pelo relógio de pulso, encontrou-o sobre o criado mudo: nove e dez! Aí seus olhos caíram sobre a cena apoteótica do seu triunfo: sangue, muito sangue, sangue por toda parte. A mancha na cama era inconfundível, no lugar certo, no tamanho certo. Exultou. Aí olhou para si próprio e viu a cueca manchada. Arriou-a um pouco, viu o sangue em seu próprio membro, sentiu-o pegajoso. Vitória!!

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