Pediatras americanos recomendam ler para bebês
DESDE O SEU NASCIMENTO!
MILTON MACIEL
Gal Costa, saudosa amiga, me contou que sua mãe, Mariáh, quando estava grávida desta sua única criança, parava tudo o que estivesse fazendo à uma da tarde, sentava-se e colocava o rádio sobre a barriga. E durante uma hora, todos os dias, durante toda a gestação, sintonizava, com som bem suave, um programa que tocava músicas direto, sem propaganda, PARA QUE SEU BEBÊ PUDESSE OUVIR.
E Gal me falou que tem certeza que foi isso que influenciou sua única vocação de toda uma vida: “Desde que me conheço por gente, eu sabia que ia ser cantora, sempre quis ser cantora, só cantora.”
Eu me dei o direito de pensar que poderia ter sido exatamente o contrário: Será que não era o ser iluminado que estava para nascer que influenciava sua mãe a alimentá-la com música todos os dias?
Ela também me disse que, quando tinha 5 para 6 anos, as irmãs Sandra e Dedé Gadelha, que já tinham 9 e 8 anos, levavam Gracinha (Gal) e um caixote para uma pracinha pertinho da casa delas, em Salvador; colocavam Gal sobre o caixote e faziam-na cantar para o povo.
As pessoas adoravam, as meninas maiores pediam moedinhas para o público e... assim que viam que tinham o suficiente para pagar as entradas da matinê do cinema, saiam correndo para lá e deixavam Gracinha sozinha na praça, em cima do caixote, chorando. E Gracinha voltava para casa arrastando sua pesada caixa-palco.
Gracinha cresceu para se tornar a maior cantora do Brasil. Sandra cresceu e casou com Gilberto Gil. Dedé cresceu e casou com Caetano Velloso.
Por que estou contando isso? Para chamar sua atenção para este outro assunto: A Academia Americana de Pediatria (AAP) recomendou que os pais leiam para seus filhos desde o nascimento(!) até pelo menos os três anos, para estimular a aquisição da linguagem e outras capacidades comunicativas. Repito: DESDE O NASCIMENTO. Na verdade, recomendo que o faça desde que sua criança está NO VENTRE. Como Gracinha.
Diz a Academia:
“Ler histórias com regularidade para crianças pequenas desde o seu nascimento, estimula de forma ótima seu cérebro e reforça a relação com os pais, em um momento crucial de seu desenvolvimento. Em contrapartida, as crianças desenvolvem a linguagem, o aprendizado da leitura e adquirem capacidades socioemocionais para o resto de suas vidas”.
PARA O RESTO DE SUAS VIDAS, entendeu?!
Esta recomendação se apoia num fato cada vez mais reconhecido pelos neurologistas: uma parte crucial do desenvolvimento do cérebro se dá nos primeiros três anos de vida. Por isso a APP pede a seus membros que “incentivem todos os pais a ler em voz alta textos para seus filhos pequenos, o que pode reforçar a relação entre ambos e prepará-los para adquirir linguagem e as primeiras bases para a leitura”.
Quando eu tinha 4 anos e meio minha tia Santa me ensinou a ler em um dia. E isso mudou minha vida PARA SEMPRE. Quando entrei na escola eu já era um emérito leitor. Por isso fui sempre primeiro lugar da classe. Depois apliquei a mesma coisa a meus filhos. Ensinei-os a ler entre 3 e 4 anos. E eles foram sempre primeiro lugar na escola. Simples assim. Este ano estou prestes a completar a marca dos meus 43 livros publicados. Para quem o crédito? Para minha santa Tia Santa, que me ensinou a ler e me encheu de livros a infância inteira.
Leitor(a): LEIA PARA SEU BEBÊ enquanto
ainda é tempo. Toque música suave, sem barulheira, para ele.
Tias, ensinem seus sobrinhos a ler entre os 3 e os 5 anos. Ou mães, pais, avós,
etc... Vocês não imaginam a moleza que vai ser a vida escolar deles depois – para
vocês, inclusive.
E a VIDA PROFISSIONAL, então!
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