(Ode a um
dia comum)
MILTON
MACIEL
Ontem não
aconteceu nada, foi só um dia comum.
Ontem nada
deu certo.
Porém, nada
deu errado.
Se nada teve
conserto,
Nada também
foi quebrado.
Tive
alegrias? Que nada!
Mas nada me
incomodou.
Fiquei
chateado? Que nada!
No entanto,
nada mudou.
Nada de novo
na esquina,
Nada fugiu
da rotina.
Nada houve
de horroroso...
Que dia
MARAVILHOSO!!!
24 horas
cheinhas de minutos para viver um dia comum!
De dias comuns
é feita a quase totalidade das nossas vidas.
Descontados os
poucos dias excepcionalmente bons – ou maus! –
todos
os outros são maciçamente dias comuns. Portanto,
a
arte de ser feliz tem tudo a ver com saber viver bem os dias comuns.
Encontrar neles
a felicidade de viver, trabalhar, ler, estudar, amar, sonhar...
É tolo vive-los
na expectativa ansiosa de dias melhores.
Ou no medo igualmente
tolo de dias piores.
Ou na prisão
ilusória dos dias já passados – e suas memórias.
Quando você
chegar por volta dos 70 anos, terá vivido 2500 dias.
Desses 2300,
uns 90%, terão sido dias comuns. Logo...
Miami, Jan
30, 2012
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