PANDEMIA NÃO PASSA COM O PICO.
ELA CONTINUA.
MILTON MACIEL
Uma pandemia não ACABA quando a transmissão chega
ao PICO. Ela apenas atinge o máximo. Daí em diante a curva começa a declinar MAIS
LENTAMENTE do que subiu. É um fenômeno chamado HISTERESE epidemiológica,
que se dá quando o sistema reage e muda seu comportamento face ao infectante.
Como aconteceu em 2009, com a pandemia de influenza H1N1
(gripe suína) e acontece em 2020 com a atual de Covid-19, com o uso de
máscaras, higienização de mãos e roupas, fechamento dos negócios, transporte
público e isolamento da população, a curva de contaminação sobe mais lentamente
no início, o chamado achatamento, quando comparada a uma
distribuição normal – com a diferença que, neste caso, o pico pode ser atingido
com um número dezenas de vezes maior de casos.
Uma vez atingido
o pico, contudo, com a progressiva liberação do confinamento e maior exposição
das pessoas, a curva de contágio não declina tão rapidamente como subiu,
retardando a volta à plena normalidade.
Se a liberação não for conduzida tecnicamente, baseada em
testes rigorosos suficientes, a curva prolonga-se ainda mais, podendo acontecer
novos picos de reinfestação, o que pode forçar novos episódios de
distanciamento social.
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