Em um momento de intensa produção,
onde busca inspiração em sua casa em Miami, ele quer dividir conhecimento com o
público catarinense
Jornal Notícias do Dia – CARLA NUNES
Escrever é uma tarefa difícil. Publicar
pelo menos um livro na vida é o sonho que muitas pessoas não conseguem
realizar. Mas esse não é o caso do escritor e conferencista gaúcho Milton
Maciel, que nesta terça (10), às 19h30, lançará nada menos que dez livros e o
audiovisual “O Futuro do Livro Impresso, do Jornal e da Revista, num mundo
cada vez mais digital”, baseado em seu livro de mesmo nome.
O lançamento será no Plenário da Câmara de
Vereadores de Joinville, acompanhado de um minissarau e de coquetel.
A publicação que resultou no audiovisual
nasceu de uma pesquisa de quatro anos nos Estados Unidos e também no Brasil,
mas levou apenas duas semanas para se tornar livro. O documentário analisa o
encolhimento do mercado dos livros físicos e dos empregos nas redações de
jornais, revistas e ambientes televisivos e, consequentemente, o que os
profissionais dessas áreas precisam fazer para preservar suas posições e sua
carreira.
Maciel é autor de 27 livros, entre
romances, contos, poesia, ensaios e divulgação científica; e mais 12 manuais
práticos de agricultura orgânica. O escritor está dez anos em Joinville, mas
tem uma segunda casa em Miami, Estados Unidos, onde trabalha na maior parte do
tempo. “Tenho vivido boa parte da minha vida em Miami, desde que me
apaixonei por ela em 2006. Lá, escrevo muito e com uma fecundidade
impressionante”, confessa.
“O Cerco”, novela histórica sobre a invasão
dos hunos à Gália, de 400 páginas, que foi produzido com a concepção de um
roteiro para filme, foi escrita em 43 dias. “Lolita de Aracaju”, que também
está em tratativas para filmagens nos EUA, levou só 47 dias para chegar à
versão final, “A Espera e a Noivinha”, 33 dias. E, nesse ritmo, as outras obras
foram feitas.
Enquanto está em Miami, Maciel aproveita
para escrever e isso justifica o lançamento de dez obras no mesmo dia. O
escritor explica que como não pôde lançar livros no Brasil enquanto estava em
Miami, a produção acabou acumulando.
Além dos próprios livros, Maciel escreve
para outros autores, como ghost writer
(escritor-fantasma). “Anualmente, escrevo vários livros para outras pessoas,
nas quais meu nome não aparece como autor”, conta. Segundo ele, a fórmula do
sucesso para tamanha produção, aos 70 anos, está em dormir apenas três horas e
meia por dia, ter um blog e ter pelo menos 49 cursos sobre a arte de escrever
nos últimos quatro anos.
Das lições aprendidas nos Estados Unidos,
Maciel desenvolveu seu próprio curso, chamado The Publishable Writer (O Escritor Publicável), que agora oferece
em São Paulo. As aulas são em parte presenciais e em parte online. O curso tem
ênfase na formação de escritores auto-editores, que não dependem de editoras
para publicar seus livros e ganham acesso ao mercado com livros físicos e
e-books próprios.
“Marketing e plataforma são tópicos
fundamentais a serem aprendidos pelos escritores que queiram viver
exclusivamente dos seus escritos. Afinal, escrever é uma arte, mas vender
livros é um
negócio”, considera.
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