sexta-feira, 8 de fevereiro de 2013


O  CERCO  -  1           Fev. 08
MILTON MACIEL e VOCÊ
(Vamos fazer melhor do que Gustavvo Lima e Você?)

(Esta história de coragem, amor e glória começa hoje a ser publicada em capítulos diários, à medida em que vai sendo criada e escrita, um pouco a cada dia. Todos os leitores estão convidados a opinar e a dar sugestões, a ajudar a resolver as crises e as situações de perigo. Nem o autor, nem ninguém, sabe como tudo vai se desenrolar, muito menos como vai acabar. Tudo o que sabemos no início, é que o assustador exército de Átila se aproxima da cidadela que os habitantes têm que defender. A derrota significará a morte para todos – os hunos não perdoam. E nem fazem prisioneiros)

CAP. I – O CERCO PRINCIPIA

   Os homens retrocederam, carregando consigo todas reservas de água e comida de que dispunham. Era evidente que chegavam para ficar. Longo seria o cerco, a cidadela não se renderia e sua tomada rápida era quase impossível. Dentro das muralhas havia fontes de água e muito alimento estava estocado em diversos paióis. Sem dúvida, os sitiados tinham sabido se preparar para a possibilidade de um cerco de longa duração. Render-se significaria a morte do mesmo jeito: os hunos não perdoam e não fazem prisioneiros. Simplesmente executam a todos os vencidos.

   Os atacantes chegariam em breve, os espiões na linha de frente já haviam mandado mensagens confirmando. Coisa de uns oito ou nove dias, no máximo. Esse era todo o tempo de que iam dispor para os preparativos. Todos na cidadela foram recrutados para os trabalhos de preparação. Homens, mulheres, crianças e idosos, cada um foi convocado para dar sua quota de trabalho e sacrifício. E cada um fez o possível e mais do que isso, pois todos sabiam que era de sua própria sobrevivência que estavam cuidando. Não havia nada a mais a fazer, senão lutar até à morte, até o último homem, até à última mulher. Estóicos, os habitantes se apoiavam mutuamente.

Na primeira noite após a confirmação do avanço do exército de Átila, o comandante mandou deixar o portão aberto, a ponte levadiça abaixada e a guarda foi reduzida ao mínimo possível. Os soldados receberam ordens de não barrar a saída de ninguém, desde uma única pessoa,a pé ou a cavalo, até famílias inteiras, com suas carroças. Nada foi dito, mas era evidente que quem quisesse podia fugir e tentar a sobrevivência em algum lugar, onde pudesse se refugiar com um mínimo de segurança.

Na manhã seguinte fizeram a contagem: faltavam 83 pessoas. Os guardas de sentinela puderam identificar cada uma delas. Tinham ficado na cidadela, portanto, 1623 pessoas. Dessas, apenas 542 eram combatentes treinados. Os espiões haviam avaliado a divisão do exército huno, que fora destacada para conquistar a cidadela, em torno de 2000 homens em armas.

A cidadela fortificada, para onde se recolheriam todos os habitantes do lugar, assim que o inimigo se aproximasse, estava situada no alto de uma colina pouco íngreme, que sobrepujava a extensa planície ao redor em coisa de uns 50 metros de altura somente. Tinha muralhas de pedra de oito metros de altura e estava toda ela cercada por um fosso largo e profundo, para onde fora desviado um curso de água que vinha das montanhas ao norte.

Na noite da fuga permitida, o comandante passou longas horas pensando em maneiras novas e criativas de aprimorar as defesas da cidade. O que ele poderia fazer a mais, que resultasse em fator surpresa, capaz de criar maiores dificuldades para os atacantes? Que idéias poderia ter, para apresentar na manhã seguinte a seus lugares-tenentes? Os hunos só poderiam vir pela planície ao sul, que desembocava exatamente em frente ao lado da cidadela onde estavam a ponte levadiça e o grande portão. Dois dados eram fundamentais para os defensores, consoante revelado pelas mensagens dos espiões:

Os atacantes não teriam máquinas de guerra. E não contavam com encontrar qualquer tipo de resistência. Confiavam em sua tática vitoriosa de infundir tal terror nos inimigos, que estes, via de regra, fugiam apavorados, abandonando propriedades e vilas inteiras à disposição dos invasores.

Essas seriam as maiores vantagens dos defensores: os hunos não esperavam resistência nenhuma; E não traziam máquinas de ataque, como torres, catapultas, nada disso. Apenas contavam com tomar posse de tudo o que os habitantes não tivessem conseguido levar. Matariam qualquer um que encontrassem pela frente e depois ateariam fogo nas casas e nos campos. Essa era a tática de terror de Átila, o rei dos Hunos, o Flagelo de Deus.

No alto da muralha, o comandante contemplava a imensa planície Sul, iluminada pela Lua no início do  quarto minguante. De dia, era possível avistar tão longe quanto uns 25 quilômetros de distância. Isso garantia que nenhum exército atacante conseguisse se aproximar sem ser percebido, sempre fora assim.
Ele fechou os olhos para ver melhor, em sua imaginação, um exército de dois mil homens marchando tranqüilo pela planície, avançando inexorável e sem pressa, com infantaria e cavalaria, para esmagar e destruir a cidadela, ao fim de sua marcha.

Como seus 542 guerreiros poderiam enfrentar um inimigo tão superior em número? Que artifícios, que dispositivos ele poderia interpor, que pudessem barrar ou, ao menos, dificultar o avanço dos invasores, de preferência causando-lhe baixas importantes? Como melhor usar o fator surpresa?

[A bola agora fica com você, leitor(a) e co-criador(a). Use o espaço dos COMENTÁRIOS para apresentar suas idéias e sugestões. Vamos ajudar o comandante a preparar as defesas e as surpresas para o exército inimigo] 

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