segunda-feira, 27 de maio de 2013

O VELHO PAPA-VIRGENS – 3ª. parte
Ou “O descabaçador em Ação”
MILTON  MACIEL
Extraído do livro LOLITA DE ARACAJU, A Mais Jovem
Dona de Bordel do Mundo - MILTON MACIEL – Idel – SP

(Este livro é LEITURA PARA ADULTOS. Aos excertos publicados no Facebook e Grupos aplico uma ‘censura’ prévia, amaciando palavras ou eliminando trechos. No blog, o texto é igual ao do livro)

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Final da parte 2

– Será, Lolita? Quanto será que um homem assim daria pelo seu cabaço?

– Ah, isso deixe comigo, meu amor! Pode deixar que eu me garanto. Deixo o indivíduo louquinho por mim, babando, desatinado. Aí a gente faz o preço máximo pelo cabaço virtual da sua amiga aqui. Mas isso não vai ser tudo, é claro. Você vai pedir um empréstimo para ele, primeiro. Um dinheiro muito maior.

– E será que ele empresta para mim?

– Dê só uma olhadinha na sua avalista aqui – e ergueu a saia.

PARTE 3
O descabaçador em ação

   A primeira providência a tomar ficou a cargo de Zezé, é claro: descobrir se Alcebíades, o maior descabaçador de Sergipe, ainda estava na ativa e disponível. Isso a doutora Celine descobriu com meia dúzia de telefonemas, sem perguntar por que Zezé queria a informação. Na mesma tarde em que esta lhe ligou, a doutora deu a resposta, agora para o novo e flamante telefone celular de Zezé. Por instâncias de Lolita, Zezé comprara dois telefones celulares em seu nome, um para cada uma delas. Celine passou a resposta positiva, endereço, telefone e últimas peripécias sabidas do velho fauno. Sabia-se que, no momento, estava espremendo uma costureira pobre de Barra de Coqueiros, a qual tinha duas sobrinhas, de dez e doze anos.

   De posse da certeza sobre a disponibilidade da presa, as duas mulheres marcaram uma entrevista com o mesmo por telefone. Como de hábito, Alcebíades não recebia ninguém em sua casa e não tinha escritório comercial. Ele mesmo ia à casa da futura vítima, verificar in loco como esta vivia e como era o imóvel, caso fosse casa própria. Zezé tinha casa com escritura e sem ônus. Cliente perfeita!

   Que se tornou mais que perfeita quando o velho chegou, alto de cachaça como de hábito, e pousou os olhos sobre a plástica enlouquecedora de Lolita. A partir desse momento, não conseguiu mais tirar os olhos da menina. Zezé ajudou como pôde, passando-lhe cálices e mais cálices de um licor de jenipapo, devidamente batizado com providenciais doses prévias de cachaça. Altíssimo e em cima dos cascos por causa da garota, o velho aprovou de imediato um empréstimo de vinte mil reais, tendo a casa como garantia. Anotando a custo, com a mão trêmula, os dados da escritura, falou que voltaria no dia seguinte com o contrato para assinar e o cheque. Esticou o que pôde sua presença na casa e, a pretexto de tudo examinar com cuidado, entrou em todas as peças da mesma. Do quarto de Lolita, surrupiou de sobre a cômoda uma das calcinhas, que escamoteou no bolso rapidamente, mas não tão rápido que a menina não o pudesse perceber.

   Afinal, ela havia deixado roupa íntima à mostra de propósito. Quando o velho passou pela cozinha, viu a menina abaixada, de joelhos, esfregando o piso com uma escova, a bunda monumental à mostra, calcinha pretinha de renda. Ao ver que o homem a estava olhando, deu um gritinho e saiu correndo, com a mão no rosto, super envergonhada. Isso deixou o agiota desesperado por aquela franguinha. Tinha que ser dele, de qualquer forma!

   Agora Zezé já podia terminar de dar corda no homem. Dois licores depois, pediu para que ele sentasse com ela na sala, enquanto começava a se queixar da dureza da vida, de como ficara sobrecarregada tendo que acolher e sustentar aquela sobrinha recém-chegada do interior de São Paulo, onde a falecida irmã havia residido. A mocinha era boa e ingênua, claro que era donzela, menina de caráter. Só que, apesar de todo aquele tamanhão de mulher, tinha só quatorze anos e, pela lei, não podia procurar um bom emprego numa fábrica, o que exigiria que já tivesse dezesseis completos.

