ALLINE DE TROYES - 8a. parte: GILLES DE TROYES E MONSIEUR L’ABBÉ
MILTON MACIEL
Fim da 7ª parte:
E então o
centurião compreendeu perfeitamente que Gilles de Troyes era o nome do jovem
gaulês atrevido que lhes fora apresentado amarrado na noite de sua chegada ao
acampamento. Gilles de Troyes era simplesmente Alline de Troyes em sua
identidade masculina.
8ª parte:
Confiando em sua
conclusão, o centurião resolveu testá-la, dirigindo a palavra à jovem gaulesa, que
estava totalmente absorta em conseguir que o alamano ferido deglutisse mais
alguns goles de água, o que demandava esforço e paciência:
– Gilles de
Troyes, por favor...
A moça respondeu
sem se voltar, absorta totalmente no que fazia:
– Um momento só,
senhor.
E, falando no
idioma alamano, continuou exortando o prisioneiro a se esforçar para engolir a
água. Quando enfim se deu por satisfeita, voltou-se para a voz que a chamara e
reconheceu Caius Marcellus, parado à entrada da tenda. E só aí se deu conta que
ele a tinha chamado de Gilles.
– Bom dia,
senhor. Ou boa tarde, nem sei que horas são agora.
– É boa tarde,
Monsieur Gilles de Troyes, já passa de uma hora desde que o sol passou pelo
meridiano. E, pelo que eu soube, o senhor, como um gaulês tinhoso que é, não
comeu nada ainda, desde que levantou. Ficamos sabendo de suas peripécias na
tenda dos romanos feridos. Mas o que mais me surpreendeu foi ver você aqui, ajudando
os inimigos feridos. Poucas horas atrás, tanto eu como você estávamos era
tratando de abrir essas feridas mortais neles.
– É verdade,
senhor. Naquele momento era eles ou eu. Se eu não os matasse, eles me matariam.
Mas agora é completamente diferente. Este não é mais um guerreiro inimigo,
avançando com uma arma contra mim. É apenas um homem muito ferido, a caminho da
morte, se não receber ajuda. De mais a mais, como saber se este não é um dos
muitos a quem eu mesma atingi?
– Estranha forma
de raciocínio, jovem Alline. Chega de chamá-la de Gilles. Apenas o fiz para
mostrar que eu decifrei sua charada de ontem à noite. Estranha forma mesmo.
Porque, se você ajuda esse homem e ele fica bom, será mais um inimigo que poderá
atacá-la no futuro. Não pensa assim?
– Francamente
não, centurião. Por enquanto, para mim, é só um ser humano desvalido,
precisando de ajuda. Digamos que eu o salve. Se, amanhã ou depois ele me atacar
como um combatente inimigo, então terçaremos armas e o melhor vencerá. Terá
sido uma luta limpa e um duelo justo. E, talvez, eu venha a matá-lo, e estará
tudo certo. Ou talvez ele me mate, o que também estará certo.
– Continuo não
entendendo a sua lógica, moça. Mas isso não vem ao caso. Por favor, venha
comigo, o general Jovinus esteve muito aflito com seu desaparecimento. Eu mesmo
a procurei durante horas por todo o acampamento e nos arredores todos dele.
Custamos a saber que você estava nas tendas dos feridos. Venha. Vamos nos
juntar ao general e aos outros oficiais, vamos comer, você precisa se
alimentar.
– Ah, centurião,
o senhor está vendo esse pobre homem todo manchado de sangue, dormindo encolhido
no chão, quase ao seu lado? Pois este é o único enfermeiro que ficou cuidando
destes pobres prisioneiros feridos. Esse, sim, é um homem admirável. Passou a
noite toda em claro cuidando de dezenas de alamanos em mau estado. E, quando
entrei aqui esta manhã, ele continuava firme em seu posto. Precisei mentir que
o general me havia mandado substituí-lo, para que ele concordasse em parar e
descansar. E caiu imediatamente nesse sono profundo, coitado. Quando ele
estiver desperto, eu quero saber o nome desse enfermeiro e quero ter a honra de
apertar-lhe a mão.
