Ah, O AMOR!
MILTON MACIEL
Ah, o Amor!
É à socapa, sorrateiro, silenciosooso,
Com pés de lã, que ele invade-nos a vida.
Malgrado o nosso não querer dessa ferida,
Ei-lo de volta, a iludir-nos com seu gozo.
Ah, o Amor!
Recalcitrante o nosso peito, calcinado
Pela fogueira em que ardeu o coração,
Não quer saber de viver nova paixão.
É um peito seco, destruído, derrotado.
Ah, o Amor!
Como é impossível resistir a seus apelos!
Ei-lo que volta, com furor de inundação,
Fertilizando o estéril solo em eversão,
O amargo peito reenchendo de desvelos.
Ah, o Amor!
Chegou sutil, sem deixar-se ser notado,
E o incauto peito inflamou em labaredas.
Esperança! Estou de volta a tuas veredas:
Sim! Eu estou, outra vez, APAIXONADO!...
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