segunda-feira, 16 de setembro de 2013

MAR DOS NAUFRAGADOS 
MILTON MACIEL

Cheguei atravessando a madrugada,
No meio de coriscos incessantes.
Trazia em mim a mesma dor de antes:
A angústia de não ter a minha amada.

Entre nós houve um oceano de degredo,
Entre nós, a solidão desesperada.

Fiz-me ao mar superando todo o medo
Naveguei como um doido em disparada.
Entre escolhos e rochedos, correntezas,
Para a frente: era chegar... ou era o Nada!

Colheu-me a escuridão das incertezas,
Varreu-me a tempestade desalmada,
Choquei-me com o recife, soçobrei,
Meu barco em mil pedaços destroçado.

Foi na Morte que achei forças e nadei
Com a energia de um ser desesperado.
Eu não podia aceitar meu próprio fim
Sem ver você de novo frente a mim!

Depôs-me o mar na areia, só, desacordado.
Mas ao raiar do sol, abri os olhos, despertei,
E vi que havia um... Anjo do meu lado.

Aos poucos sua imagem se formou
Ante meus olhos doloridos e cansados:
E era a mulher dos meus sonhos, meu amor,
Por quem venci o mar dos naufragados!

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