segunda-feira, 24 de fevereiro de 2020

EL NENÚFAR BLANCO 
MILTON  MACIEL  -  poesías en español 
(Glossário abaixo)

Un día pasé por el lago…
Y me tuve que parar por un tiempo infinito.
El nenúfar se puso una flor blanca, diáfana
Que en el centro ardía como oro.
Alrededor las hojas verdes oscuras y brillantes.
Y abajo, en el agua calma y fría, el cielo en los reflejos.
Componiendo el sol el resto de un milagro de luces y colores.

Entonces me quede a mirar el nenúfar blanco
Y el, en su mudez, me habló de ti.
Y  me dijo como eras tú, tan bella y tan pura,
Tan superior, que hasta los nenúfares te amaban.
Me contó el que tu me amabas con pasión.
Me reveló que perderte fue el peor error de mi vida.

De mis ojos dos lágrimas cayeran al agua, que se crispó.
Me puse de rodillas y le respondí al nenúfar blanco:
Le dije lo grande que es mi arrepentimiento y mi dolor.
Que cuando me desperté de mi egoísmo… era tarde demás.
Que cuando te fui a buscar, te habías ido para siempre.
Que cuando me di cuenta, estaba irremediablemente solo.
Y que todo fue nada mas que culpa mía. Mea culpa

Se crispó el agua otra vez, mas lágrimas caían.
El nenúfar cerró sus pétalos, uniéndolos como en una oración.
Y entendí que oraba por mí y por my alma destrozada.
Lo hacia con la dulzura  y el puro amor de los nenúfares.
Y yo… Yo hice lo mismo con mis manos.
Las junté en oración y oré a ti.
Y te pedí perdón.
Y te dije como te amo.
Y te hable que sé que no vuelves más. Nunca más!
Y te confesé que, aún así, te voy a esperar para siempre. Todo el siempre…

El nenúfar blanco abrió entonces sus pétalos otra vez
Y de su centro de oro dos gotas se cayeron. El agua se crispó.
El nenúfar blanco lloraba mi dolor!...
Yo entonces me extendí en la orilla
Y le besé a sus pétalos uno a uno.
Y fue como si te besara!

Desde entonces vuelvo al lago todos los días.
Y los nenúfares me hablan de ti.
Y yo les hablo de ti a ellos.
Te recordamos con amor.
Te besamos en los pétalos.
Y sufrimos en paz,
En paz lloramos.
Y el agua se crispa…
Por que te amamos!

NENÚFAR (Nymphaea juno) é um tipo de lótus. 

GLOSSÁRIO:
se puso - se pôs
quede = fiquei
error = erro
rodillas = joelhos
me di cuenta = me dei conta
pétalos = pétalas
uniendolos = unindo-os
dulzura = doçura
vuelves = voltas
cayeron = caíram
lloraba = chorava
orilla = margem
besé = beijei
hablo = falo
ellos = eles



quinta-feira, 20 de fevereiro de 2020


A telAeducação
Milton Maciel

Wenchi, Etiópia, sete anos atrás: um grupo de crianças vive numa zona rural paupérrima, num vilarejo de casebres de pau-a-pique e onde não existe escola.

Essas crianças foram alfabetizadas e aprenderam efetivamente a ler usando tablets doados por uma ONG norteamericana, a One Laptop Per Child, fundada pelo cientista norteamericano Nicholas Negroponte, do MIT. Aprenderam a ler em dois idiomas: o seu próprio (amárico) e o inglês! Com resultados fantásticos, muito acima do esperado pelos fomentadores do programa “Um laptop ou tablet para cada criança do mundo.”.

A atenção e o interesse das crianças, seus olhinhos brilhando de curiosidade, dizem tudo! Essa é a grande diferença. Essa é a força combinada do eBook e do tablet. A mesma linguagem sedutora de cor e imagem, de animações, basicamente uma imagem televisiva e cinematográfica, que é capaz de magnetizar a atenção da criança e levá-la a aprender de uma forma automática, por ser também interativa; mas, acima de tudo, e aqui está o grande segredo, de uma forma extremamente prazerosa!

Contudo, o mais notável neste caso etíope é que as crianças aprenderam a ler sem professor! O programa é autoinstrutivo e leva a criança, passo a passo, em direção a uma viagem maravilhosa e excitante de autoaprendizagem. Aprender a ler – e escrever – sem professor: Isto é revolução!

Agora, você quer saber o que motivou a aplicação desse programa à região? O governo local argumentou que seria caro demais produzir, transportar e distribuir para cada criança todos os livros que elas necessitariam no curso básico, além de ter que construir salas de aula no vilarejo rural e contratar professores.

As famílias dessas crianças vivem de plantar batatas e produzir mel. Todos os adultos são analfabetos. Menos uma moça, semialfabetizada, responsável por recarregar os tablets com um pequeno gerador solar, doado também pela ONG americana “One Laptop Per Child”. Essa jovem disse que “se lhes déssemos refeições e água, eles nunca sairiam da sala de computadores, eles passariam dia e noite lá.”

