BEIJO TUAS MÃOS AMADAS
Ó, minha amada, quanta beleza há em tuas mãos!
Fecho os olhos e as beijo, com saudade e
respeito,
“Mesmo que o tempo e a distância digam Nãos”,
Muitos Nãos. E “guardar do lado esquerdo do
peito”(*)
Seja muito pouco para tua onipresença
envolvente,
Que me cerca e penetra, ainda que estejas
ausente.
Ó, minha amada, quanta nobreza há em tuas
mãos!
Quando, ordeiras, digitam teclados, servem
pratos,
Passam roupas, sobraçam flores, protegem
gatos,
Acarinham filhos, abrem livros ou esfregam
chãos.
E, em tua profissão, são ainda mais
maravilhosas,
Quando cuidam, pacientes, da saúde das idosas.
Ó, amada, quanta leveza em tuas mãos presentes
Quando, suaves e sábias, tecem carícias de
amor,
Tornando em ternura e afeto o mundo ao seu
redor.
Beijo, sim, essas mãos suaves, bondosas,
amantes,
Que, acima do falso-belo dos esmaltes
cintilantes,
Têm a beleza humilde das coisas
transcendentes.
E quando, um dia, rugas e manchas o Tempo lhes
trouxer,
Beijarei as mais belas mãos que pode ter uma
Mulher. (MM)
Miami, Fev, 1º. 2012
(*) CANÇÃO DA AMÉRICA - Fernando Brant e Milton Nascimento
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