A MÉTRICA DO DESESPERO
MILTON MACIEL
A métrica do desespero enche a noite vazia...
Fria
penetra-a, com seus versos de pé quebrado.
Fado,
e enfado, dura sina, vaticínio e danação,
Vão
gemido, desprovido de sentido, vazio ai.
Vai
no escuro, olho duro, congelante, de medusa.
Musa
lesa da tristeza, destroçando o frio espaço
Aço
frio de suas garras nos rasgando o coração.
Tão
temível pelo nível da angústia que provoca
Toca,
fere, gela, rompe, aniquila e
desfigura.
Dura,
tétrica, torpe métrica, desespero tão cruel
Fel
amargo, tardio fardo, lasso passo, desalento,
Lento
avanço, que enche e assola a noite fria.
E a esvazia. (MM)
Miami, Fev 07 2012
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