– Estranha
lógica ainda, moça gaulesa… Mas isso não é o que importa. O que importa é que você
tem que sair daqui agora mesmo e ir se alimentar, fazer seu refeição em nossa
companhia.
– Estranha
lógica essa sua, centurião. Pois a única coisa que importa de verdade é ajudar
estes feridos. E eu não sairei daqui, apenas para comer, se não tiver ninguém
para ficar no meu lugar. Vá almoçar com seus colegas e o general. Agradeço
muito o seu convite, seria uma honra, mas eu não posso.
– Não pode
porque tem que ficar ajudando um maldito inimigo em quem você horas atrás podia
estar jogando flechas mortíferas?
– Isso mesmo,
senhor! Vejo que entendeu muito bem. Então, se me dá licença, há outros homens
precisando de ajuda urgente – e virou-se de costas para o centurião, indo
retirar as bandagens sujas de um prisioneiro que delirava.
– Mas… Mas… Isso
não faz sentido! Você não come nada desde ontem…
– Grande coisa,
centurião!... Passei três dias sem comer na floresta, seguindo os movimentos
destes alamanos e nem por isso morri ou fiquei fraca. Comer não é a coisa mais
importante do mundo. Por favor, agora vá, está começando a me atrapalhar,
desculpe a franqueza. Apresente meus agradecimentos ao general pelo convite. E
por ter se preocupado comigo, não havia necessidade.
E, com um
esforço inimaginável para seu corpo delgado, a gaulesa suspendeu o enorme homem
e o recolocou em outra posição no catre. Caius Marcellus quase esfregou os
olhos, para ter certeza que não estava tendo miragens: Como?! De onde tirava ela aquela força? E por que não lhe pedira
ajuda ? Mas, a seguir, respondeu a si mesmo: certamente ela pensa que eu não ajudaria um inimigo. E estaria certa em
pensar assim! E eu? Estarei eu certo? Ah, essa gaulesa me faz raciocinar muito
mais do que eu gostaria!...
Vendo que a moça
nem mesmo olhava mais para o seu lado, o centurião fez meia-volta e retirou-se,
indo ter com o general Jovinus, que ficou estarrecido com o que ouviu. Mas deu
uma ordem imediata, determinando que outro enfermeiro, dos que estavam com os
feridos romanos, fosse substituir Alline na tenda dos alamanos. Com isso, cerca
de dez minutos depois, viram a moça gaulesa sair de lá.
Flavius Jovinus
adiantou-se e a saudou efusivamente. O general estava cada dia mais fascinado
por aquela menina. Mais uma vez lembrou de seu filho primogênito e desejou,
fundo em seu coração, que ele fosse como Alline de Troyes. Não era! Perto dela,
era um pusilânime, um covarde.
– Que bom que
veio, Alline. Pode comer conosco agora.
– Ah, general,
quanta bondade a sua! Mas eu acabo de sair do contato com homens feridos e
doentes. Preciso urgentemente de um bom banho. Vou para o riacho. Não,
centurião, desta vez não precisa vir comigo. Avise apenas a todos os homens que
Alline de Troyes vai nadar levando seu arco e suas flechas para dentro do rio.
E que terei prazer em cuidar das feridas dos sobreviventes entre aqueles que
tiverem ousado me espiar.
E saiu
rapidamente, passou por sua tenda, pegou panos limpos e todos puderam ver que
ela, de fato, saiu dali para o riacho levando seu arco e a aljava de flechas.
Estímulo suficiente para que os soldados, agora não mais sob os efeitos do
vinho gaulês, tratassem de ficar bem comportados e longe do riacho, subitamente
tornado muito perigoso.
