sexta-feira, 8 de abril de 2016

LUA  OCULTA – 83  
MILTON MACIEL 

83 – O PESO DO PASSADO
Fim do cap. 82:  "Celso Teles percebeu que ali havia muito mais coisa e não era coisa pequena. Murmurou para ambos:
– Vocês se conhecem, então?" 

Don Diego, pálido e visivelmente trêmulo, com um fio de voz, conseguiu responder:

– Si. Demás! De Buenos Aires…

Celso teve um lampejo. Talvez fosse melhor dar um tempo com o futebol, a ida para a sede esportiva podia espera um pouco. Perguntou, na verdade oferecendo uma sugestão:

– Vocês não querem que eu saia um pouco, para poderem conversar? Não temos pressa nenhuma, Don Diego. O que acham?

O argentino fez com a cabeça que sim. Carmen De Rios tirou enfim as mãos que cobriam o rosto e ficou com o olhar imóvel, contemplando o homem em pé. Não respondeu nada, mas para Celso, bom entendedor, foi a dica para que ele deixasse a sala e fechasse a porta atrás de si. Foi atrás de sua Lissinha.

Ao encontrá-la levou um susto: Ela estava sentada no sofá da sala de reuniões e tinha no colo uma outra moça que soluçava desesperadamente, encolhida como uma criança. E, para sua enorme surpresa, essa pessoa era Gládis De Rios! Celso não pôde deixar de pensar que aquilo era uma inversão total de tudo o que ele tinha visto até aquele dia: Era sempre Larissa que chorava amparada pela fortíssima e protetora Gládis. O que teria acontecido para fazer com que sua olímpica espanholita tivesse desabado desse jeito? Era a primeira vez na vida que ele via Gládis chorar!

Aproximou-se assustado, mas Larissa colocou o dedo sobre os belos lábios, fazendo calar nele toda e qualquer indagação. Celso ficou mudo, estático, observando sua Lisinha desdobrar-se em carinhos, envolvendo Gládis com os braços e passando a mão suavemente em seus longos cabelos negros.

Depois de algum tempo assim, Larissa fez sinal para Celso, apontando para a porta do seu escritório, dando-lhe a entender que a causa da comoção de Gládis De Rios estava lá dentro.

Don Diego! – percebeu Celso. Fez sinal apontando para sua própria porta e Larissa entendeu sua muda mensagem, fazendo que sim com a cabeça. E, ao mesmo tempo, fez-lhe sinal para que saísse e a deixasse só com Gládis. Pelo jeito, a coisa ali ia demorar.

Celso estava estarrecido com a situação. Então ele havia trazido para Amarante um homem que, pelo jeito, tivera algum tipo de relação muito forte com Carmen De Rios. E cuja presença tinha o poder de fazer Gládis desabar por terra como ele nunca teria pensado que pudesse acontecer. Então quem era, afinal, este Don Diego de Rivera y Alarcon?

Um homem correto, generoso, a quem ele, Celso, devia muito em sua vida. Um profissional competente e respeitadíssimo no ramo, estimado até por seus concorrentes maiores em três continentes, com os quais mantinha relações cordiais há décadas. Que idade teria agora? Pouco mais de 50 anos, imaginou Celso. Conhecia-o há pelo menos 20, fora ajudado por ele há 18. Então, fosse o que fosse que abalava tanto suas duas espanholitas, era coisa de muito tempo antes de Celso tê-lo conhecido, quando jogava na Espanha.

Fosse o que fosse, era algo que tinha a ver com a vida dele – e de Carmen – ainda na Argentina. Lembrava que Carmen de Rios tinha morado muito tempo em Buenos Aires e percorrido grande parte da Argentina com diversas companhias de flamenco. E que, depois de alguns anos, voltara para o Brasil, para a cidade de seus pais, Santos. 

