MILTON MACIEL
Trôpego passo meu
em meio à multidão,
Onde me levas,
assim lasso e cambaleante?
Haverá sina pra este
meu andar errante?
Alcançarei mais do
que a poeira deste chão?
Se mal me arrasto
pelo passadiço angusto,
É que, perdido, meu
percurso é desatino.
E, quando penso
ter chegado a meu destino,
O que encontro é
só meu leito de Procusto.
Nele eu suporto a
mais terrível das torturas,
Que é recordar seu
olhar frio e indiferente,
A me dizer que o
seu desprezo é permanente
E que, à frente,
só terei penas mais duras.
Estou prosternado
neste tremedal tremendo,
Vendo que a vida
se me esvai a cada instante,
Você, de mim, a
cada dia mais distante,
E eu, sem você, a
cada dia mais sofrendo.
Ah, e pensar que
o findar das minhas penas
Ocorreria a um
simples gesto seu apenas!
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