MILTON MACIEL
Miasmas
fosforescentes assolam a madrugada:
Névoas, nuvens,
sombras, formas, vultos, passos.
Medos, dores,
pressentimentos, todos os cansaços,
Fantasmagóricas
essências, o vazio, o fim, o Nada.
Desintegram-se as
estrelas, os mundos estremecem,
Feixes de
partículas: fótons, mésons, prótons, quarks.
Esboroa-se o
universo: os derradeiros corpos darks,
E a energia
incontrolável dos sistemas que fenecem.
Desfazem-se as
essências, apagam-se as histórias,
Não sobram nem
vestígios, nem rastros, nem memórias.
Contrai-se o
grande Todo, que o Nada a tudo suga,
Encolhe-se o Universo,
sobre si mesmo implode.
E o Homem vê que é o
fim, que ele mais nada pode.
Que, então, para sua
alma, não resta qualquer fuga.
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