sexta-feira, 13 de junho de 2014

PORQUE VOCÊ DEVE AUTO-PUBLICAR O SEU LIVRO 
MILTON MACIEL 

Hoje em dia está muitíssimo mais fácil ESCREVER um livro. Há bons programas, como o velho novo Word, com bons corretores ortográficos e que já formatam o texto para livro, de forma que você já pode escrever dentro do formato final.

Existem cursos de formação de escritores, que oferecem a presença do coach e do grupo, ambos fatores de estímulo para que você tenha coragem de começar e terminar o seu manuscrito, com competência cada vez maior como autor.

Tudo isso faz com que tenhamos um número enorme de pessoas tentando lançar-se como escritores e escritoras. Contudo, pela própria multiplicação desses novos artífices da palavra, o número proporcionalmente não-crescente de editoras é incapaz de absorver e publicar essa enorme multidão de bons autores. E, para piorar as coisas, quando se trata do mercado de ficção, as editoras de maior porte preferem comprar originais no exterior, quase que só no mercado americano de Best Sellers.

Hoje, no Brasil, a chance de um novo autor ser aceito por uma editora que não lhe cobre para publicar seu livro é de 4% apenas. Ou seja, de cada 100 candidatos, só 4 vão ser aprovados, aceitos, publicados e vão receber cobertura de marketing e mídia.

Para os demais sobram as editoras pequenas, que cobram do autor o equivalente ao gasto com a produção física do livro e, de um modo geral, não têm capacidade de colocá-lo em destaque na mídia, o que o condena a vender muito pouco ou não vender. Uma grande parte dessa editoras só consegue sobreviver captando sempre e sempre novos autores, uma vez que o lucro delas está na venda da produção editorial em si ao autor e não à venda dos livros produzidos através das livrarias. Seu mercado comprador são os autores, não os livreiros.

A terceira via disponível é a da auto-publicação. Nesse caso você mesmo

a) Manda publicar seu livro através de uma gráfica convencional. Essa opção o obrigará a fazer tiragens de pelo menos 500 livros, idealmente 1000 ou mais, com a correspondente imobilização de capital investido.

b) Manda publicar seu livro através do sistema de impressão sob demanda. Nesse caso você não precisa imobilizar dinheiro em tiragens maiores, mas o seu custo unitário vai ser MUITO maior e a venda ficará, na imensa maioria dos casos, nas mãos dessa editora do tipo impressão sob demanda. Geralmente ela tem uma estrutura sofrível de distribuição e capacidade de venda.

c) Produz e publica seu livro VOCÊ MESMO, em quantidades muito pequenas, sem imobilização de capital em produção, custo muito baixo e direcionamento do seu esforço para mídia e vendas. Este é um caso de auto-publicação sob demanda que VOCÊ MESMO administra. Neste formato, você coloca seu livro recém-escrito e revisado imediatamente no mercado, sem depender de aceitação por editora convencional ou de impressão sob demanda.

Não se iluda pensando que o problema neste terceiro caso é a venda do livro. Porque o problema é o mesmo nas três opções. Vou repetir mais uma vez o axioma que aprendi ad nauseam nos cursos que fiz nos Estados Unidos:

1 - Livraria não vende livro – é tão somente o depósito físico ou virtual onde o leitor COMPRA um certo e bem determinado livro, que ele viu promovido em alguma mídia.

2 – Editora não vende livro – apenas o produz, manda a gráfica imprimir e a distribuidora entregar às livrarias.

3 – Quem vende livro é AUTOR! Se você não der as caras nas mídias convencionais e sociais, não tiver uma plataforma, não for ou não souber se fazer CONHECIDO, não há editora ou livraria neste mundo que possa garantir seu sucesso como escritor.

Ora, com uma chance tão baixa (4%) de ser aceito por uma editora brasileira de porte; e com uma obrigação de trabalhar para se fazer conhecido,  para poder vender em qualquer das três possibilidades de edição, então fica óbvio que o negócio é trabalhar para você mesmo:

1 – Aprenda a se tornar conhecido através do seu primeiro livro, produzido por VOCÊ MESMO em tiragens muito pequenas, apenas o suficiente para você ganhar acesso às mídias. Ou se você já publicou livros antes e já amargou o insucesso dos encalhes, aprenda de uma vez por todas que o caminho que você seguiu é o caminho errado.

Há poucos dias um cliente chegou a mim e me disse:

– Tenho um orçamento de oito mil reais para imprimir mil livros. Que lhe parece?

Perguntei-lhe:

–  Já os vendeu?

– Como?! Não claro que não, pois se ainda não mandei imprimir. O que eu devo fazer?

– Gastar muito menos menos do que isso em promoção e assessoria de imprensa. Imprimir você mesmo 50 livros para se apresentar como autor. E aí dando entrevistas, postando diariamente em seu próprio blog, mantendo um presença forte nas mídias sociais, fazendo palestras, dando cursos, você vai começar a vender livros e vai mandar imprimi-los à medida que os for vendendo. E aí vai passar de 1000, de 2000, trabalhando basicamente com o dinheiro do seu leitor e facultando a ele um preço mais baixo que o do mercado convencional. Você vai criar uma grife, estabelecer seu nome como autor, algumas editoras de porte vão se interessar por você e é bem possível que você nem se interesse por elas, pois seu negócio de fabricação e venda direta, mormente por Internet, de livros pode ser muito mais lucrativo. Você vai ser o que eu passei a chamar de um ESCRITOR AUTO-EDITOR.

            (continua)

Um comentário:

  1. Vida longa a esta iniciativa! Pretendo, futuramente, quando possível, frequentar este curso.

    Abraço

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