MILTON MACIEL
Sou um terrível otimista,
um louco sem conserto,
um ufanista.
(Um leso!)
Um destrambelhado e confiante brasileiro!
Se tivesse que me ouvir por meia hora,
Muito antes de poder mandar-me embora,
(E aceso!)
Preâmbulo feito,
declaro,
a quem interessar possa:
(Minha nossa!)
Prefiro os POETAS DELIRANTES
Aos sorumbáticos!.
Gosto-os vivos,
Muito altivos,
Atuantes,
destemidos,
extrovertidos
E fanáticos.
Épicos!
Que celebrem a vida
O gozo, o espanto!
Não a enxaqueca,
A dor-de-corno,
O gosto azedo,
A vida seca,
O próprio medo
E o desencanto.
Gosto-os agourentos,
Rebeldes,
Muito ativos!
E, não, lamurientos,
Melodramáticos
Reumáticos
Catarrentos,
Desditosos,
Chorosos
E passivos.
Prefiro os lunáticos,
do tipo atirado:
Projetados no futuro,
Desprendidos do passado,
Assistemáticos!
Que creiam no amanhã,
mesmo que incerto
e que olhem para a frente, confiantes,
Ainda quando a própria morte está por perto.
Sou um otimista patológico
Que passa todo o dia
Entusiasmado, ilógico,
Imaginando
Escrevendo
Redigindo
E até compondo,
Lá no fundo
Apaixonado,
Lambuzado,
de ALEGRIA!
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