Cerca de meia hora
depois, a gaulesa apareceu vistosa, de roupas limpas e de cabelos molhados, na
frente da tenda onde tinha sido armado o pálio sobre as mesas de refeição dos
oficiais. Estes ainda desfrutavam dos melhores alimentos que foram apresados
nas carroças dos alamanos. Alline aceitou o convite para sentar ao lado do
general e do centurião e serviu-se enfim de algo para comer. Alguns poucos
pedaços de carne salgada, queijos e algumas frutas. Algo extremamente frugal,
para quem não comia desde o anoitecer do dia anterior.
O assunto, às
mesas de refeição, era evidentemente a intervenção extraordinária da jovem
guerreira no homem flechado moribundo, o cunhado de Caius Marcellus. E também a
estranhíssima atitude de tentar curar inimigos feridos na outra tenda. Ou seja,
como nos últimos dias, o assunto era sempre Alline de Troyes. Todos se calaram
quando ela chegou, mas o general estava por demais impressionado para fazer o
mesmo:
– Caríssima, assim
que terminar a sua refeição, aceitaria conversar com um velho guerreiro, para
continuarmos nossa fala de ontem à noite?
Alline, no
momento ocupada com um cacho de uvas, fez sinal com a cabeça que sim. Mas,
assim que ela mostrou que estava satisfeita, o general não se conteve:
– Minha jovem,
antes de voltarmos ao assunto de antes, que evidentemente iremos abordar em sua
ou na minha tenda, em particular – que dizer, com o centurião Marcellus também
– eu queria lhe perguntar algo que gostaria que todos aqui ouvissem: De onde
vieram os seus conhecimentos da arte de curar?
– Simples,
general. Da abadia de Troyes. Uma parte aprendi com o senhor abade, muito pouco
aliás. E quase tudo com o sábio druida Kelvin, o velho mágico, como era chamado
na abadia.
– Que estranho!
Isso dá a entender que havia um druida celta dentro de uma abadia cristã. Era
isso mesmo?
– Sim, senhor
Marcellus. Nosso abade era um homem de grande visão e não era, de forma alguma,
um sectário católico. Ele acolheu e concedeu todas as distinções possíveis ao
velho Kelvin. E costumava dizer que era a primeira vez que tinha a felicidade
de encontrar uma mente muito mais brilhante que a dele, com quem podia dialogar
e aprender. Tornaram-se grandes e inseparáveis amigos, nutrindo um pelo outro
um enorme respeito.
– Esse seu abade
é um padre muito diferente dos outros todos que conheci, moça.
– De fato,
general. Logo, logo os senhores compreenderão por quê. Mas foi, sem dúvida, o
velho Kelvin quem me ensinou quase tudo o que sei sobre a ars curandi. Inclusive a preparar e administrar seus incríveis
remédios.
– Como aquele
que aplicou hoje de manhã no pobre Eurico, meu cunhado?
– Isso mesmo,
centurião. A propósito, dêem-me licença, vou à tenda dos feridos ver como está
esse meu paciente.
E saiu com passo
ligeiro, compenetrada, sem esperar resposta de ninguém. Mas antes de
desaparecer, voltando-se rapidamente, falou para o general e o centurião.
– Se quiserem me
dar a honra, senhores, espero-os na minha humilde tenda para prosseguirmos com
nossa conversa. Daqui a meia hora, se puderem.
Os dois homens
consultaram o relógio de sol e menos de uma hora depois, anunciaram-se à
entrada da tenda da gaulesa, que já os esperava lá dentro.
– Muito bem, Alline de Troyes, não é necessário
lhe dizer o quanto estamos interessados na continuação de nosso assunto de
ontem. Marcellus já me fez ver que Gilles de Troyes é a identidade daquele
gaulês atrevido que nos invadiu, nos humilhou e nos salvou a seguir.
–Exatamente,
senhor. Esse é o meu nome masculino. Monsieur L’Abbé foi quem o colocou em mim.
Acho que vamos retomar nossa narrativa a partir deste ponto mesmo.
