sábado, 17 de janeiro de 2015

BEIJO TUAS MÃOS AMADAS  
MILTON  MACIEL

Ó, minha amada, quanta beleza há em tuas mãos!
Fecho os olhos e as beijo, com saudade e respeito,
“Mesmo que o tempo e a distância digam Nãos”,
muitos Nãos. E “guardar do lado esquerdo do peito”(*)
seja muito pouco para tua onipresença envolvente,
que me cerca e penetra, ainda que estejas ausente.

Ó, minha amada, quanta nobreza há em tuas mãos!
Quando, ordeiras, digitam teclados, servem pratos,
passam roupas, sobraçam flores, protegem gatos,
acarinham filhos, abrem livros ou esfregam chãos.
E, em tua profissão, são ainda mais maravilhosas,
Quando cuidam, pacientes, da saúde das idosas.

Ó, amada, quanta leveza em tuas mãos presentes,
quando, suaves e sábias, tecem carícias de amor,
tornando em ternura e afeto o mundo ao teu redor.
Beijo, sim, essas mãos suaves, bondosas, amantes,
que, acima do falso-belo dos esmaltes cintilantes,
têm a beleza humilde das coisas transcendentes.

E quando, um dia, rugas e manchas o Tempo lhes trouxer,
beijarei as mais belas mãos que pode ter uma Mulher.           (MM)

Miami, Fev, 1º. 2012
(*) CANÇÃO DA AMÉRICA - Fernando Brant e Milton Nascimento:

“Amigo é coisa pra se guardar/ do lado esquerdo do peito/ mesmo que o tempo e a distância/ digam não...”

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