Milton Maciel
No ocaso triste que a tarde cala,
Na Lua Branca que à noite fala,
No velo cinza que sobe ao chão,
Pressinto, tênue, teu vulto breve,
Suponho, suave, teu passo leve,
Respiro, tenso, minha paixão.
Se chegas mesmo, me tremo todo;
Se falas algo, me faço mudo;
A voz não sai, de nenhum modo.
Tento dizer... e esqueço tudo.
Silente quedo, quando a teu lado.
Te perco: cumpro meu triste fado.
(1º, Lugar: Prêmio Nacional NOVA LITERATURA, São Paulo, 2010)
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