MAR DE SOLIDÃO
Nos ventos que correm por sobre as montanhas,
nas ondas que oscilam perenes no mar,
nos raios de luz que provêm das estrelas,
não vejo mais nada, senão teu olhar.
Se vivo, que importa, sem tua presença?
Se vejo, que adianta, sem ver teu olhar?
E agora que espero, em vão, tua lembrança,
não há nem beleza, nem luz, neste mar.
Sozinho na praia, vagando na areia,
carrego um vazio que só faz aumentar.
Amargo me vejo, porque reconheço:
Perdi teu amor - eu não soube te amar!
Se agora me deixas e buscas tua vida,
que posso fazer, a não ser concordar?
Enquanto te tive fui fraco, insensível.
Agora tua ausência me faz delirar.
Enquanto caminho, sem rumo, na praia,
pergunto a mim mesmo onde posso chegar.
E as ondas respondem, incessantemente:
- Não há porto algum onde logres parar.
E, triste, definho ainda mais cada dia.
Só vejo o vazio do meu próprio olhar.
Estou só, te perdi... e agora percebo:
Minha solidão... é maior que este mar.
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