MILTON MACIEL
64 - MARIA AMÁLIA, PSICÓLOGA
Fim do cap. 63: "Imagine só, cara, encontrar de repente, pela frente, aqueles três mastodontes juntos, Aurélio, Nicanor e Anselmo! É de arrepiar qualquer um. Aí o sujeito corre pra salvar a pele a acaba na jaula do delegado Oliveira. Grande salvação!”
Duas
semanas atrás, a psicóloga Maria Amália estava pronta para embarcar para
Amarante, via Navegantes, quando foi avisada, ainda na sexta-feira, que teria
que reprogramar sua vinda. Foi quando Celso e suas meninas ficaram sabendo da
tentativa de assassinato que ele sofreria por parte de Jardes e isso, sem
sombra de dúvida, era um motivo muito sério de absoluta força maior.
De fato,
na segunda feira, por volta de meio-dia, quando estava previsto que Jennifer e
Larissa iriam pegá-la de carro no aeroporto de Navegantes, o que estava
acontecendo de fato era o “velório” de Celso Teles na prefeitura. Quando tudo passou
e a poeira baixou, no final da tarde dessa segunda, Larissa lamentou:
– Puxa,
esse meu pai continua me impedindo de fazer terapia, mesmo agora que acaba de
ser preso pelo delegado. Por culpa dele a gente teve que suspender a vinda da
minha terapeuta. Que coisa horrível!
Mas
Celso lhe garantiu:
– Meu
amor, eu sei o quanto você quer a Maria Amália aqui em Amarante. Eu lhe garanto
que ela vem, vou pedir para a Jennifer conversar com ela e reprogramar a vinda,
vamos ver quando ela pode vir.
E
finalmente agora, duas segundas-feiras depois, salvo Celso Teles, morto
Valdemar Silva, preso Adolfo Schlikmann, mudadas Diva Silva para Paris e Marion
Schlikmann para Luiz Alves, acontecido o casamento do ano na cidade, Maria
Amália estava enfim chegando ao aeroporto de Navegantes, em Santa Catarina.
Desta
vez quem foi buscá-la de automóvel foi Carmen de Rios, pois Jennifer,
recém-casada, estava em plena lua-de-mel, dispensadíssima do trabalho. Obviamente, Larissa foi junto com Carmen,
ansiosíssima para, enfim, receber sua superterapeuta.
E
excitação e o medo de Larissa eram totais. Excitação porque sonhava em se
submeter a terapia desde que era menina, coisa que seu pai nunca havia
permitido. Excitação porque a terapeuta que ia desembarcar dali a pouco era
simplesmente o máximo, segundo todas as suas amigas e Celso Teles diziam: um
gênio da psicologia, simplesmente. Medo, porque... bem, Maria Amália ia logo
perceber que ela ainda era só uma coelhinha tímida, que tinha medo porque...
bem, não se considerava grande coisa: fora sua aparência exterior, o que era
ela afinal?
Bastava
se comparar com Jennifer, com Paula, com Carmen. Ali estava Carmen ao seu lado,
tão senhora de si e confiante, tão realizada profissionalmente e, ainda por
cima, uma grande bailarina de flamenco.
E,
lógico, não podia nem pensar em se comparar com Gládis. Mas Gládis era mesmo
incomparável. Ninguém podia se comparar com ela! Nenhuma mulher de 23 anos em
todo o mundo, com toda a certeza, podia ser o fenômeno que Gládis era. Ela era
melhor que qualquer outra em tudo e, como se fosse pouco, ainda era de uma
beleza extasiante e uma bailarina inigualável. Ah, Gládis era perfeita e ela
não podia se comparar com uma criatura perfeita.
Mas não
podia se comparar nem mesmo com Paula, que ela classificava como a número
quatro na hierarquia das mulheres mais maravilhosas do mundo, que tinha, para
ela, a seguinte ordem natural: Gládis, Carmen, Jennifer, Paula. Aí viria uma
lista de milhões de outras mulheres e, no fim dessa lista, a inexpressiva Larissa
Silva, só porque era bonitinha. Ora, grande coisa ser bonita! Milhões de
mulheres eram muito bonitas no mundo. E daí?
