E-BOOK – UM MERGULHO NO TÚNEL DO TEMPO
MILTON
MACIEL
Hoje bateu
saudosismo. Peguei uma das minhas ‘velhas’ revistas para escritor, dentre as assinadas por mim na Flórida desde 2007 (The
Writer, junho de 2009) e "viajei". Mas meu Túnel do Tempo tem apenas 7 anos. E é
tão engraçado ver o que diz ali na revista, na página 8, quando o autor comemora: “O
e-book finalmente dá seu grande passo”. E justifica: “Depois de anos de
problemas técnicos e vendas anêmicas, editoras como a HarperColins, a Random
House e a Simon & Schuster relataram que as vendas triplicaram em 2008 e
atingem agora 5% do mercado total de livros.”
E o artigo mostra que
“explodiu também a venda de dispositivos leitores de e-books, com o Kindle da
Amazon e o E-reader da Sony, que
custam entre 330 e 400 dólares.”
Pois é, só 7
anos e pouco!... O Kindle tinha sido lançado pra valer só um ano e meio antes,
no início de 2007.
Como
publiquei aqui em 9/1/2017, em “2017: 1O
ANOS DE KINDLE”, agora, a estatística é bem diferente. A participação do
e-book no mercado total passou dos 5% de 2008 para 25% em 2016 – oito anos
apenas. Mas o que me fez rir foi a mudança de preço do leitor Kindle: o
dispositivo mais básico da Amazon que custava 330 dólares em 2008 hoje é
vendido a 37 dólares no site da Amazon.
Lógico, uma vez que o software Kindle chegou aos smartphones, tablets e computadores, não há mais campo para
e-readers caros. Na verdade, quase já não sobra mais campo é para os e-readers
simplesmente.
Eu mesmo
nunca me interessei em comprar um deles, mesmo quando o Kindle básico caiu
abaixo de 50 dólares. Prefiro comprar,
descarregar e ler meus e-books e revistas digitais usando só o meu Samsung
Galaxy. Assim como o smartphone assassinou as câmeras digitais portáteis, da
mesma forma ele passou uma rasteira cruel nos e-readers em geral.
Lógico: você
TEM que ter um smartphone,
dispositivo que chega a lhe servir às vezes até como telefone (puxa, é mesmo,
quem diria, não?!). E já que você já investiu nele e ele está ali mesmo no seu
bolso, em qualquer lugar que você vá, trabalho, condução, escola, balada ou banheiro, por que gastar mais dinheiro comprando um e-reader dedicado, um trambolhinho
menos prático de carregar com você?
O smartphone
vem consolidando sua tendência ao gigantismo e, com sua tela maior, trucidou
covardemente os pequenos tablets de 6 polegadas. E, junto com eles, dançou o
Kindle básico. Então a Amazon lançou os tablets da série Kindle Fire, maiores,
com tela colorida e muito mais caros. Que continuaram apanhando do Iphone e do Galaxy, lógico. Mas é claro que a Amazon não está nem aí, porque o grande negócio dela é vender
o e-book, não o dispositivo e-reader.
Pois é, a revolução está em andamento. E logo, logo, vem aí a "Geração E", não esqueça.
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