sexta-feira, 10 de maio de 2013


OS  PRINCÍPIOS DA PROSPERIDADE DE HENRY FORD
MILTON MACIEL
(Excerto de A HORTA ORGÂNICA PROFISSIONAL,
Milton Maciel – SOLOVIVO – 2000)

Vamos retornar ao homem mais rico do mundo no seu tempo, Henry Ford, e aprender um pouco mais com ele. Seus princípios básicos de prosperidade se prendem a considerar que qualquer negócio, qualquer empresa, tem sempre somente  QUATRO SÓCIOS. Não importa se você tem um negócio individual, uma empresa com um sócio ou preside a holding de um grupo empresarial com 16 sociedades anônimas.

Eles são, por ordem de importância:

1)      O consumidor. Ele é o sócio mais importante, pois sem ele simplesmente não existem negócios. Como sócio, deve receber sua parte nos lucros na forma de produtos cada vez melhores e preços casa vez menores. Ford o disse e o fez. Quando começou a fabricar carros, o automóvel era um item de luxo, encomendado à oficina fabricante, com requintes e detalhes absolutamente individuais. Custava milhares de dólares (do início do século!). Poucos anos depois, inventada por ele a linha de montagem em série, o Ford modelo T chegava ao consumidor ao preço de 475 dólares! E podia ser “de qualquer cor que o cliente quisesse, desde que fosse preto”.

2)      O trabalhador. Ele vem logo a seguir, pois sem ele não haverá a possibilidade de produzir o bem ou prestar o serviço. Como sócio fundamental, deve receber sua parte nos lucros na forma de salários cada vez maiores, possibilidades de progresso de carreira sempre crescentes e ambiente e maquinário de trabalho cada vez mais perfeitos.

3)      A natureza. Ela também é um sócio importante do negó-cio, pois é ela que fornece os recursos (a energia e os materiais) que permitem a elaboração dos bens.  Como  um sócio fundamental, a Natureza deve receber sua parte nos lucros do negócio na forma de exploração cada vez mais racional, minimização do consumo de recursos, reciclagem de todos os materiais e preservação a qualquer custo. Imagine isso falado por um grande industrial nos anos 20! Quando ninguém se importava com não poluir, Ford gastou milhares de dólares para desviar um rio, que passava por dentro da área de uma aciaria cujo controle acabara de adquirir. Considerada uma excentricidade por todos, essa operação acabou com a poluição do rio por resíduos tóxicos e por sobras de carvão.

4)      O Capital. É também um sócio fundamental, pois sem ele não é possível buscar e transformar os recursos da natureza, para servir o consumidor. Mas, em ordem de importância, ele vem em último lugar pois, sem os outros três, sua existência carece de significado para os negócios. Como sócio deve receber sua parte nos lucros na forma de dividendos cada vez menores, sobre negócios que devem se tornar cada vez maiores. Isso somente se o Capital se mostrar um administrador responsável e eficiente do negócio. Caso contrário, não pode tirar dividendo algum!

   Foi exatamente o que Ford fez. Todo o seu patrimônio se constituía de ações das dezenas de companhias Ford que possuía, sempre tendo o controle acionário total. Isso porque não aceitava ter como sócios pessoas que apenas quisessem ganhar dinheiro pois, segundo ele, essa pessoas distorcem a real finalidade do negócio, que é produzir bens, pagar salários, distribuir riqueza e criar condições de auto-sustentabilidade. Ford dizia:

   “Meu dinheiro não é meu dinheiro; ele apenas passa por mim, para que eu o administre e o reinvista, de forma a produzir a maior quantidade de bens e de felicidade para todos. Nunca fiz negócios visando apenas ganhar mais dinheiro. Por isso sempre ganhei cada vez mais dinheiro, que tratei de reinvestir o mais judiciosamente possível nos negócios. O dinheiro não pode ser um fim em si mesmo, quando é apenas um dos meios dos negócios. Dinheiro é uma forma de energia e como tal deve ser tratado. E energia serve para produzir trabalho.”

   Fenomenal! Que lucidez, como este homem esteve à frente do seu tempo! Chocava com suas idéias discordantes para a época. Para dar um exemplo disso, basta lembrar que incentivava as publicações a respeito de sua crença na reencarnação e no espiritualismo, numa época em que a sociedade protestante norte-americana se horrorizava com tais idéias orientais e perseguia os que ousavam defendê-las.

   Mas foram suas idéias discordantes, que Ford implantou com tenacidade inquebrantável, que permitiram a transformação da sociedade industrial. Não foi à-toa que outro gênio, o escritor inglês Aldous Huxley o colocou como uma espécie de Avatar da Nova Era no seu incrível “O Admirável Mundo Novo”. Nele os felizes habitantes do século 22 faziam um culto religioso ao redor de uma relíquia sagrada, um automóvel Ford modelo T do século 20. Ao invés de invocar Our Lord (Nosso Senhor), diziam Our Ford e seu sinal cabalístico não era mais o da cruz, mas um T, do Ford modelo T. Ironias à parte, a homenagem foi justa.

Nenhum comentário:

Postar um comentário