terça-feira, 19 de fevereiro de 2013


O REVERSO DO COMEÇO  
MILTON  MACIEL   

Miasmas fosforescentes assolam a madrugada:
Névoas, nuvens, sombras, formas, vultos, passos.
Medos, dores, pressentimentos, todos os cansaços,
Fantasmagóricas essências, o vazio, o fim, o Nada.

Desintegram-se as estrelas, os mundos estremecem,
Feixes de partículas: fótons, mésons, prótons, quarks.
Esboroa-se o universo: os derradeiros corpos darks,
E a energia incontrolável dos sistemas que fenecem.

Desfazem-se as essências, apagam-se as histórias,
Não sobram nem vestígios, nem rastros, nem memórias.
Contrai-se o grande Todo, que o Nada a tudo suga,

Encolhe-se o Universo, sobre si mesmo implode.
E o Homem vê que é o fim, que ele mais nada pode.
Que, então, para sua alma, não resta qualquer fuga.

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