   O velho sátiro foi ficando cada vez mais entusiasmado, à medida que Zezé mais se queixava da vida e de como ia ser difícil dar comida, roupa e escola para aquela sobrinha:

– E para piorar, seu Alcebíades, o pior de tudo mesmo, é que essa menina está na força da idade, o senhor compreende. Parece que tem uma coisa, um fogo que atrai tudo quanto é macho. Também com toda aquela belezura, seu Alcebíades, me diga só!  A diabinha é bonita demais, nunca vi tanta formosura assim. E aí é que vai ser a minha desgraça, o senhor compreende? Não dou dois meses e a tal desgraça acontece, ela perde a virgindade e ganha uma barriga. Que quem vai ter que sustentar vai ser a burra de carga aqui. Isso é o que eu vou ganhar por acolher essa menina na minha casa, veja só. Se ao menos ela tivesse algum dinheiro dela, tivesse uma herançazinha, por pequena que fosse, vinda da mãe. Mas qual, aquela desmiolada era mãe solteira e, como herança, só deixou foi esse abacaxi para mim! Não tinha nada de seu, não tinha onde cair morta.

– A... A senhora falou... Se ela tivesse um dinheirinho dela, uma herança... Por quê?

– Bem, se ela tivesse uns poucos mil reais eu até que não me assustava tanto. Mandava ela para a casa de uma prima que eu tenho lá em Juazeiro do Norte, no Ceará. Aquela, se a gente der um dinheiro para ela, aceita qualquer coisa. Pois que fique com este presente de grego que eu recebi sem pedir.

– E... E quanto a senhora acha que ia ter que dar para essa sua parenta? A senhora tem certeza que a menina é virgem? – o velho já não se controlava mais, traía-se, começava a ir direto ao assunto.

– Ah, seu Alcebíades, aquilo é louca por dinheiro, é o cão em pessoa. Eu não consigo nada se não der uns dez mil para ela, no mínimo. Claro que ela vai pedir muito mais, mas eu sei que dá para negociar. Mas é justo, ela é que vai passar pela vergonha de ficar falada quando a menina perder o cabaço e acabar de barriga. E aí vai ter que sustentar mãe e filho, uma barra!...
     
Mais um licor de jenipapo batizado e o velho perdeu de vez as estribeiras, foi direto ao assunto. Propôs pagar para ter o cabaço da menina! Afinal, logo, logo, algum moleque ia acabar com ele mesmo e aí, adeus! Nenhum lucro para Dona Zezé, a tia dedicada. Assim ela poderia ficar com o dinheiro e a moça, ou mandá-la para o Ceará, se livrando do problema, o que melhor lhe aprouvesse.

   Zezé se fez de ofendida, disse que era uma mulher honesta. O homem garantiu que tinha certeza disso, mas que o que ela tinha que considerar era a oportunidade única de ter algum ganho pessoal com aquela menina, enquanto ela podia lhe proporcionar o mesmo. Do jeito que Dona Zezé lhe falara, quem sabe amanhã, quem sabe hoje mesmo, não acontecia a desgraça. E aí, foi-se cabaço, foi-se dinheiro; e era bem possível que viesse a tal barriga. Ele, Alcebíades, tinha a vantagem de ser vasectomizado, nunca fizera filho em mulher alguma, exceto na falecida, ainda nos tempos de casado.

  Zezé acabou dando-se por vencida. Ele era um homem sábio, muito mais velho do que ela, tinha razão, toda a razão. Papava a menina e não a deixava grávida. O que se seguiu então foi uma longa e cansativa negociação de valores. Propostas e contra-propostas, o homem pechinchando, a mulher fazendo-se ofendida. No fim chegaram a um acordo: seis mil reais! Para começar outra discussão em seguida: o velho queria a prenda agora mesmo, a tia queria tempo para preparar a menina. Afinal, estavam discutindo aquilo, se desgastando, mas... E se a garota não aceitasse?!

   Então concordaram que era melhor a tia começar o trabalho de convencimento da garota ali mesmo, naquele momento. A tia chamou a sobrinha para o quarto e lá permaneceu por uma
CONTINUA    

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