E, novamente,
Alline de Troyes assumiu o papel de narradora única da história:
“Naquela tarde,
quando terminou de atender a todos os fiéis da região, na fazendola de meus
pais, o senhor abade convocou nova reunião com toda minha família. E lhes
disse, de imediato, que tinha ficado tão impressionado comigo e com minhas qualidades,
que decidira tomar-me como sua serviçal particular. Seria uma espécie de
ajudante geral, cuidaria da sacristia e da congregação, da biblioteca e das
salas de aula. E poderia ajudar a ensinar as crianças a ler e escrever.
Meus irmãos
levaram um susto, ao verem nosso grande segredo revelado. Olharam
apreensivamente para nosso pai, que tinha o queixo caído e a expressão
aparvalhada. Minha irmã e minha mãe não tinha entendido nada. Então o abade
ordenou a meus dois irmãos:
– Corram a seus
aposentos e tragam-me algum material escolar de vocês. Os dois meninos fizeram
isso com velocidade relâmpago, ainda temerosos da reação de nosso pai. Assim
que voltaram com alguns papiros e duas tábuas de cera para cálculos
matemáticos, o abade falou para mim:
– Muito bem,
Alline, agora mostre para nós se seus dois irmãos, estes rapazes admiráveis e,
sem dúvida, os seus grandes amigos, foram bons professores.
Levantei e
comecei imediatamente a ler tudo o que ali estava escrito, de forma precisa e
rápida. Em seguida tomei de uma das tábuas de cera e operei os cálculos ali
armados. Quando quis pegar a segunda tábua, o senhor abade me interrompeu:
– Chega! Já
estou mais do que convencido. Parabéns, rapazes, vocês são mesmo ótimos
professores. Vou pensar em usá-los também, como ajudantes de escola. Phillipe e
Marcel ficaram exultantes, embora ainda olhassem nosso pai com desconfiança.
Então o abade completou:
– Viu só, senhor
Deauville, que filhos inteligentes e capazes o senhor tem? E que moça
inteligente e maravilhosa é esta sua filha? O senhor deve ter o maior orgulho
deles. Especialmente destes dois rapazes corajosos, que ousaram desafiar sua
proibição e ensinaram tudo que aprenderam à sua brilhante e heróica menina.
Isso é que é amizade entre irmãos, senhor! É a verdadeira fraternidade que o
Mestre pregou. E eles com medo que o senhor os castigue. Que absurdo! Pois se
eles só merecem elogios e agradecimentos de sua parte.
Meu pai
recuperou enfim a fala, depois de ficar por minutos completamente embasbacado,
mudo e sem ação:
– Sabe, senhor
abade, se alguém tivesse me contado isso, eu teria ficado furioso com eles e os
castigaria. Mas depois de ver o que vi aqui nesta sala, depois de ouvir suas
sábias palavras, mais uma vez tenho que reconhecer a minha estupidez. Fui um
grande estúpido ao seguir a tradição e negar o estudo a esta minha filha extraordinária.
Que acaba de demonstrar como é inteligente, além de corajosa. E seus irmãos,
sim, é verdade, não merecem castigo algum. Se alguém merece castigo aqui, é a
minha burrice. Ainda bem que vocês
desobedeceram seu pai, meus filhos.
Minha mãe, a
esta altura, deixava transparecer no rosto toda a sua contrariedade. Ela é que se sentia
traída por meus dois irmãos e por mim. Mas o senhor abade era por demais
perspicaz. Olhou para ela e falou suavemente:
– Duzentas
ave-marias parecem-lhe pouco, madame?
Minha mãe
entendeu imediatamente que sua máscara facial fora decifrada pelo abade e
tratou de sorrir:
– Certamente que
não, reverendo padre. Mas acatarei qualquer número que me determinar.
