quinta-feira, 24 de janeiro de 2013


UM CONTO ERÓTICO “EXPLÍCITO” DEMAIS  
MILTON  MACIEL   

Hoje postamos um conto que é ‘forte’ demais para mostrar no Facebook, Google+ ou nos grupos. Por isso o restringimos ao blog, onde ele espera os leitores como nosso presente de aniversário, pois o blog hoje completa 7 MESES de vida. O bolo de aniversário pode ser visto na foto, mas isso é o máximo que podemos mostrar aqui, questão de respeito.
  
Uma relação mui caliente!

Há meses ele estava de olho nela. Na verdade, desde que aquela gata sensacional havia se mudado para o prédio ao lado. Ela era mesmo demais, capaz de deixar qualquer um enlouquecido. A prova é que ele não era o único a suspirar por aquela musa, os outros caras do pedaço também viviam a fim dela. E como condená-los por isso?  

Ele sacou logo de cara que a concorrência ia ser braba! E viu que ia ter que apelar para algum artifício, porque não podia ter garantia alguma que ela fosse dar bola pra ele, que dirá aquilo ele queria que ela desse!

Aliás, a rigor, ela não dava bola era pra ninguém. Uma esnobe, isso sim. E que esnobe!  Se chegava à janela da frente, ignorava solenemente os caras prontos a se curvar até quebrar a espinha por causa dela. Com ele, então, a coisa era pior.

Isso porque um dia, quando ela passeava sozinha pelo jardim da casa dela, ele havia se aproximado um tanto afoito demais. Sim era preciso reconhecer: faltara-lhe classe e compostura. Chegou muito rápido, sem entabular uma boa conversa, um bom papo de aproximação. Foi só se chegando, se chegando. E aí, de repente, vendo aquela carinha mimosa a poucos centímetros dele, vendo aquele corpo enlouquecedor tão ao seu alcance, não se segurou: avançou demais o sinal, fez uma manobra de aproximação brusca e definitiva. O resultado foi que experimentou a mão dela na sua cara, num tapa que lhe pareceu, psicologicamente, uma verdadeira patada, as unhas dela lanhando o seu rosto descarado.

Depois disso é que a situação ficou muito mais feia pra ele. Se antes o esnobava, agora ela simplesmente virava a cara quando ele aparecia. Era evidente que não gostava dele. Também, ele havia sido imprudente demais!

Dessa forma passou-se mais um par de meses. Ele suspirando por ela, ela nem aí para ele. Verdade seja dita, porém: não estava nem aí para os outros caras também, para os seus concorrentes. Por isso quando, numa certa tarde, ela apareceu no pátio de casa com uma atitude totalmente diferente, ele estranhou demais. Ao invés do ar esnobe ou indiferente de sempre, ela desta vez deitou-lhe uma mirada de derreter iceberg e Titanic ao mesmo tempo.

Ela estava deslumbrante, mais fascinante do que nunca. Movia o corpo perfeito como se dançasse uma música sutil e envolvente, que só ela podia ouvir. Num certo momento ela se deitou no gramado, voltou-se para um lado e para outro, num movimento enlouquecedor. Ah, que coisa do outro mundo aquela gata! Era, sem favor nenhum, a mais linda que ele já tinha visto em toda a sua vida de malandro namorador. Deixava todas as outras no chinelo. A cara, os olhos de mel, a boca, o corpo e o... o rabo , com o perdão da má palavra. Ah, mas só falando assim: aquele rabo o deixava enlouquecido.

Como agora, toda aquela provocação estava lhe dando nos bagos. Tendo certeza que ia levar um novo tapa na cara, ele resolveu arriscar tudo. Nunca fora covarde, ia partir pro tudo ou nada. Pensou: ou dá ou desce. Acreditando que ele ia ter que descer, que ela não dava coisa nenhuma.

Mas ficou estupefato ao ver que ela agora não o repelia. Pelo contrário, parecia que o chamava com olhar e a postura do corpo enlouquecedor. Ele perdeu todos os receios e, com isso, perdeu também todos os modos. Aproximou-se tanto a ponto de tocá-la e abraçá-la de leve. Ela não o repeliu. Parecia gostar. Ali pertinho, ele aspirou o suave aroma que vinha daquele corpo escultural. Estava bem diferente hoje daquele do dia em que levara o doloroso tapa. Era doce, suave, instigante. Afrodisíaco, sem dúvida!

Aquilo deu-lhe nos bagos, e ele perdeu todo o controle. Ainda tentou se segurar, cantando para ela, como para se dar tempo e poder ganhar um mínimo de autocontrole. Ela não pareceu surpresa e, contrário a toda expectativa dele, pareceu ter gostado do seu canto e da sua voz, que ele mesmo achava feia e desafinada, tipo taquaral inteiro rachado. Mas, se a gatinha estava a fim, não era ele que ia perder a oportunidade. Encheu os pulmões e desatou na cantoria mais alta e gritada que já tinha feito na vida. Para ele estava horrível, mas para ela parecia a mais delicada serenata, pois ela se aproximou ainda mais e começou a se esfregar nele, delicadamente.

Ele então sentiu toda a força da sua masculinidade intumescer e a enlaçou por trás. Ela aceitou a abordagem e então os dois explodiram numa cena de sexo intenso e explícito ali mesmo, em plena grama do pátio. Ele não parava de cantar, porque parecia que o seu canto tinha o condão de enfeitiçá-la e de excitá-la. Aproveitou-se da aceitação passiva dela e de repente, assim mesmo como estava, às costas dela, com uma brusca manobra muito bem feita, conseguiu penetrá-la com uma só e certeira estocada. Ela pareceu delirar, revirando os olhinhos de mel e soltando uma série de gemidos entrecortados.

Aquela seria a relação sexual mais perfeita de sua vida, teve convicção naquele momento. Mas houve algo que veio atrapalhar a perfeição’total, embora não chegasse a lhe tirar a sensação de euforia e vitória. Na hora H, quando ele se sentia esvair dentro das entranhas dela, sentiu como uma cachoeira de água fria caindo sobre suas costas. E, ao mesmo tempo, escutou uma voz de mulher aos berros:

– Seu Chico, Seu Chico, acode aqui rápido! O seu gato está pegando a minha gatinha, pobrezinha! Já joguei um balde d’água neles e não adiantou. Seu Chico, corre aqui, pula o muro, pelo amor de Deus. Que horror, como é que eu não vi que a Penélope tinha entrado no cio???

Nenhum comentário:

Postar um comentário