sábado, 29 de abril de 2017

AUDIÊNCIA PUBLICA DA COMISSÃO DE SEGURANÇA 
da Câmara de Vereadores de Joinville
MILTON MACIEL
    (Como cidadão residente e membro do Conselho de Segurança de um dos bairros desta cidade, é obrigação do escritor se posicionar claramente e usar sua arma, a pena, para encarar o bom combate sem medo)

Em 12 de abril foi realizada uma Audiência Pública pela Comissão de Segurança da Câmara de Vereadores, que tem à frente o vereador Richard Harrison, do PMDB. Ele é policial Militar há 28 anos e foi diretor da Penitenciária Industrial de Joinville durante 9 anos, de 2007 a 2016, sendo, portanto, um político novo e um especialista em segurança antigo, com enorme experiência no sistema prisional. Para mim essa condição de insider do vereador insuflou um novo ânimo. Recordo-me de uma sessão similar, realizada 4 anos antes, em maio de 2013, por iniciativa do vereador Claudio Aragão, com a presença de autoridades e das polícias militar e civil. Nela era apontado um déficit de pelo menos 150 policiais só na região Sul da cidade! Uma das queixas dizia que Joinville inteira tinha só 41 câmeras da PM, enquanto que Florianópolis tinha 284. O documento final elaborado seria entregue dali a dias ao Secretário Estadual de Segurança, César Grubba, pedindo soluções rápidas para Joinville. Elas vieram? Não!

Pelo que se viu e ouviu na Audiência Pública deste abril, a coisa de fato mudou. Para PIOR! A queixa generalizada foi contra o abandono que a segurança de Joinville recebe por parte do governo estadual, cuja Secretaria de Segurança não mandou nenhum representante ao evento. O próprio vereador Harrison já havia declarado, em janeiro, que quando ingressou na PM, em 1988, Joinville tinha 380 mil habitantes, 1170 policiais, apenas 90 presos e 104 vagas no sistema prisional. E, em janeiro de 2017, tendo quase 570 mil habitantes, contava com apenas 700 policiais, civis e militares, e uma população carcerária que explodiu para 1300 presos, com os presídios superlotados que conhecemos hoje. Se isso não é abandono, então o que é, uma vez que a responsabilidade pelos investimentos em segurança pública é do governo estadual?

Nossa população cresceu 50% e o contingente policial decresceu 40%. Isso é um acinte, um desrespeito total com a população que mais produz riquezas para Santa Catarina!

Não admira, portanto, que Joinville tenha hoje um homicídio a cada dois dias, um escore muito mais alto que o da muito mais bem policiada Florianópolis. A capital tem 467 km2 de área. Em Joinville, 400 km 2 é a área só do distrito de Pirabeiraba! Sai dessa Pirabeiraba 25% - uma quarta parte! – de toda a riqueza produzida no município. E, no entanto, Pirabeiraba precisa mendigar câmaras de monitoramento de segurança da PM ao Estado. E não é atendida!

A Audiência Pública de 12 de abril serviu para deixar muito clara a situação calamitosa de abandono da segurança de Joinville e que nós, os joinvilenses, só poderemos contar é conosco mesmos, que precisamos nos posicionar contra essa situação e contra quem a causou, quem deixa nossos policiais militares e civis nas condições aflitivas em que eles se debatem na luta brutal contra o crime organizado.

2018 está às portas e com ele aportarão aqui em nossa cidade, outra vez, levas e mais levas de políticos que foram responsáveis por essa traição, pedindo votos. Somos o maior colégio eleitoral do Estado. Precisamos usar nossa força de união em busca de soluções para a Segurança, sem poder contar com os recursos de quem é obrigado a provê-los à maior cidade de Santa Catarina. Temos que usar menos ingenuamente nosso título eleitoral para virar esse jogo. Hora de dar um basta em tudo isso! Ou o certo seria escrever dar o troco?


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