Começou a estabelecer hipóteses e logo uma ideia apareceu claramente formulada em sua mente. Seria possível algo assim? Com certeza, esse algo explicaria o que estava acontecendo com Gládis agora. E o estado de choque, de perplexidade, que observara na sempre serena Carmen. E, não podia deixar de considerar também, o abalo que surpreendera em seu benfeitor argentino.

O que estaria se passando agora, atrás daquela porta fechada de seu escritório, no qual ele não poderia entrar, sabe-se lá por quanto tempo? Apurou a atenção e conseguiu ouvir que Gládis continuava chorando alto. Mas agora conseguiu escutar a voz suave e delicada de sua adorada Lissinha cantando uma espécie de berceuse italiana, nesse idioma, para Gládis.

Arriscou entreabrir levemente a porta da sala de reuniões e o que viu o fez comover-se: Larissa embalava Gládis e cantava para ela, exatamente como uma mãe amorosa faria com seu bebê. Celso era muito pouco dado a essas coisas, mas podia jurar que aquela sala inteira estava inundada com uma energia de Amor. Larissa parecia um poço de serenidade, uma fonte de paz e tranquilidade. Por um instante veio à mente de Celso a lembrança de uma Pietá que conhecera quando jogava em Roma, não lembrava bem em que lugar. Sim era isso, era como se as duas mulheres que ele mais amava em sua vida atual tivessem se fundido numa só estátua.

E Celso Teles fechou de novo a porta sem fazer qualquer ruído. Agora também ele estava calmo. Fosse o que fosse, Larissa encontraria em si mesma qualquer coisa que Gládis precisasse. E, fosse o que fosse, certamente Carmen de Rios encontraria o caminho ideal para resolver a situação. Quanto a ele, não havia nada que pudesse fazer. E soube muito bem o que precisava, por sua vez: Fúlvio Rondelli!

Encaminhou-se em passos rápidos para a oficina e, ao chegar, passou a tratar com o italiano de diversos assuntos atinentes aos novos câmbios automáticos da Mercedes para a nova linha do ano seguinte. Ah, aquele italiano também era um centro de força! Estar junto dele infundia paz e força, ao mesmo tempo. Como era bom ter um amigo assim!

Lembrou-se de ligar para a telefonista e avisar que, se precisassem dele, estaria ali na oficina com Rondelli. E pediu para a garota avisá-lo assim que seu visitante recém-chegado saísse do escritório, onde estava conversando com Carmen De Rios. Aí, completamente tranquilo, passou a contar para o amigo quem era aquele pretenso 'espanhol', qual o papel que ele tivera em seu passado e qual o papel  ainda mais importante que ele viria a ter na evolução da nova carreira de Celso.

Fúlvio Rondelli foi se deixando contagiar pelo entusiasmo de Celso, avaliou que só via um brilho assim tão intenso no olhar do chefe quando ele o pegava para cristo, para falar horas a fio sobre Larissa. 

Mas, à medida que Celso o foi colocando a par dos números que estariam envolvidos nos negócios, das cifras astronômicas do mercado internacional do futebol e das transferências de seus jogadores, o italiano começou a emitir seguidos assobios de admiração. Sim, senhor, aquele paulista era um capeta nos negócios! O que ele estava começando a empreender ali, quietinho no seu canto na humilde Amarante, ia fazer seu mais do que próspero negócio de venda de automóveis parecer brincadeira de criança. E, se ele já era um homem muito rico, iria ficar incomparavelmente mais rico ainda. 

Mas Rondelli notou, o tempo inteiro, que Celso Teles citava os números apenas para dar a seu interlocutor uma noção das proporções gigantescas do negócio e seu mercado. Em nenhum momento via nos olhos de seu chefe aquele brilho de ambição e cobiça dos fazem tudo por dinheiro.


Não, Celso Teles estava deixando muito claro o que o motivava realmente: o amor, o extremo amor ao futebol. E a preocupação com a carreira e a vida de centenas e centenas de jovens, de ambos os sexos, que ele queria tirar do anonimato e, para muitos deles, da miséria extrema, transformando-os em craques altamente valorizados. Ganharia, sim – e muito – com essas centenas de negociações de passes. Mas seus garotos e garotas ganhariam muito, muito mais, em todos os sentidos. E era isso que fazia os olhos de Celso brilharem, não era o dinheiro.

