RATOCUNHA E A QUADRILHA – cordel nordestino
Tião Alforje
(Recebi este cordel hoje, direto de Tião Alforje, o grande cantador e repentista nordestino, que afirma:“Esta é uma obra de ficção. Qualquer semelhança com pessoas, instituições, lugares e fatos reais, terá sido mera coincidência” – Tião Alforje). Como achei muito criativo e original, apresso-me a compartilhá-lo com vocês)
Um rato
gordo e vigarista
Que atende
por Ratocunha,
(nham, nham, nham...)
Muito pior que
se supunha,
Achacador e
chantagista,
No trambique
maravilha,
Era o chefe
da quadrilha.
Habitavam num
puteiro
Que se
chamava Cronguésso.
(nham, nham, nham...)
Três
centenas de ratões,
Com milhares
de processos,
Só Ratocunha
mais de vinte,
Pra ele menos
é um acinte.
Nos furos de
um queijo suíço
Ratocunha
escondeu grana.
(nham, nham, nham...)
Ele e sua
ratazana
Na grana
deram sumiço.
Queijo suíço
era uma mina,
Muitos anos
de propina.
Mas o dono
do queijo suíço,
Arretou-se: “Chega disso!”
(nham, nham, nham...)
E o gringo
vermelho e rijo
Denunciou o
esconderijo
Da grana que
ali dispunha
O malandro Ratocunha.
Os outros
ratos do bando
Ficaram muito
ouriçados,
(nham, nham, nham...)
Pois viram
que pelo chefe
Foram para
trás passados
“Pra ocê o filé colosso,
mas pra nóis só sobra o osso! ”
Mas o tal do
Ratocunha
Sonhava ser o
xerife.
(nham, nham, nham...)
Mas isso é
também o sonho
De Aéroneves,
que bisonho!
Então eles
se juntaram
Pra liquidar
o xerife.
(Depois disputam entre eles
Quem tem o maior cacife!)
Tão preparando
a emboscada
Contra o
xerife Dentuço.
(nham, nham, nham...)
A coisa tá
complicada,
O negócio
ali tá russo.(F)
Só quando a
poeira abaixar
É que o
resto eu vou contar...
(nham, nham, nham...)
(nham, nham, nham...)
(“Esta é uma obra de ficção. Qualquer semelhança
com pessoas, instituições, lugares e fatos reais, terá sido mera coincidência” –
Tião Alforje).
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