domingo, 13 de abril de 2014

DA INCONSÚTIL TRAMA, ADREDEMENTE URDIDA
MILTON MACIEL
 
Da inconsútil trama, adredemente urdida,
Por uma mente má, ferina e manipuladora,
Fui eu a vítima descuidosa, atônita e perdida,
Aferrado para sempre à sua imagem sedutora.

Como um beócio, eu rastejei por seu caminho,
Sempre a entregar meu tolo amor adventício.
E, desde então, não sou mais ninguém sozinho:
Pois fez-se ela, para mim, mais do que um vício.

Minha dependência é tão cruel, devastadora,
Que me aniquila a vontade desde o início.
(Ela, consciente, me tortura, é meu cilício).

Sua frieza me estraçalha – lategada dolorida.
E eu, ad aeternum, nesta ânsia desmedida,
Sigo um fantoche, em mãos de tal destruidora.

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