Então o abade
continuou a apresentar sua ideia, dizendo que precisava de uma moça como eu a
seu serviço. Que eu teria ótimas acomodações, refeições, estudos e uma paga,
que ele mandaria entregar a meu pai semanalmente. Com isso ganhou a imediata
aprovação até mesmo de minha mãe. Só em minha irmã era possível ler uma
expressão de desagrado e de inveja.
Meu pai
perguntou se eu queria ir para a abadia e eu, mais do que rapidamente, fui
buscar minha trouxa que já estava pronta há horas, apresentando-a como
resposta:
– Meu pai, a
abadia fica a apenas duas horas a cavalo daqui. Será muito fácil que nos
visitemos com frequência.
E foi assim que
segui, montada no meu próprio cavalo, atrás do senhor abade, feliz a caminho de
Troyes. Depois de cavalgarmos cerca de uma hora, ele parou e me fez sinal para
descer. Ofereceu sua mão para ajudar, mas eu já tinha descido com um salto,
como fazia sempre. Ele riu e me disse:
– É, você é o
tipo de moça que não precisa desta espécie de ajuda mesmo! Mas vamos nos sentar
um pouco aqui nesta relva, e observar o espetáculo maravilhoso do céu. Enquanto
isso, há algo que eu quero combinar com você, Gilles de Troyes.
– Com assim, senhor? Gilles?! Este é um nome de
homem, ao que me consta.
– Justamente, mocinha. Essa é a ideia. Se você quer
frequentar a escola junto com seus irmãos, vamos ter que recorrer a uma mentira
piedosa. Seu abade desde já a absolve do pecado – disse isso e caiu na
gargalhada.
Então ele me fez
ver que, se eu me vestisse de homem e apertasse meus seios com um faixa, por
muito tempo eu poderia frequentar a escola como se fosse um menino. Meus dois
irmãos mantiveram comigo um grande segredo por muitos anos. Pois agora teriam
outro: iriam se tornar os melhores amigos de seu novo colega, o gaulês Gilles
de Troyes.
Eu fiquei
simplesmente encantada e excitada. Ia poder ficar livre daquelas horrorosas
roupas de mulher, me vestiria como um rapazinho qualquer, o que eu tinha feito durante
a maior parte da minha vida. E não despertaria a discordância de todos na
abadia, que não aceitariam a presença de uma mulher entre os estudantes. Só
que, então, lembrei de um problema:
– Mas... e os
meus cabelos senhor? Como poderei escondê-los? Minha mãe me obrigou a deixá-los
crescer até ficarem esta massaroca enorme e incômoda.
Como resposta, o
abade tirou de sob a sela do seu cavalo uma pequena adaga bem afiada e falou:
Pois vamos
aproveitar que a noite não está escura e vamos livrar você desse estorvo já.
Disposta?
– Certamente
senhor – e voltei-me de costas para ele, suspendendo minha vasta cabeleira para
o alto com as duas mãos. O abade operou da melhor maneira que conseguiu, a
enorme mancha de cabelos castanhos foi ficando cada vez maior sobre a grama. A
cada corte que ele dava, eu exultava mais e mais, como se estivesse me livrando
de um grande peso que pairasse sobre mim. No final, ele me disse:
– Bem, isso é
tudo que eu posso fazer agora. Cubra a sua cabeça com o manto, amanhã, à luz do
dia, tentarei fazer um serviço melhor, usando tesouras. E trate de improvisar,
com suas próprias vestes, algo que fique um pouco menos feminino. Use este meu
manto preto, que ficará enorme em você, mas permitirá que se cubra da cabeça
aos pés. Vamos voltar a cavalgar e dentro de pouco tempo o meu novo ajudante de
ordens, o jovem gaulês Gilles de Troyes estará jantando comigo na abadia. Eu
contarei a meus pares como tive a felicidade de encontrar um jovem tão
inteligente e que sabe ler muito bem, em plena região camponesa.
E assim
começaram, senhores, aqueles que seriam os três anos mais felizes da minha
vida.
Continua: O druida celta e a descoberta do amor
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