Sim, sim, da mesma forma que fizera com ele mesmo, Rondelli, o que Celso queria era encontrar, promover e definir o justo valor de cada uma de suas novas criaturas. E, então, aplicaria sobre elas o seu toque miraculoso de Midas.

– Sabe, Rondelli, eu fui muito feliz em minha carreira no exterior. Saí do brasil com 17 anos, direto para a Espanha, levado por um intermediário honesto, o Dario Ramos, já falecido, e que cuidou de mim durante o primeiro ano lá. Quando o pessoal do Saragoza quis aproveitar da minha fragilidade, sozinho e morrendo de saudade do Brasil e da minha mãe, ele engrossou com os caras e livrou a minha cara. E depois ele conseguiu me negociar como o outro time espanhol e eu me firmei.

– Um homem muito decente esse Dario. Era espanhol?

– Não, brasileiro de Alagoas mesmo. Poucos anos depois disso, Don Diego me procurou e começou a me mostrar que estava na hora de eu alçar voos mais altos. Entendi, graças a ele, que se eu ficasse na Espanha, poderia chegar aos times maiores, mas levaria muito mais tempo. Ele então me convenceu a ir jogar na Ucrânia. Concordei e ele me negociou com o Shakhtar Donetsk. E foi aí que eu comecei a ficar rico. Devo muito a este argentino, Rondelli. Muito mesmo!

– Muita sorte, mesmo, chefe. Dois homens de qualidade em sua vida de garoto principiante!

– Pois é, italiano. Isso é uma raridade. A maior parte dos garotos como eu, daquela idade, vão para fora e se dão muito mal. São iludidos com falsas promessas, depois colocados em condições muito ruins, há os que chegam a ser explorados em um verdadeiro trabalho escravo. Sem dinheiro, passam muito frio, passam fome, são obrigados a aceitar qualquer ocupação para sobreviver. Pois agora eu posso lhe dizer, meu amigo: é para evitar que isso aconteça com centenas de garotos – e garotas – que eu planejo há muitos anos, desde que eu, molecão ainda,  estava na Rússia, entrar como negociante do ramo. Eu quero que essa moçada tenha a mesma sorte, o mesmo tratamento que eu tive. Eu quero ser o Dario Ramos, o Diego Rivera deles, entendeu?

Fúlvio Rondelli engoliu em seco. Que homem ele tinha a honra e a felicidade de ter como seu chefe, amigo e, também, benfeitor! Que caráter. Não conseguiu falar nada... Celso continuou:

– Foi para isso, carcamano, só para isso, que eu poupei dinheiro, juntei dinheiro como um louco, investi em outros negócios, como este nosso aqui. Só para poder, um dia, me estabelecer como intermediário na transação de jogadores brasileiros e sul-americanos com os clubes europeus. Cada vez que eu fiquei tentado a ficar com um desses carrões importados que eu vendo, eu me policiei, pensando: Cara, você não precisa disso, é menos um menino que você vai descobrir e negociar um dia, menos um que vai sair da M, como você, e virar um carinha rico lá fora.

Fúlvio não se conteve, apertou a mão de Celso e deu-lhe um abraço apertado:

– Chefe, o senhor é o rico mais esquisito que eu conheci na vida! Não ostenta, não se exibe, não faz as coisas por lucro imediato, sabe reconhecer e pagar muito pelas pessoas... E agora mais essa: o ideal que está por trás desta sua nova meta de vida profissional é o mais nobre que se possa imaginar. Sabe, eu tenho orgulho de poder ter conhecido o senhor e estará aqui dentro desta sua empresa.

– Carcamano, eu tenho orgulho é de ser seu amigo. E isso diz tudo.

