sábado, 9 de março de 2013


COMO É CARO SER MULHER!!!
MILTON  MACIEL

1ª. Parte - A cruel obrigação de ser BELA

Que é ainda mais terrível quando você não nasceu para ser a Bela. Mas aí tem a indústria dos cosméticos, as lipos, as cirurgias. E vem a ditadura da moda: roupas que precisam sempre ser substituídas a cada estação do ano, calçados, bolsas, bijuterias, jóias, perfumes. E lá vai a mulher que trabalha entregar milhares de horas do seu suor sacrossanto, durante toda a sua vida, para a voraz Indústria da Beleza. Quanto do seu suado e difícil dinheiro foi e vai embora pelo ralo da indústria da ilusão da beleza? Da beleza eterna, inclusive, quando os anos de viço natural da juventude começam a passar. E, em tempos mais atuais, a multibilionária Indústria do Emagrecimento vem tomar-lhe ainda mais dinheiro e tempo, monstro cruel nutrido pela alimentação suicida, desbalanceada e excessiva, que é imposta por sua parceira de negócios e irmã gêmea siamesa, a Indústria Alimentícia.

Muitos espertalhões apregoam e garantem, há séculos, que, mediante o uso continuado de seus mágicos produtos, virá o fim das rugas, da celulite, das varizes, das estrias, das marcas de expressão, das gorduras localizadas, dos cabelos brancos. E da FEIÚRA! E, com o advento da moderna Indústria de Mentir em Massa – via publicidade e marketing – passaram a ter uma aliada poderosa para suprir sua necessidade diária de iludir e enganar, prometendo beleza facilmente atingível e juventude eterna.

Doe-me ver que mesmo as mulheres mais inteligentes não podem escapar dessa engrenagem cruel e destruidora, que as tritura economicamente e as infelicita face aos pífios resultados conseguidos. Paga-se pela ilusão, ganha-se, como bônus, a desilusão! E, claro, um rombo garantido no orçamento mensal. Não podem escapar, porque as mulheres são trituradas diariamente pela COMPETIÇÃO com as outras mulheres, que há mais de 10 milênios torna a amizade, a confiança e a cooperação genuína entre mulheres muito mais difícil – o que é tudo conseqüência da cultura machista do neolítico. “As mulheres se vestem para as mulheres e se despem para os homens”, já se dizia na Grécia antiga.

E isso é tristemente verdadeiro. Afinal, o que significa ANDAR NA MODA? Significa ser OBRIGADA a aderir a um padrão momentâneo e ultra-rápido, imposto pela indústria através da publicidade e das mídias, o que a força a SEMPRE ter que COMPRAR NOVAS ROUPAS e mais ADEREÇOS “que combinem”. Por quê? Porque o diabo das OUTRAS já compraram! E ela, se não o fizer, ficará DEMODÉE! Ou seja, exposta à crítica e ao deboche das OUTRAS MULHERES. Para piorar, ela não pode REPETIR roupas, sapatos e bolsas! Isso é de uma covardia ultrajante!

Os homens não estão nem aí para a moda feminina, exceto quando lhes compete pagar por ela. Aí eles chiam e xingam. Caso contrário, ignoram solenemente as “tendências do outono 2013” e o que mais querem com as roupas das mulheres e poder arrancá-las na intimidade de um quarto. E, grosseiros, ainda são capazes de amarfanhar, jogar no chão e até rasgar, na sua sofreguidão, aquela saia Prada que custou um mês e meio de salário dela. Isso sem falar que o incauto destrói em um minuto todo aquele penteado caprichado, que custou horas e horas de salão e muita grana de cabeleireiro, gorjeta e estacionamento.

Nos Estados Unidos, a indústria de cosméticos como um todo faturou 170 bilhões de dólares em um ano, 2012. A dos salões de beleza, 86000 estabelecimentos por aqui, faturou 30 bilhões e espera chegar aos 50 bilhões em 2017. A do emagrecimento abocanhou 166 bilhões! Praticamente tudo dinheiro tomado DELAS!

Uma pesquisa inglesa que dá o que pensar

Na Inglaterra, uma pesquisa publicada no Daily Mail, feita pela Superdrug, para lançar sua Academia da Maquiagem, revela dados estarrecedores, aplicados às mulheres inglesas, dos 16 aos 65 anos de idade, faixa etária em que elas consomem cosméticos mais ativamente. A pesquisa envolve apenas produtos para a pele, os olhos e os lábios. Nada para os cabelos e para o resto do corpo, como gorduras, rugas e estrias. E muito menos perfumes e sabonetes especiais.

A conclusão da pesquisa é que uma inglesa gastará em média, dos 16 aos 65 anos de idade, 9000 LIBRAS apenas com cosméticos! Ou seja 27 mil reais em 49 anos, 550 reais por ano e 45 reais por mês, arredondando os números. Essa média inglesa é compatível com a sua despesa pessoal com cosméticos aqui no Brasil, amiga leitora brasileira?

Vamos avançar pelos meandros desta pesquisa, feita com 3000 mulheres de todas as faixas sociais, pois ela revela muita coisa importante, no que ela chama de

OS NÚMEROS DA VAIDADE:

70% das mulheres declararam que NUNCA saem de casa sem algum tipo de maquiagem.
69% afirmaram que ficam MUITO  mais bonitas quando usam maquiagem.
68% delas disseram que SE SENTEM MAIS CONFIANTES quando estão com uma maquiagem completa e que raramente permitem que as pessoas as vejam sem ela.
50% disseram que usam maquiagem o TEMPO TODO, só a removendo na hora de dormir.
41% disseram que ficariam muito chateadas se AS COLEGAS as vissem sem maquiagem. AS colegAs!
33% disseram que jamais saem de casa sem levar seu KIT DE MAQUIAGEM, para fazer os retoques e mudanças que acharem convenientes.
25% disseram que, se pudessem ver como elas são FEIAS SEM MAQUIAGEM, as outras pessoas que as olham ficariam horrorizadas.
21% disseram que seus NAMORADOS jamais as viram sem maquiagem, nem mesmo na cama.
16% disseram que não encaram nem mesmo SEUS PAIS sem maquiagem.

A diretora da pesquisa, Sarah Wolverson, disse: “Nossas clientes usam maquiagem como uma forma de adquirirem AUTO-CONFIANÇA, de se acreditarem NA MODA e de se sentirem MAIS JOVENS.”

Uma das mulheres pesquisadas declarou:

“Tenho 47 anos e uso maquiagem todos os dias desde que tinha 14. Uso mesmo que não vá sair. Não me sinto bem sem ela, é como se eu estivesse nua.”

No outro extremo, uma mulher de 31 anos afirmou:

Eu que não uso essas coisas químicas na minha pele! Por isso ela é ótima até hoje. Mas o que eu não posso aceitar é que exista gente tão paranóica que fica “morrendo de vergonha” se UMA colega a vê sem maquiagem.”

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