MILTON MACIEL
Sofre, silente, o que te chega agora
Arrasta o passo
pesado pelo chão.
Caminha só, no
olhar desolação,
E ouve o silêncio
que ecoa ainda
A ressoar pela
agonia infinda,
De descobrir que
é chegada a hora
De ser levado,
para sempre, embora.
Ouve o lamento
que ninguém escuta
Que vem do mais
profundo do teu peito;
Ao descobrir que
em teu corpo perfeito
Se abrigam as
sombras da destruição,
As quais se
alastram, sem limitação,
Pelo estertor da
carne dissoluta,
E contra o qual é
inútil qualquer luta.
Ouve! Que a
morte, silenciosa, espreita.
E o horizonte
desta vida encurta.
E, enquanto o
alento da esperança furta,
Prepara o fardo
de mais sofrimento
Pois já, à dor,
se soma o desalento,
Que qualquer
gesto de alegria enjeita.
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