quarta-feira, 14 de outubro de 2015

RATOCUNHA E A QUADRILHA – cordel nordestino
Tião Alforje  

(Recebi este cordel hoje, direto de Tião Alforje, o grande cantador e repentista nordestino, que afirma:“Esta é uma obra de ficção. Qualquer semelhança com pessoas, instituições, lugares e fatos reais, terá sido mera coincidência” – Tião Alforje). Como achei muito criativo e original, apresso-me a compartilhá-lo com vocês)

Um rato gordo e vigarista
Que atende por Ratocunha,
(nham, nham, nham...)
Muito pior que se supunha,
Achacador e chantagista,
No trambique maravilha,
Era o chefe da quadrilha.

Habitavam num puteiro
Que se chamava Cronguésso.
(nham, nham, nham...)
Três centenas de ratões,
Com milhares de processos,
Só Ratocunha mais de vinte,
Pra ele menos é um acinte.

Nos furos de um queijo suíço
Ratocunha escondeu grana.
(nham, nham, nham...)
Ele e sua ratazana
Na grana deram sumiço.
Queijo suíço era uma mina,
Muitos anos de propina.

Mas o dono do queijo suíço,
Arretou-se: “Chega disso!”
(nham, nham, nham...)
E o gringo vermelho e rijo
Denunciou o esconderijo
Da grana que ali dispunha
O malandro  Ratocunha.

Os outros ratos do bando
Ficaram muito ouriçados,
(nham, nham, nham...)
Pois viram que pelo chefe
Foram para trás passados
“Pra ocê o filé colosso,
mas pra nóis só sobra o osso! ”

Mas o tal do Ratocunha
Sonhava ser o xerife.
(nham, nham, nham...)
Mas isso é também o sonho
De Aéroneves, que bisonho!
Então eles se juntaram
Pra liquidar o xerife.
(Depois disputam entre eles
Quem tem o maior cacife!)

Tão preparando a emboscada
Contra o xerife Dentuço.
(nham, nham, nham...)
A coisa tá complicada,
O negócio ali tá russo.(F)
Só quando a poeira abaixar
É que o resto eu vou contar...
(nham, nham, nham...)
(nham, nham, nham...)
(“Esta é uma obra de ficção. Qualquer semelhança com pessoas, instituições, lugares e fatos reais, terá sido mera coincidência” – Tião Alforje).


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