Ora, todos os livros que uma criança precisa no curso primário inteiro, magistralmente ilustrados em cores, cabem num único tablet! Na sua memória interna. Vejam que não estou me referindo sequer ao uso da Internet, que obviamente não é acessível naquele lugar. Ou seja, um tablet simples é muito mais barato que todos os livros escolares.

Outra coisa notável no caso das crianças etíopes que eram analfabetas: uma vez que aprenderam a ler, elas cumpriram em apenas quatro meses todo o programa de primeiro ano primário oficial do país. E exigiram continuar imediatamente com a matéria do segundo ano, para a qual não havia ainda programa pronto.

Precisa dizer mais alguma coisa?

Pois a tal coisa é quase assustadora: não havia ninguém para ensinar as crianças – analfabetas, não esqueçamos – a usarem os tablets. Elas os retiraram das embalagens, começaram e mexer em tudo e, em menos de 4 minutos, já sabiam como ligar as máquinas. Daí em diante, a exploração foi diária, pelo menos 6 horas por dia, todos os dias, sem nunca parar. E sem ninguém para orientá-las. Elas descobriram como ativar o programa de autoinstrução, com figurinhas animadas e canções infantis, em seu idioma natal e foram aprendendo a ler e a escrever usando o teclado virtual completamente sozinhas.

Então foram adiante e descobriram como desbloquear outras funções dos tablets, liberando, por exemplo, o uso da câmara. Passaram a fazer fotos e filmes. Mas isso ainda era pouco: descobriram que o mesmo programa que lhes ensinava a ler em amárico, existia também em inglês. E aí, sempre por conta própria, começaram a aprender a ler e escrever em inglês.

O que essa experiência real demonstrou é que crianças aprendem sozinhas, explorando, por tentativa e erro. Assim como aprendem a falar e andar por conta própria, podem aprender a ler e escrever também. Não é quase inacreditável?

Conclusão deste artigo e links em www.revistaescrever.com.br





quarta-feira, 19 de fevereiro de 2020


FELIZ ANIVERSÁRIO, PLUTÃO
MILTON MACIEL

Foi num 18 de fevereiro, mais exatamente no ano de 1930, que o jovem Clyde Tombaugh, 24 anos (foto), então ainda sem nenhum treinamento formal em Astronomia, descobriu o planeta Plutão. Foi no Observatório Lowell, em Flagstaff, Arizona, usando um modesto telescópio de 33 cm.

A descoberta de Plutão nasceu de um erro e de uma obstinação. Obstinado o jovem Clyde, determinado a encontrar um planeta desconhecido na região do céu que era indicada pelos cálculos do famoso astrônomo norteamericano Percival Lowell, fundador do Observatório de Flagstaff, onde falecera 14 anos antes (1916), aos 61 anos.

Nos seus 8 últimos anos de vida, Lowell, um matemático por formação, obstinou-se em estimular a procura, pelos astrônomos, de um novo planeta, na região do céu que seus cálculos apontavam. Isso devido aos efeitos que um outro astro desconhecido, então chamado planeta X, provocava sobre a órbita de Netuno.

Mas os cálculos de Lowell estavam errados, constatou-se depois. Contudo, o jovem Clyde acreditava neles, contratado que fora para esquadrinhar diariamente aquela região do céu, em Flagstaff, comparando chapas fotográficas. E então aconteceu o impossível: o Planeta X estava efetivamente na região apontada pelos cálculos equivocados de Percival Lowell!

“Atualmente, a maioria dos cientistas concorda que o Planeta X, como Lowell o descreveu, não existe. Em 1915, Lowell fez previsões da posição do Planeta X, que foi próxima da posição real de Plutão naquela época; no entanto, Ernest W. Brown concluiu que isso foi apenas uma coincidência.” (The Astronomical Society of the Pacific)

Clyde tornou-se astrônomo profissional, descobriu diversos asteroides e empenhou-se em pesquisas científicas sérias sobre OVNIs, sendo o primeiro astrônomo de renome a confirmar ter feito avistamentos pessoalmente.

Tombaugh faleceu em 1996, aos 90 anos de idade. Nove anos depois, foi lançada de Cabo Canaveral a sonda espacial New Horizons, construída especificamente para sobrevoar o planeta Plutão. E ela levou, junto com todo os seus equipamentos, nada menos que as cinzas de Clyde Tombaugh, que manifestara, pouco antes de morrer, o desejo de ter suas cinzas levadas ao Espaço. A New Horizons fotografou Plutão no seu sobrevoo do dia 14 de julho de 2015, a 12 500 Km de distância, após 9 anos e meio de viagem.

Passando Plutão, a sonda segue cada vez mais para fora no Cinturão de Kuiper e, após sobrevoar e fotografar o objeto 486958 Arrokoth, vai sair do sistema solar. Clyde Tombaugh será, assim, o primeiro ser humano a ter suas cinzas levadas para fora do sistema solar.

Sabe-se hoje que Plutão não tem apenas Caronte como seu satélite, mas que tem também outras luas menores: Nix, Hidra, Cérbero e Estige.