sexta-feira, 12 de outubro de 2012


FOFOCA, MALEDICÊNCIA  (outra versão, completa)
MILTON  MACIEL
 
Outra fofoca chegando a seu ouvido curioso?
Não fique mais nessa roda, caia fora desse papo.
Cale-se, fecha a matraca, segure a língua de trapo!
Não seja outro a engrossar esse círculo vicioso.

Quando a boca venenosa solta a língua viperina,
Olhe a víbora nos olhos e pergunte calmamente:
Você viu? Estava lá? E se acaso alguém mente?
Tem certeza? Testemunhas? Ou só destila toxina?

Tanta gente se compraz em destilar seu veneno!
Inventa, aumenta, apoquenta –  e se realiza com isso.
É gente que, com a verdade, não tem qualquer compromisso,
Que chafurda em falsidades, com conhecimento pleno.

A fofoqueira envenena como um dragão de Komodo:
Sua baba venenosa destrói bem devagarinho.
Sua boca, praguejada, é de serpentes um ninho,
E o seu hálito rescende ao mais mefítico lodo.

Fique longe, não transija, com gente desse jaez.
Cuidado que esse pessoal é infecto-contagioso.
O envolver-se com eles é por demais perigoso,
Pois você pode virar a fofoqueira da vez.

E de sua parte interrompa essa corrente infernal.
No seu ouvido ela morre, por sua boca ela não sai.                                       
Pois, se sair, ela volta e sobre quem que recai?
Sobre você, certamente: de VOCÊ vão falar mal.

Não aceite ser um elo a mais nessa vil corrente.
Em você ela termina, a fofoca não vai em frente!
Pois Alguém já ensinou que, mesmo onde o erro medra,
“Só quem está sem pecado que atire a primeira pedra.”

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