sexta-feira, 24 de abril de 2020


PANDEMIA NÃO PASSA COM O PICO. ELA CONTINUA.  
MILTON MACIEL

Uma pandemia não ACABA quando a transmissão chega ao PICO. Ela apenas atinge o máximo. Daí em diante a curva começa a declinar MAIS LENTAMENTE do que subiu. É um fenômeno chamado HISTERESE epidemiológica, que se dá quando o sistema reage e muda seu comportamento face ao infectante.

Como aconteceu em 2009, com a pandemia de influenza H1N1 (gripe suína) e acontece em 2020 com a atual de Covid-19, com o uso de máscaras, higienização de mãos e roupas, fechamento dos negócios, transporte público e isolamento da população, a curva de contaminação sobe mais lentamente no início, o chamado achatamento, quando comparada a uma distribuição normal – com a diferença que, neste caso, o pico pode ser atingido com um número dezenas de vezes maior de casos.

   Uma vez atingido o pico, contudo, com a progressiva liberação do confinamento e maior exposição das pessoas, a curva de contágio não declina tão rapidamente como subiu, retardando a volta à plena normalidade.

Se a liberação não for conduzida tecnicamente, baseada em testes rigorosos suficientes, a curva prolonga-se ainda mais, podendo acontecer novos picos de reinfestação, o que pode forçar novos episódios de distanciamento social.



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