sábado, 28 de fevereiro de 2015

PARTENOGÊNESE   
MILTON MACIEL   

Fecundaram-me, os sonhos, a dor e a solidão.
E na alma acostumada a, medrosa, divagar,
aconteceu uma gênese, uma autoconcepção:
Nasceu uma capacidade inesgotável de amar.

No âmago de minha alma, até então só e confusa,
eu pressentia e cultuava a imagem de uma musa;
E eu já vivia a certeza de um amor que chegaria.

Você apenas chegou e ocupou todos os espaços:
Minha carência absoluta, o vazio entre meus braços
e aquela ânsia de beijos que minha boca consumia.

Partenogênese, meu fado:
Nem foi preciso ter você para que o amor nascesse;
Bastou-me vê-la. E compreendi que ERA VOCÊ! E esse
meu coração rendeu-se... absurdamente APAIXONADO!

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