DE SOL E BORBOLETAS
MILTON
MACIEL
Meus pés passavam
Mansamente num gramado
- Escandalosamente iluminado -
Que explodia, tão feérico de Sol,
Resplendente de verdíssima beleza.
Ali numa touceira, onde brotavam espontâneas,
Centenas de flores, silvestres e pequenas, rebrilhavam.
E ao seu redor esvoaçavam as mais incríveis
borboletas.
Deixei-me cair, sentado à relva, ante tanta
majestade,
Com que Deus pinta, à nossa vista, Seus mil
quadros de beleza,
Que, embrutecidos, já não somos mais
capazes sequer de perceber!
E, se não mais os podemos perceber, como os
haveremos então de admirar?
E mais que admirar, extasiar-se um,
prostrado ante o milagre dos milagres que ali está?
Ora,dirão muitos:
“Sol!
Relva!
Flores!
Borboletas!
Grande coisa!
Qual e á novidade?”
A novidade é que tudo ali é novo!
É novo o tempo todo, mutante sinfonia,
Na qual o mesmo quadro jamais se reproduz.
Diferentes borboletas, vôos outros, ballet alado,
Celeste pintura, tons, matizes – nacarados, cintilantes,
Sobre o leito multicor de humildes flores
perfumadas.
Como passar indiferente ante o fantástico
ateliê da Natureza,
Onde o Arquiteto Supremo brande, suave,
seus pincéis esvoaçantes?
Não! Relva bendita, amado Sol, flores sagradas, luzidias borboletas:
Eu os bebo todos com meus olhos. E
agradecido canto. E sou feliz!
Graças, Deus de flores e gramados, de Sol e
borboletas!
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