Tomba a folha
mansamente, em seu último suspiro,
Rutilante em tons
de rubro, de um brilho adamantino.
Despede-se da
luz, do bosque ‘inda verde, do retiro
Em que viveu sua
vida e onde cumpriu o seu destino.
Vezes sem conta
tragou sol, regurgitando oxigênio,
Como fazem sempre
as folhas, milênio após milênio.
Generosa supriu
flores, frutos, ramos, troncos, galhos,
Até fazer de sua árvore
o mais frondoso dos carvalhos.
Mas então o inevitável:
eis que seu ciclo terminou
E a folha, agora
velha, foi perdendo a serventia.
Foi-se o verde,
escureceu, perdeu seiva, ressecou
E então, se
desprendendo, alcançou o último dia.
Suave flutuou ao vento, tão tranquila a trajetória,
E chegou serena
ao chão, encerrando sua história.
Entendeu-se
feliz: era o final, missão cumprida;
Olhou pro céu, sorriu... E despediu-se desta vida.
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