O que
seria ela, afinal, se não tivesse padrinho Fúlvio? E, agora, se não tivesse
Celso, Gládis e as outras moças? Por um momento imaginou-se sozinha no mundo
sem nenhuma dessas pessoas e teve um tal estremecimento que Carmen levou um
susto:
– O que
foi, menina?!
Larissa
estava visivelmente em pânico, seu braço estava enfiado no de Carmen e ela
sentiu através dele, que todo o corpo de Larissa estava tremendo. As
indefectíveis lágrimas já estavam começando a assomar nos olhos azuis. A
carinha era de puro susto.
– O que
aconteceu, Fofinha? Se assustou com o
que? Fale, não me deixe assim, eu estou ficando assustada também. O que foi?
Carmen
ficou com receio que Larissa se descontrolasse mais e gritasse ou chorasse alto; procurou dar um passo para o lado, obrigando-a a acompanhá-la, para
se afastarem de algumas mulheres que estavam sentadas em um banco, ainda que de
costas para elas.
Larissa
tomou as duas mãos de Carmen nas suas, apertou-as com toda a força, como se
segurasse uma tábua de salvação e falou, com dificuldade, com voz entrecortada,
resultado do esforço para engolir o choro.
– Ai,
Carmen, foi uma loucura da minha cabeça. Não sei porque... É que eu estava me
comparando com vocês e... Bem, de repente eu me imaginei completamente sozinha
no mundo, sem você e a Gládis, sem o Celso, sem o padrinho, sem as meninas, sem
o Leonzinho.
– Mas
pra que isso, menina? Que maluquice foi essa?
– Ai, eu
estava tentando imaginar o que a Maria Amália vai achar de mim. Ela é uma
sumidade, vai logo ver que eu não sou ninguém, só tenho cara e corpo. E aí fui
pensando essas coisas e vi que, se eu me sinto melhor hoje do que há uns meses
atrás, é só porque vocês e o Celso entraram na minha vida. E me dei conta que
eu não sou ninguém por mim mesma, entende? E aí eu me imaginei assim,
totalmente só no mundo, sem nenhum de vocês. E aí foi horrível, eu entrei em
pânico, não sei o que...
– Larissa!
– disse Carmen, apertando-lhe as mãos por seu turno, falando-lhe com voz muito calma:
– Não
faça isso, meu amor. Não faça mais isso. Nunca mais! Você é uma alma de Deus
como eu nunca vi, Lissinha. Você é a única pessoa realmente pura que eu conheci
nesta vida. Você é um centro de amor e de bondade, meu anjo. Você É um
anjo mesmo, por isso todo mudo, mal conhece você, logo chama você de anjo. Entenda
isto, de uma vez por todas, meu amor...
Fez
silêncio, colocou as duas mãos nos ombros de Larissa, fixou o olhar nas duas
joias raríssimas de azul água-marinha e disse suavemente:
– Você é
uma criatura que É, Larissa. Você É! Está pronta. Você é Boa. Você é Pura. Você
é ainda mais bonita por dentro do que por fora. É o que eu disse: você é um
centro de amor e de bondade. Isso! Não importa o que você sabe ou não sabe fazer,
Lissinha. Não importa o que você tem competência para fazer no mundo. Você pode
fazer qualquer coisa ou não fazer coisa alguma, que você vai continuar sendo.
Sendo um anjo, sendo essa criatura de luz que a gente ama à primeira vista, que
faz a gente amar você mais e mais a cada dia que passa, que faz um bem enorme à
gente só por estar ao seu lado, só por a gente pensar ou lembrar de você quando
você não está junto.
Larissa,
como costumava fazer, afundou sua cabeça nos cabelos de Carmen, abraçou-se com
ela e deixou que o resto de sua emoção extravasasse. Carmen percebeu que ela
chorava mansamente, cada vez mais suave e mas silenciosamente. Então ela se
esforçou para passar toda a energia boa que estava sentindo para a sua Fofinha.
