UM CONTO ERÓTICO “EXPLÍCITO” DEMAIS
MILTON
MACIEL
Hoje postamos um conto que é ‘forte’ demais
para mostrar no Facebook, Google+ ou nos grupos. Por isso o restringimos ao
blog, onde ele espera os leitores como nosso presente de aniversário, pois o blog
hoje completa 7 MESES de vida. O bolo de aniversário pode ser visto na foto, mas
isso é o máximo que podemos mostrar aqui, questão de respeito.
Uma relação mui caliente!
Há meses ele estava de olho nela. Na verdade,
desde que aquela gata sensacional havia se mudado para o prédio ao lado. Ela era
mesmo demais, capaz de deixar qualquer um enlouquecido. A prova é que ele não
era o único a suspirar por aquela musa, os outros caras do pedaço também viviam
a fim dela. E como condená-los por isso?
Ele sacou logo de cara que a concorrência
ia ser braba! E viu que ia ter que apelar para algum artifício, porque não
podia ter garantia alguma que ela fosse dar bola pra ele, que dirá aquilo ele
queria que ela desse!
Aliás, a rigor, ela não dava bola era pra
ninguém. Uma esnobe, isso sim. E que esnobe!
Se chegava à janela da frente, ignorava solenemente os caras prontos a
se curvar até quebrar a espinha por causa dela. Com ele, então, a coisa era
pior.
Isso porque um dia, quando ela passeava
sozinha pelo jardim da casa dela, ele havia se aproximado um tanto afoito
demais. Sim era preciso reconhecer: faltara-lhe classe e compostura. Chegou
muito rápido, sem entabular uma boa conversa, um bom papo de aproximação. Foi
só se chegando, se chegando. E aí, de repente, vendo aquela carinha mimosa a
poucos centímetros dele, vendo aquele corpo enlouquecedor tão ao seu alcance,
não se segurou: avançou demais o sinal, fez uma manobra de aproximação brusca e
definitiva. O resultado foi que experimentou a mão dela na sua cara, num tapa
que lhe pareceu, psicologicamente, uma verdadeira patada, as unhas dela
lanhando o seu rosto descarado.
Depois disso é que a situação ficou muito
mais feia pra ele. Se antes o esnobava, agora ela simplesmente virava a cara
quando ele aparecia. Era evidente que não gostava dele. Também, ele havia sido
imprudente demais!
Dessa forma passou-se mais um par de meses.
Ele suspirando por ela, ela nem aí para ele. Verdade seja dita, porém: não
estava nem aí para os outros caras também, para os seus concorrentes. Por isso
quando, numa certa tarde, ela apareceu no pátio de casa com uma atitude
totalmente diferente, ele estranhou demais. Ao invés do ar esnobe ou
indiferente de sempre, ela desta vez deitou-lhe uma mirada de derreter iceberg
e Titanic ao mesmo tempo.
Ela estava deslumbrante, mais fascinante do
que nunca. Movia o corpo perfeito como se dançasse uma música sutil e envolvente,
que só ela podia ouvir. Num certo momento ela se deitou no gramado, voltou-se
para um lado e para outro, num movimento enlouquecedor. Ah, que coisa do outro
mundo aquela gata! Era, sem favor nenhum, a mais linda que ele já tinha visto
em toda a sua vida de malandro namorador. Deixava todas as outras no chinelo. A
cara, os olhos de mel, a boca, o corpo e o... o rabo , com o perdão da má
palavra. Ah, mas só falando assim: aquele rabo o deixava enlouquecido.
Como agora, toda aquela provocação estava
lhe dando nos bagos. Tendo certeza que ia levar um novo tapa na cara, ele
resolveu arriscar tudo. Nunca fora covarde, ia partir pro tudo ou nada. Pensou:
ou dá ou desce. Acreditando que ele
ia ter que descer, que ela não dava coisa nenhuma.
Mas ficou estupefato ao ver que ela agora
não o repelia. Pelo contrário, parecia que o chamava com olhar e a postura do
corpo enlouquecedor. Ele perdeu todos os receios e, com isso, perdeu também
todos os modos. Aproximou-se tanto a ponto de tocá-la e abraçá-la de leve. Ela
não o repeliu. Parecia gostar. Ali pertinho, ele aspirou o suave aroma que
vinha daquele corpo escultural. Estava bem diferente hoje daquele do dia em que
levara o doloroso tapa. Era doce, suave, instigante. Afrodisíaco, sem dúvida!
Aquilo deu-lhe nos bagos, e ele perdeu todo
o controle. Ainda tentou se segurar, cantando para ela, como para se dar tempo
e poder ganhar um mínimo de autocontrole. Ela não pareceu surpresa e, contrário
a toda expectativa dele, pareceu ter gostado do seu canto e da sua voz, que ele
mesmo achava feia e desafinada, tipo taquaral inteiro rachado. Mas, se a
gatinha estava a fim, não era ele que ia perder a oportunidade. Encheu os
pulmões e desatou na cantoria mais alta e gritada que já tinha feito na vida.
Para ele estava horrível, mas para ela parecia a mais delicada serenata, pois
ela se aproximou ainda mais e começou a se esfregar nele, delicadamente.
Ele então sentiu toda a força da sua
masculinidade intumescer e a enlaçou por trás. Ela aceitou a abordagem e então
os dois explodiram numa cena de sexo intenso e explícito ali mesmo, em plena
grama do pátio. Ele não parava de cantar, porque parecia que o seu canto tinha
o condão de enfeitiçá-la e de excitá-la. Aproveitou-se da aceitação passiva
dela e de repente, assim mesmo como estava, às costas dela, com uma brusca
manobra muito bem feita, conseguiu penetrá-la com uma só e certeira estocada.
Ela pareceu delirar, revirando os olhinhos de mel e soltando uma série de
gemidos entrecortados.
Aquela seria a relação sexual mais perfeita
de sua vida, teve convicção naquele momento. Mas houve algo que veio atrapalhar
a perfeição’total, embora não chegasse a lhe tirar a sensação de euforia e
vitória. Na hora H, quando ele se sentia esvair dentro das entranhas dela, sentiu
como uma cachoeira de água fria caindo sobre suas costas. E, ao mesmo tempo,
escutou uma voz de mulher aos berros:
– Seu Chico, Seu Chico, acode aqui rápido!
O seu gato está pegando a minha gatinha, pobrezinha! Já joguei um balde d’água
neles e não adiantou. Seu Chico, corre aqui, pula o muro, pelo amor de Deus.
Que horror, como é que eu não vi que a Penélope tinha entrado no cio???
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