DA INCONSÚTIL TRAMA, ADREDEMENTE URDIDA
MILTON MACIEL
Da inconsútil trama, adredemente urdida,
Por uma mente má, ferina e manipuladora,
Fui eu a vítima descuidosa, atônita e perdida,
Aferrado para sempre à sua imagem sedutora.
Como um beócio, eu rastejei por seu caminho,
Sempre a entregar meu tolo amor adventício.
E, desde então, não sou mais ninguém sozinho:
Pois fez-se ela, para mim, mais do que um vício.
Minha dependência é tão cruel, devastadora,
Que me aniquila a vontade desde o início.
(Ela, consciente, me tortura, é meu cilício).
Sua frieza me estraçalha, é dolorida.
E eu, ad aeternum, nesta ânsia desmedida,
Sigo um fantoche, em mãos de tal destruidora.
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