Colocou todo o amor que sentia pela menina em sua mente e desejou que ela
sentisse aquilo e aquilo fosse como um bálsamo para ela. Desejou ardentemente
que Lissinha conseguisse absorver aquela energia, aqueles pensamentos tão reais
e tão sinceros.
Larissa,
no mesmo instante, parou de chorar, deu um passo atrás, olhou Carmen nos olhos
como se a visse pela primeira vez na vida, tomou-lhe de novo as mãos, desta vez
com toda suavidade e falou:
– Ah,
Carmen, eu não sei explicar, mas eu senti uma coisa tão boa, uma coisa tão
forte, uma paz tão grande... Como às vezes eu sinto quando eu estou assustada
ou triste e padrinho Fúlvio me abraça. Sabe, é como se uma coisa muito boa
saísse dele e... Bem como eu senti agora, como se saísse de você e me dissesse
que está tudo bem, tudo bem. Eu senti isso, de repente tudo estava bem, tudo
estava em paz, foi como se aquela angústia que eu estava sentindo desaparecesse
num segundo, num passe de mágica... Ah, Carmen... Deus lhe pague, você me
trouxe de volta ao mundo. Eu sei que foi você.
– Que
bom que deu certo, minha Fofinha. De
fato, eu tentei passar para você toda a energia boa, a energia de amor que eu
estava sentindo por você. E você captou, não há dúvida. Que bom!
Larissa
sorriu pela primeira vez e disse:
– O
melhor é que eu tive o chilique antes, já pensou se a Maria Amália vê esse meu
fiasco?
– Mas
ela viu tudo. Tudinho, E ouviu também!
Carmen e
Larissa voltaram-se vivamente para o banco, a voz que tinha falado isso saíra
de uma das mulheres que estavam sentadas ali. Evidentemente não fazia sentido o
que tinham escutado, porque o voo de Maria Amália só chegaria dali a uma hora.
Contudo
uma das mulheres, justamente a que tinha um chapéu grande e muito estranho na
cabeça, levantou e repetiu, sem se virar para elas, com uma voz algo arrastada:
– Eu sei
que a Maria Amália viu tudo. E ouviu. Eu garanto.
– Mas
como, minha senhora?... – objetou Carmen.
Nesse
instante a mulher tirou o chapéu e voltou-se para Carmen e Larissa.
– Maria
Amália! – gritou Carmen! É você!
– Maria
Amália!!! – gritou mais alto Larissa, estremecendo de novo, embora sem pânico –
Meu Deus, Carmen, ela viu o meu fiasco! Ela viu!
– E
ouvi, não esqueça. Ouvi!
E, ante
uma Larissa perplexa e assustada, com medo da má impressão causada, Maria Amália
falou:
– Menina
Larissa, você é mesmo um amor!... A Jennifer não exagerou nem um pouquinho.
Aliás, pecou por falta, não por excesso. Mas não foi culpa dela, não. Por mais
que qualquer pessoa se esforce para descrever você, nunca vai conseguir. A
gente tem que ver para acreditar! Então essa é a Fofinha de vocês, Carmen?
– Ela
mesma, Maria Amália. Só ela pode ser ela, não existe outra nem mesmo parecida.
Se você estava ouvindo, então deve ter compreendido o que eu afirmei. Ela É!
– De
pleno acordo, Carmen. Ela É! E É tanto, que eu reconheci essa menina assim que ela
entrou aqui no saguão. Veja que ela entrou primeiro, você parou para ver algo
na sua bolsa ali na porta e ela entrou sozinha. Eu só vi e reconheci você bem
depois de ter identificado essa loirinha como a Fofinha de vocês. Só podia ser ela. Você tem razão, ela deve ser
mesmo única.
Larissa,
ainda assustada, olhava para uma e para outra, sem conseguir dizer nada. Foi
Maria Amália que falou para ela:
– Como
é, Larissa, você não vem aqui abraçar a sua amiga, não? Não gostou de mim? Quer
que eu pegue o avião de volta?
