MILTON MACIEL
Recém-saída do banho,
Pele suave qual veludo,
Quarenta e dois de tamanho,
Que pena que “aquilo tudo
Ela esconde num vestido”! (*)
Algo assim não faz sentido,
Por que não prefere um short?
Pois se afinal o seu forte
Está nas coxas douradas,
Nas longas pernas torneadas,
Que me deixam tão mexido.
Não é meu dia de sorte!
Mais: o olhar da gente afunda
Na mais que perfeita bunda,
Que oscila com um gingado
Suave, doce e cadenciado,
Que condiz em toda linha
Com seu porte de rainha.
Por isso é justo o protesto,
Que faço por mim e o resto
De toda rapaziada:
Qual, que vestido, que nada!
"Praquilo tudo” só um ninho,
Que é um short bem curtinho!
Mas olhem, algo acontece,
Como se ela nos ouvisse:
Ela some e reaparece
Com um shortinho apertado
No traseiro arrebitado.
Meu Deus, quanta brejeirice!
Ela está pronta e eu ansioso
Esperando que ela saia.
Ah, aquela é a minha praia,
Que quadro maravilhoso!
Mas então eu murcho inteiro:
Ela é mais que “aquilo tudo”.
Esqueci que tem estudo,
Não é só um super traseiro.
Bem na hora de sair
Quando eu to mais assanhado,
Caramba, dá tudo errado!
E eu a vejo desistir.
E ligando o notebook,
Ela senta “aquilo tudo”,
Pega um livro e bem faceira
Não!!! Se amarra num estudo!
E, com todo aquele look,
Ela passa a noite inteira
No Google, no Facebook.
Ah, mas essa foi de morte!
Sabe, além de ser tarado,
Eu sou um puta azarado...
Não é meu dia de sorte!
(*) Erasmo e Roberto Carlos
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