Antes que Rondelli pudesse responder, o celular de Celso tocou. Era a telefonista:

– Doutor, o seu visitante está aqui fora, está perguntando pelo senhor. O que eu faço?

– Ah, diga pra ele que eu estou aí em um minuto. E a Carmen, também saiu da minha sala? E a Gládis, a Larissa?

– Dona Carmen continua no seu escritório, chefe. E Gládis e Larissa acabam de entrar ali e fecharam a porta. A Gládis está estranha, parece que andou chorando, não sei...

– E o argentino está onde?

– Está no salão, caminhando entre os carros novos. Mas não está examinando nenhum, está só andando. Credo, parece um robô!

– OK. De uma corridinha até ali e diga para ele me esperar onde está. Já estou caminhando para o salão. Obrigado.

Instantes depois ele viu Don Diego caminhando entre os carros devagar, com passo um tanto estranho, mecânico, por isso a menina falara em robô. Era evidente que seu visitante continuava muito perturbado. Talvez agora ele, Celso, ficasse sabendo o que estava acontecendo de verdade.

– Olá, Don Diego, fui dar uma volta por aí, para deixar tempo para vocês dois conversarem. Valeu a pena?

Don Diego Rivera encostou-se em um Audi e olhou para Celso com um olhar mortiço. Só então ele percebeu que os olhos do argentino estavam vermelhos. E Don Diego falou, em sua estranha mistura de espanhol e protuguês:

– Si, chico. Y como! Y eu estoy destrozado y contento, tudo ao mismo tempo.

Celso Teles não perguntou nada, apenas esboçou um leve sorriso e esperou até que seu antigo benfeitor quisesse falar. Quando ele o fez, Celso caiu das nuvens. Caramba, era bem o que ele tinha imaginado. E muito mais:

– Carmencita fué la mujer de mi vida, Celso! La única que eu amé de verdade. Estuvimos quase quatro años juntos em Buenos Aires. Pero eu já era casado. Y eu não tuve coragem de dejar mi esposa. Tenia dois hijos com ela. Era chicos, siete y quatro años.

Celso tentou se colocar no lugar de Don Diego:

– Eu nunca passei por isso, mas imagino que deve ser muito difícil mesmo.

– Yo não amava my mujer. Mas amava mis chicos com pasión. Por causa de ellos que eu não tinha coragem de dejar todo por amor de Carmencita.

– E então?

– Entonces ella se cansó. Y me dejó. Nunca mas la veí en Argentina. Se fué para el interior, dejó de bailar flamenco, se empregó como otra cosa qualquiera, que sé yo! Pero cortó todos los contatos conmigo.

– E o senhor nunca mais soube dela?

– Jamás! Foi el fim, ela desapareció nel aire. Nunca más. Solo hoje, agora mismo, foi que fiqué sabendo lo que aconteceu, que ela se vino para Brasil.

Celso notou que o homem fazia um grande esforço agora para se controlar emocionalmente. Talvez o que ele quisesse falar lhe pesasse ainda mais. Quando Don Diego rompeu o silêncio, conseguiu dizer somente:

– Carmencita se fué al interior llevando uma criança mia em la barriga, Celso! Tuvo uma filha mia, criou la nena solita, nunca me dejó saber de nada. Y se vino para Brasil después con nuestra hija – e, desta vez, os olhos do argentino se encheram de lágrimas.

– Una hija, uma filha mia, Celso! Eu tengo uma outra filha y no sabia nada até hoje! Y lo más increíble é que essa filha está aqui mismo, ali na sua sala, Celso. Carmencita me pidió para salir, sin ver la chica, que necessita hablar com ella antes. Y yo todavía no pude ver mi hija, Celso. Caray, estoy tan nervioso! Me odiará my hija?

Celso achou que era seu dever acalmar o homem. Não, ele não tinha culpa formada em relação a sua filha – Gládis De Rios! Afinal, nunca tivera conhecimento da existência dela. E aquela espanhola cabeça dura era perfeitamente capaz de tomar a atitude que tomou. Sim, aquilo seria bem de Carmen De Rios! Então falou:

– Acalme-se, Don Diego. Com certeza, Gládis não tem razão para odiá-lo.

