terça-feira, 16 de abril de 2013


DE FLORES E GRAMADOS,  
DE SOL E BORBOLETAS   
MILTON  MACIEL  


Meus pés passavam
Mansamente num gramado
 - Escandalosamente iluminado - 
Que explodia, tão feérico de Sol,
Resplendente de verdíssima beleza.


Ali numa touceira, onde brotavam espontâneas,
Centenas de flores, silvestres e pequenas, rebrilhavam.
E ao seu redor esvoaçavam as mais incríveis borboletas.

Deixei-me cair, sentado à relva, ante tanta majestade,
Com que Deus pinta, à nossa vista, Seus mil quadros de beleza,
Que, embrutecidos, já não somos mais capazes sequer de perceber!
E, se não mais os podemos perceber, como os haveremos então de admirar?
E mais que admirar, extasiar-se um, prostrado ante o milagre dos milagres que ali está?

Ora,dirão muitos:

“Sol!
Relva!
Flores!
Borboletas!
Grande coisa!
Qual e á novidade?”

A novidade é que tudo ali é novo!
É novo o tempo todo, mutante sinfonia,
Na qual o mesmo quadro jamais se reproduz.
Diferentes borboletas, vôos outros, ballet alado,
Celeste pintura, tons, matizes –  nacarados, cintilantes,
Sobre o leito multicor de humildes flores perfumadas.

Como passar indiferente ante o fantástico ateliê da Natureza,
Onde o Arquiteto Supremo brande, suave, seus pincéis esvoaçantes?

Não! Relva bendita, amado Sol, flores sagradas, luzidias borboletas:
Eu os bebo todos com meus olhos. E agradecido canto. E sou feliz!
Graças, Deus de flores e gramados, de Sol e borboletas! 

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