– Não!!!
– E Larissa fez uma careta, olhando para os lados. Tinha falado aquele Não tão alto, que todo mundo tinha se
voltado para olhar para ela – Não, pelo amor de Deus, não fale uma coisa
dessas. Eu estou esperando pela senhora faz doze anos! Desde que eu tinha onze
anos que o que eu mais queria era fazer análise.
–
Maravilha! Que precocidade.
Carmen
não se conteve:
– Mas como aconteceu isso, como você já estava aqui no
aeroporto? Se o seu voo ainda está para chegar.
– Que
nada, eu é que mudei a coisa na última hora, pra variar. Cheguei em Congonhas
às 7 da manhã e o voo para cá só ia sair às 11 e meia. Aí eu vi que saía um voo
da mesma companhia às 9:20. Pensei: se vou esperar nesta balburdia de
Congonhas, prefiro ir antes e esperar num aeroporto pequeno, fico lendo meu
livro num silencio muito maior. E foi o que eu fiz. O voo saiu com atraso de
meia hora e eu desci aqui às 11 da manhã. O meu voo original chega às 12:30,
fora o atraso.
– E aí
você chegou antes de nós, sua danada.
– Isso,
cheguei e resolvi ficar meio escondida, para fazer uma surpresa. Bem, isso é
mentira! Eu fiquei meio escondida – e comprei aqui mesmo no aeroporto este
chapéu ridículo para isso – só para ficar observando a minha futura analisada,
a senhorita Larissa Silva.
– Mas é
uma danada mesmo! E aí, o que achou do que viu?
– Que a
gente vai se dar muito bem. Muito bem mesmo! E vou dizer mais: bastou esse
tempo de observação e, muito melhor, a cena entre vocês duas, para eu poder
afirmar o seguinte: Essa menina já me conquistou! Você tem razão, Carmen, é
impossível não gostar dela à primeira vista.
– A
senhora é tão legal... – disse Larissa, encantada.
– Mas
deixo de ser num instante, é só você me chamar de senhora outra vez.
– Ah... Não pode?
– Não
pode, mocinha. Entre nós só vai rolar o você e o tu, que vocês gostam de usar
aqui no Sul.
– Que
estranho. Eu chamando minha analista de você... parece uma falta de respeito.
Maria
Amália riu, sacudindo a cabeça para os lados. Colocou o horrendo chapéu de novo
e falou:
– Vamos
embora, garotas. No caminho você me conta, Carmen, se você tem ido muito para a
Flórida. Só pode, porque você, com toda certeza, encontrou a fonte da juventude do Ponce de
Leon, sua safada. Está mais moça do que há um ano atrás. E tão bonita quanto!
É, aquele avião que é a sua filha tem mesmo a quem puxar!
–
Obrigado, Maria Amália. Agradeço pela família, mas você conhece de onde vem
essa carga genética, não é?
– Que
dúvida: Mercedes De Rios, olé! Uma gata de mais de sessenta anos, aquilo não
envelhece nunca. Continua dançando daquele jeito fantástico?
– Melhor
do que nunca. Mercedes De Rios é um caso raro mesmo. E, por sorte minha e da
Gládis, a gente puxou só o lado dela. Já
pensou se uma de nós tivesse saído com a
cara do Papito?
Maria
Amália quase teve um ataque de riso:
– Benza
Deus! Ia ser uma desgraça, menina.
Entraram
no carro todas rindo ainda. Também Larissa tinha conhecido o pai de Carmen. Era
um homem de sessenta anos, com aparência de oitenta, casado com uma mulher de
60 anos, com aparência de 40. E feio como a necessidade.
Na
estrada, entre o aeroporto de Navegantes e Amarante, Larissa foi contando toda
sua vida. Maria Amália, competente e eficientíssima, estimulava-a, conduzindo
uma verdadeira anamnese tecnicamente, sem que a moça o percebesse. De qualquer jeito,
ela era tão ingênua e tão espontânea, que não perceberia isso mesmo e deixava
sair coisas que qualquer pessoa teria vergonha ou receio de expor, sem dar a mínima
importância ao fato de que Carmen a tudo escutava atentamente, enquanto
dirigia.
