CONFISSÕES DO FIM DO MUNDO
MILTON MACIEL
ME FERREI TODO! Reproduzo aqui, sem cortes, minhas confissões em 20 de dezembro de 2012, quando acreditei
que o mundo ia acabar no dia seguinte, conforme prometido por todas as profecias e
PELO MEU GURU.
"Rio de janeiro, 20 de dezembro de 2012
"O mundo vai acabar
amanhã, 21 de dezembro, só não sei a que hora local. Contudo, para não passar
para o outro lado (pois eu acredito que exista um outro lado!) cheio de
pecados, resolvi publicar aqui as minhas confissões, para poder transitar para lá
de alma pura.
Para minha ex-sogra número 1 confesso: fui eu quem esvaziou os quatro pneus do seu
carro naquela noite em 1999, na entrada do túnel Rebouças. E botei a culpa
naqueles moleques, lembra? Que moleques? Ora, os que te assaltaram, não é?
Para minha primeira esposa confesso: Sim, eu traía você com aquela seria
a minha segunda esposa. Você estava certa, mas eu sempre neguei.
Para minha segunda esposa confesso: Sim, eu traía você com aquela que
seria a minha terceira esposa. Idem, idem.
Para minha terceira esposa, confesso: Sim, eu traía você com a minha
primeira esposa, então já minha primeira ex. Idem, idem.
Para minha terceira esposa, confesso: Sim, eu acho você gorda! Gordaaaa!
Gordíssima. Uma baleia. Mas eu minto, dizendo que não me importo. Bem, confesso
que agora eu não me importo muito porque... Bom, sabe a sua priminha de
Fortaleza, a Marilda, que está passando uma temporada conosco... Sim, sim: esta
é mesmo mais uma confissão!...
Para o meu chefe confesso: Sim, eu tentei conquistar sua filha. Mas seu
cunhado e sócio já estava na parada faz tempo, não deu jeito. Dê um aperto
nele: se o seu cunhado também achar que o mundo acaba amanhã, ele confessa.
Para meu confessor, Padre Onésio, confesso: Perdão, Padre, porque
pequei: sua “protegida” Maricotinha também me recebia nas noites de 4ª. feira,
antes que o senhor chegasse.
Para minha ex-colega Altamira e para meu chefe confesso: Não, não foi
Altamira quem soltou aquele terrível pum no elevador, naquela tarde fatídica com os cliente árabes, o
que resultou em sua sumária demissão. Eu a acusei e todos acreditaram. Na
verdade, o culpado fui eu!...
Para a minha seguradora confesso: Sabem o carro que deu perda total em
Março passado e você me pagaram o valor de um novo? Pois bem, eu armei tudo e
joguei o bicho contra o poste. Pulei antes, é claro. Não, não me machuquei, não
se preocupem, treinei bastante antes, sabe como é.
Bom isso é que existe de mais leve. O resto é muito feio, muito mais
feio mesmo, algo que até um cara de pau como eu tem vergonha de confessar de
público. Mas isso tudo eu já confessei para o Padre Onésio ontem, na tarde de
quarta-feira, antes de precedê-lo nos doces mistérios de Maricotinha. Coitado,
acho que ele deve estar em choque até agora! Só não confessei nossa sociedade
de responsabilidade limitada (justo a ele, que entra com a grana e o
apartamento!), o que tenho a hombridade de fazer aqui e de público hoje. Desculpe, padre, se aballo sua reputação também.
Agora vou para casa, vou começar a rezar. Pela minha alma? Não, vou
rezar para que de fato aconteça o fim do mundo amanhã.
Porque, se não acontecer a hecatombe universal, depois de todas as
confissões que eu fiz aqui e ao Padre, eu estou é LASCADO!
Assinado: Ricardo Barbosa Cachoeira
(Sim, Ricardão para as íntimas, isso mesmo!)
CONFISSÕES DO FIM DO MUNDO - 2a. Parte: ME FERREI!!!
MILTON MACIEL
Rio de Janeiro, 22 de desembro de 2012, o day after!
SIM! ME FERREI de verde e amarelo! Anteontem, acreditando piamente que o
mundo ia acabar no 21 de Dezembro, eu publiquei, neste mesmo blog, as minhas "Confissões do Fim do Mundo". Pois é, dancei! A porcaria do mundo não acabou. E
agora, como eu fico?
