BEIJO TUAS MÃOS AMADAS
MILTON MACIEL
Ó, minha amada,
quanta beleza há em tuas mãos!
Fecho os olhos
e as beijo, com saudade e respeito,
“Mesmo que o
tempo e a distância digam Nãos”,
Muitos Nãos. E
“guardar do lado esquerdo do peito”
Seja muito pouco
para tua onipresença envolvente,
Que me cerca e penetra,
ainda que estejas ausente.
Ó, minha amada,
quanta nobreza há em tuas mãos!
Quando, ordeiras,
digitam teclados, servem pratos,
Passam roupas, sobraçam
flores, protegem gatos,
Acarinham filhos,
abrem livros ou esfregam chãos.
E, em tua
profissão, são ainda mais maravilhosas,
Quando cuidam,
pacientes, da saúde das idosas.
Ó, amada, quanta
leveza em tuas mãos presentes
Quando, suaves e
sábias, tecem carícias de amor,
Fazendo em
ternura e afeto o mundo a seu redor.
Beijo, sim, essas
mãos suaves, bondosas, amantes,
Que, acima do
falso-belo dos esmaltes cintilantes,
Têm a beleza
humilde das coisas transcendentes.
E quando, um dia,
rugas e manchas o Tempo lhes trouxer,
Aí beijarei as
mais belas mãos que pode ter uma Mulher. (MM)
Miami, Fev, 1º.
2012
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