Larissa estava
em êxtase, falava de sua infância e de suas agruras com sua mãe amalucada e com
seu pai violento e, a todo instante, ia ás lágrimas. Mas, quando falava de Fúlvio
Rondelli ou de Leon Schlikmann, seu rosto se iluminava e ela sorria
radiosamente.
Pouco mais
de duas horas depois, quando chegaram a Amarante e à Teles Automóveis, a
terapeuta já tinha formado toda a sua estratégia de ação com Larissa. Foi para
Gládis De Rios, depois que ficou um instante a sós com ela, terminada a grande
festa que todos os que a receberam lhe fizeram, que ela contou o que ia fazer:
– Nada!
– Como
assim, nada?... – estranhou a espanholita.
– NADA! Nada
vezes nada! Não vou fazer nada com essa criança. Ela não precisa de mim.
– Ora,
Maria Amália, pois se é tudo o que ela está esperando feito alucinada, por você
e...
– É. Mas
eu não vou profanar esse templo que é essa garota por dentro. E, além do mais,
ela não precisa de mim, porque ela já tem VOCÊ, Gládis De Rios. E, como se não bastasse,
tem sua mamita, e Paula e Jennifer. E tem o Celso e o padrinho dela para
completar. E é convivendo com vocês que ela está crescendo e se ajustando, sem
que eu precise fazer mais nada. Principalmente se espelhando em você, Dona Gládis,
que ela tem como modelo de perfeição e adoração.
– Não
exagere, por favor.
– Não
exagero não. Aliás, acho isso ótimo. Você é que tem sido a terapeuta dessa
menina, Gládis. Eu só vou precisar mostrar para ela que ela NÃO tem que ser
igualzinha a você, que ela pode ser muito feliz sendo ela mesma. É só isso que
eu vou fazer. E, se eu não fizer, ela descobre isso sozinha em dois tempos.
– Dios Mio! Será possível, Maria Amália?
– Com
certeza. Olhe só aqui, na tela do meu celular. Aqui eu tenho um programa de
Astrologia profissional. Vou mostrar para você e não pense que isso é quebra de
ética profissional com minha cliente Larissa. É que você é que vai ser a minha
representante, nós vamos atuar as duas juntas e, assim que eu deixar Amarante,
você assume de vez o meu lugar, que, aliás, a bem da verdade, já era seu .
E,
voltando a tela do celular num angulo melhor para Gládis, falou:
– No
caminho, no carro, eu já coloquei os dados dela no programa e levantei o mapa
astrológico da menina. Olhe só o que deu: Sol, Lua e Ascendente em Libra! Caramba,
fica muito, muito dependente dos outros, de aprovação, de aceitação pelos outros,
de beleza, de relacionamentos. Mas o que você encontra: Marte na casa do pai, a dez, e
foi aquele casca grossa do tal de Valdemar. E a conjunção de Urano/Netuno na
casa da mãe, a quatro. E ela conheceu o pior lado do que esse arranjo planetário
representa simbolicamente.
– É – disse
Gládis – pelo jeito essa mãe dela sempre foi uma maluca.
– Pois é,
por isso eu disse o pior lado. É claro que isso não é causado pelos planetas, você
já sabe isso muito bem, sabe que eu não acredito em “influências” de planetas. Foi
o lado pior porque a mãe dela já era o lado pior em si. Uma desequilibrada total,
que deu de Urano o desligamento afetivo e de Netuno o lado avoado e irreal. Claro
que os coitados dos planetas não têm nada com isso, apenas indicam simbolicamente
as possibilidades. É, como todas vocês, minhas clientes, sabem, como eu sempre
explico, o que Jung chamou de sincronicidade.
– Sim,
sim, eu me lembro muito bem. Você sempre reforça isso, cada vez que nos atende
em suas consultas. Aliás, não vá se esquecer de mim, não é?
CONTINUA...
Mapa astrológico natal de LARISSA SILVA
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