terça-feira, 29 de janeiro de 2013


PARA MEU FILHO   
MILTON  MACIEL  

Há exatos 14 anos, 1999, um menininho fazia 9 anos e eu, numa madrugada até 6 da manhã, escrevi para ele um livrinho em poesia, do qual tomo hoje emprestados alguns poucos versos. Era o último dos nossos quatro anos em Maceió, quando fui Secretário de Agricultura. Anos depois, fazendo uma análise vocacional do seu mapa astrológico, concluí que estava frente a uma típica assinatura de escritor. Ele tinha 14 anos e todos sabemos dessa sua vocação desde então. Hoje ele faz 23 anos. Acaba de se graduar em Letras, com notas fantásticas, escreve divinamente, já foi publicado em livro aos 19 anos, em revistas aos 17. Tem um blog de respeito, em dois idiomas (eski de letras), escreve diariamente material para seus livros. Enfim, era exatamente o que estava ali naquele mapa astrológico natal, cujo horário de nascimento é absolutamente exato aos segundos, porque eu, o astrólogo e o pai, estava lá, na sala de partos, com uma câmera na mão e, no pulso, um relógio acertado com relógio atômico do IAG da USP, em São Paulo. Então permitam que um pai arqui-coruja (são cinco filhas e filhos notáveis, cada um admirável por seus méritos) volte um pouco ao passado e recante os versos simplesinhos, feitos para uma criança de nove anos. É minha pequena homenagem, recantada 14 anos depois..

PARA MEU FILHO
I – A Vida – pg. 7:
Querido filho Juliano,
No poema que aqui vai,
Vai o coração de um pai,
Que tanto o ama e admira.
E tudo o que mais aspira
É servi-lo no seu Plano.

Em cada verso o que quero
É lhe dar conhecimento
Do gozo e do sofrimento
Que são a essência da vida,
Ora alegre, ora sofrida,
Que vai de um Jesus a um Nero.

Entre a bondade e a maldade,
Entre a vilania e a fé,
A vida é aquilo que é.
Temos mais é que aceitá-la,
Para podermos vivê-la
Achando a nossa Verdade.

II – Os Enganos – pg 11
Pois saiba, filho querido,
A vida é cheia de enganos,
E aqui, nos seus nove anos,
Lhe dou este testemunho,
Com a experiência que tenho,
Após tanto ter vivido.

É errando que se aprende,
Pois ninguém nasce sabendo.
E assim, ao irmos vivendo,
Ora errando, ora acertando,
Vai o ser evoluindo
E a sua essência depreende.

O ser humano é imperfeito,
Por isso nasce na Terra,
Lugar onde tenta e erra,
Até lograr fazer certo,
Da perfeição chegar perto,
Vencer seu próprio defeito.

III – Os Enganos – pg 14
Uma coisa lhe peço, filho:
Não me tome por modelo
De perfeição ou de zelo,
Pois sou apenas humano
E, aqui neste nosso plano,
Bem discreto foi meu brilho.

Mas se posso ter orgulho,
De algumas coisas na vida,
Vivendo esta dura lida,
Não é de não ter errado,
Mas ter errado e acertado.
A outra, é você meu filho!

De ser seu pai o orgulho
É mais que justificado.
Quer dizer que fui julgado,
Apesar de tudo, à altura
De tão nobre criatura,
Recebê-la como filho.

E assim minha vida vai,
Seguindo dia após dia,
No esforço, na porfia,
Tentando me melhorar,
Tratando de merecer
A honra de ser seu pai.

IV – O Saber - pg 25
Meu filho, a Sabedoria
Deve ser sempre sua meta.
Sua mente, como uma seta,
Deve ser sempre aguçada,
Brilhante, sincronizada,
Como um sol de meio-dia.

Para usar a inteligência
Com que você já nasceu
(porque tanto já viveu),
É preciso estar alerta,
Ter a mente sempre aberta
E também ter paciência.

Pois muito esforço é preciso:
Muita leitura, muito escrito,
Muita história, muito mito
E muita ciência também.
Depois é a arte que vem
Nos dar equilíbrio ao juízo.

Leia tudo o que conseguir!
Nunca o ler é em demasia,
Romance, conto, poesia,
Crítica, ensaio ou cordel.
Sorva tudo como um mel
Que sua mente vai nutrir.

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