MEU 8 DE MARÇO É
PERMANENTE
MILTON MACIEL
Minha homenagem às
mulheres não tem nada a ver com o 8 de março. Ela é PERMANENTE. Nos meus romances
publicados, somente três têm homens como protagonistas: Jacques Rosen, de “A
Guerra de Jacques”, que já ganhou versão em francês; João Ramalho, de “João
Ramalho no paraíso” e Ataliba de “Ataliba um paulistano feliz”.
Em todos os demais, como se pode ver na foto,
protagonistas são sempre mulheres. Lolita, em “Lolita de Aracaju, a mais jovem
dona de bordel do mundo”; Ritinha e Gabi/Iracema, em “A Espera e a Noivinha”,
que foi reescrito para a Amazon como “Escravizada” – são meus romances sobre o
tema da prostituição infantil.
Vérica, Kina, e
Alana são as sacerdotisas celtas que, junto com a belíssima Ilduara (na verdade
um eunuco ostrogodo), são as protagonistas que resolvem as grandes batalhas na
Gália, durante a invasão dos hunos.
A franzina Aline
de Troyes é a jovem guerreira gaulesa que salva um legião romana da destruição pelo
ataque dos alamanos. Um dos personagens é o general romano Flavio Jovino, o
fundador de Joinville, em 354 AD.
Larissa, que só
não foi Miss Universo porque não quis, desfila sua beleza e sua transformação em
líder e prefeita durante as 1088 páginas de “Lua Oculta”, onde muita gente é
eliminada por dois serial killers. A impressionante Gládis de Rios, bailarina
de flamenco e instrutora de autodefesa feminina, é sua coadjuvante e seu ídolo.
Em “Os reflexos
do peixe brilhante” é a professora aposentada sessentona Dahlia Riechelmann que
resolve o mistério de um assassinato em Pirabeiraba.
“Doutora Fumiko” é
a jovem médica que volta do Japão aos 23 anos para tentar a reconciliação com
seu avô na cidade de Bastos, SP. Um amor que vence o Não e a vida exorta.
“A Princesinha
quer dançar” conta em versos de poesia infantil a saga da princesa Samantha, quando
seu rabugento pai proíbe a música e a dança em todo o reino.
E a maravilhosa
Leocádia, a “Negra Leocádia”, uma escrava, é a protagonista de um romance
histórico no Rio de Janeiro colonial. Onde luzem também Tiradentes e a inconfidência
mineira. E a revolução que tornou o Haiti a segunda nação independente das
Américas. Leocádia ainda não foi publicada. Por incrível que pareça, aguarda ser
libertada pelos portugueses. Desta vez, editores. Outra hora eu explico.
“A Bela morde a
fera” é a versão em português do precioso ensaio “Beauty bites beast”, de Ellen Snortland, na qual participo como
editor e como autor do capítulo final, “O machismo oculto”.
E “Como é caro
ser mulher” é meu ensaio de economia feminista, que escrevi nos Estados Unidos e
depois adaptei para o Brasil. Está em processo de tradução para lançamento em
inglês, voltando a seu país de nascimento.
Lolita é paulista
de Brotas, morena de cabelos castanhos.
Ritinha é
loirinha e Gabi/Iracema é uma índia amazonense.
As sacerdotisas
celtas são ruivas muito altas.
Aline, da cidade
gaulesa de Troyes, é franzina e castanha.
A Miss Amarante Larissa
Silva é loirinha, descendente de italianos de Santa Catarina.
Nossa professora
Dahlia Riechelmann, de esfiapados cabelos brancos, é descendente direta de
alemães.
A Doutora Fumiko
é nissei, está na cara.
A princesinha
Samantha, branquinha e vegana, tem cabelos modernos de cor variável, depende do
mês.
“A bela morde a
fera” é um ensaio, mas escolhi para sua capa uma bela e forte guerreira
africana.
E nossa Leocádia é
preta, pretíssima, brasileiríssima, filha de escravos iorubás trazidos para Bahia,
mas vendida na infância para um senhor do Rio de Janeiro.
Para terminar, a
bela loira de “O filho da empregada” é uma transexual. Um menino seminarista
que foge do seminário para seguir seu amante padre. Quando este é abatido por
grileiros de terras, o jovem vai para a Itália e faz operação para mudança de
sexo. Retorna ao Brasil para graduar-se em duas faculdades e acabar, aos 40
anos, como a Primeira Ministra do primeiro governo parlamentarista do Brasil.
Faz um governo ímpar, limpa o país da corrupção, tem 90% de aprovação. É quando
dois policiais corruptos da Polícia Federal descobrem que ela é (foi) homem! E
que é o filho da empregada da casa onde eles cresceram. Podem ficar milionários
com a revelação. E agora?
Minhas mulheres são de todas as cores e de todos os
...sexos. São as donas das minhas letras.
8/3/2019 (MM)
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