A DAR CAMBOTAS, DENTRO, O CORAÇÃO
À sua vista, meu pobre
coração
Virou cambota no
meu peito vário,
Que, de
inconstante no seu modo diário,
Travou-se em
rocha firme da Paixão.
Esta mudança me
fez, desde então,
Em suas mãos
menos que um hilota.
Ah, por que tinha
que virar cambota,
Dentro do peito,
este meu coração!
No emaranhado
insano da emoção,
Fiquei variado,
tonto, apaixonado.
De hussardo dardo
o peito trespassado,
A dar cambotas,
dentro, o coração.
Sendo incapaz de
lhe dizer um não,
Sigo esta vida de
passo cambaio.
Como atingido por
malaio raio,
Vira, em cambotas,
o meu coração.
No estrupidar da
mera sensação
De me arrastar em
tolo desvario,
Corro a você,
como pr’o mar um rio:
Em cambalhotas o
meu coração!
(cambota = cambalhota)
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