– Gládis?! Es esse o nome dela? Que hermoso!

– Sim, ela é Gládis De Rios. Prepare-se, Don Diego, o senhor vai conhecer uma das mulheres mais bonitas que verá na vida. Sua filha é deslumbrante. Mas isso não é nada perto das qualidades dela. É a pessoa que eu mais admiro no mundo, depois de minha noiva. E eu a considero minha melhor amiga. Trabalham comigo há muito anos, ela e Carmen.

– Gládis De Rios – murmurou o argentino – Lástima que no tiene meu apellido. Es decir, meu sobrenome, em português. Celso, yo estoy helado,, amigo. Helado. Hace mucho años que no sé lo que é ter miedo en la vida. Ahora, chico, me estoy muriendo de miedo. De miedo de ver minha filha y lo que ella vá a fazer. Ah, Celso, me falta coragem para enfrentar my hija, amigo! Estoy temblando por adentro. Tremendo...

Celso achou que podía fazer alguma coisa para acalmar seu  visitante. E arriscou:

– Pois, Don Diego, vamos dar um tempo a mais para isso. Para quem já esperou mais de vinte anos. Acho que mais umas horinhas não vão fazer diferença. Um momento, deixe eu trocar uma ideia com Larissa, já volto.

Na verdade, o que ele queria era falar com Carmen. Entrou em seu escritório sem bater e viu que o ambiente estava mais tranquilo do que havia imaginado encontrar. Larissa, como um verdadeiro anjo loiro, segurava as mãos das duas espanholitas. Estavam as três sentadas no sofá maior, uma espanholita de cada lado de Lissinha. Gládis tinha a cabeça afundada nos cabelos loiros de Larissa., mas não chorava mais. Carmen olhava para as duas com sua mesma velha calma de sempre. Quem a visse somente agora, não poderia imaginar o sufoco pelo qual ela havia passado poucos minutos atrás. Quando viu Celso entrando, perguntou:

– Como está ele?

– Arrasado. E com muito medo.

– Medo?

– Sim, medo que sua filha o odeie agora, foi o que ele disse.

Carmen meneou a cabeça, com um sorriso triste e falou:

– Bem se vê que ele não conhece a filha que tem. E além disso, ele não tem culpa nessa coisa de pai e filha, não sabia de nada. A culpa dele foi a de ter sido covarde antes disso.

Celso explicou o que pretendia fazer:

– Olhem, meninas, eu estou pensando em levar o Diego para a minha academia e passar a maior parte do dia lá com ele, enquanto vocês acertam os ponteiros entre vocês aqui. O que vocês acham?

Gládis foi a primeira responder:

– Faça isso, por favor, jefito! Pelo amor de Deus, Também eu preciso de mais tempo para me preparar para esse encontro. Eu fantasiei esse momento todos os anos da minha vida. Mas agora que ele vai acontecer, também eu estou com medo. Leve ele embora, me dê esse tempo, por favor.

Carmen concordou com a cabeça e revelou:

– Ainda assim eu não ia falar nada para Gládis, mas esta menina, você sabe Celso, a gente não pode esconder nada dela. Nada que esteja muito perto dela, principalmente. Então, antes que eu tivesse levado o choque de me ver frente a frente com Diego, ela intuiu tudo e ficou mal, péssima. Mas nossa Lissinha cuidou dela como um anjo, você precisava ver.

– Mas eu vi! Um anjo de verdade, sem dúvida, Carmen.


 Larissa iluminou a sala com seu sorriso mais bonito, ergueu-se, deu um beijo agradecido em Celso e voltou a sentar entre as amigas. 

Celso saiu. Hora de convencer um argentino emocional a se refugiar no outro amor da vida dele – e da de Celso também – o futebol!

CONTINUA

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