Com as minhas ex-mulheres não tem problema. Elas já estavam comigo pelas
tampas e já não falam comigo há muito tempo. Com a minha sogra, idem, idem. Com
a minha ex-colega Altamira, a do pum no elevador, idem, idem. Aliás, ela me
odeia. Pensando bem, acho que todas essas mulheres aí acima me odeiam. Claro
que isso é apenas uma demonstração de intolerância e incompreensão por parte
delas. Afinal, não era pra tanto.
Quanto à gorda da minha atual esposa, ela disse que amanhã mesmo entra
com os papéis de divórcio. Uma boa, porque a sobrinha dela, a gostosa da
Marilda, está contando com isso, porque espera poder casar comigo. Essa minha
futura ex é uma tia desalmada, pois mandou a pobrezinha da moça embora para
Fortaleza, só porque andava rolando e ralando comigo em casa.
Se não fosse eu
intervir e arranjar uma vaguinha pra ela no apartamento da Odete, a ex do meu
chefe, que volta e meia fazia uns extras comigo quando era casada com ele, a
coitadinha tinha que voltar pra casa dos pais e eu perdia aquele piteuzinho.
Quanto ao meu chefe... Bom aí não tem como consertar. Abalou fundo! Mas
também não tem problema, porque eu sou o único que sabe que ele se divorciou da
Odete, não por causa das infidelidades dela, mas porque ele se apaixonou pelo
Claudionor. Sim, é o fortão que hoje é guarda-costas dele. Claro, claro, ele
trata muito bem as costas do chefe, desde que o chefe saiu do armário. Mas,
como o chefe sabe que eu sei de tudo, foi o próprio Claudionor que me contou
numa noite de porre homérico, o meu emprego está mais do que garantido. Aliás,
agora que ele já sabe do resto que eu confessei, acho que vou pedir promoção e
aumento. Por quê? Ora, porque agora ele já sabe que eu sou mau-caráter mesmo, então
por que continuar dando uma de bom moço?
Vocês devem estar pensando agora é no Padre Onésio. Como é que fica a
situação com ele, se eu confessei publicamente que também eu navego nas águas
misteriosas de Maricotinha, a quem eu chamo carinhosamente de nossa mulinha. Por
quê? Ora, pois não dizem que mulher de padre vira mula-sem-cabeça?
Mas vejam,
eu não sou egoísta, eu digo sempre nossa, não, minha mulinha.
Reconheço assim os direitos societários do bom Padre Onésio. E sabem da maior?
Descobri que o Padre também não é egoísta. Ele me telefonou ontem mesmo e
fizemos um bom acordo de compartilhamento recíproco da nossa mulinha e seus
mistérios. Ele sabe que eu, bem estimulado, torno-me incapaz de revelar os segredos inconfessáveis do meu confessor.
Desde que eu negue peremptoriamente, exige ele, essa parte da confissão que publiquei aqui ontem, confissão que todo mundo
leu, é claro. Devo alegar que foi uma torpe vingança minha contra as
enérgicas reprimendas que ele, como meu confessor, me fazia continuamente,
opondo-se ao meu relacionamento extraconjugal com a moça Maricota, pois eu incorreria assim, pela primeira vez na vida, no imperdoável pecado do adultério.
Acho que vai colar, porque o padre tem fama de santo e eu de sem-vergonha.
Desse jeito eu limpo a barra do padre e ele mantém aberta a barra do porto da
doce Maricotinha pra mim, mantendo intactos todos os aportes financeiros dele,
não me demandando nem mesmo uma ínfima parcela de uma possível, mais do que
justa, participação pecuniária minha.
Padre Onésio é mesmo um santo!
Ah, é claro que consegui convencer a Marilda, a sobrinha gostosa da
minha futura ex, que isso é tudo uma coisa que eu confessei só pra livrar a
cara do Padre Onésio e que não tenho e nunca tive nada com a Maricotinha. E ela
acreditou! Puxa vida, a Marildinha me decepciona assim: nunca pensei que ela
fosse tão burrinha. Eta, menina crédula! Essa aí é capaz de acreditar até em deputado federal!
Bem, considerando tudo, acho que não saio dessa palhaçada tão queimado
assim. Agora o tal do guru, que andou fazendo as nossas cabeças e arrancando
uma grana dos trouxas, esse deve de estar muito bem escondido agora, contando
os seus metais. Ai, se eu te pego! Ai, se eu te pego!
Assinado: Ricardo Barbosa Cachoeira
(Sim, o Ricardão para as íntimas, isso mesmo!)
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