quarta-feira, 19 de fevereiro de 2020


FELIZ ANIVERSÁRIO, PLUTÃO
MILTON MACIEL

Foi num 18 de fevereiro, mais exatamente no ano de 1930, que o jovem Clyde Tombaugh, 24 anos (foto), então ainda sem nenhum treinamento formal em Astronomia, descobriu o planeta Plutão. Foi no Observatório Lowell, em Flagstaff, Arizona, usando um modesto telescópio de 33 cm.

A descoberta de Plutão nasceu de um erro e de uma obstinação. Obstinado o jovem Clyde, determinado a encontrar um planeta desconhecido na região do céu que era indicada pelos cálculos do famoso astrônomo norteamericano Percival Lowell, fundador do Observatório de Flagstaff, onde falecera 14 anos antes (1916), aos 61 anos.

Nos seus 8 últimos anos de vida, Lowell, um matemático por formação, obstinou-se em estimular a procura, pelos astrônomos, de um novo planeta, na região do céu que seus cálculos apontavam. Isso devido aos efeitos que um outro astro desconhecido, então chamado planeta X, provocava sobre a órbita de Netuno.

Mas os cálculos de Lowell estavam errados, constatou-se depois. Contudo, o jovem Clyde acreditava neles, contratado que fora para esquadrinhar diariamente aquela região do céu, em Flagstaff, comparando chapas fotográficas. E então aconteceu o impossível: o Planeta X estava efetivamente na região apontada pelos cálculos equivocados de Percival Lowell!

“Atualmente, a maioria dos cientistas concorda que o Planeta X, como Lowell o descreveu, não existe. Em 1915, Lowell fez previsões da posição do Planeta X, que foi próxima da posição real de Plutão naquela época; no entanto, Ernest W. Brown concluiu que isso foi apenas uma coincidência.” (The Astronomical Society of the Pacific)

Clyde tornou-se astrônomo profissional, descobriu diversos asteroides e empenhou-se em pesquisas científicas sérias sobre OVNIs, sendo o primeiro astrônomo de renome a confirmar ter feito avistamentos pessoalmente.

Tombaugh faleceu em 1996, aos 90 anos de idade. Nove anos depois, foi lançada de Cabo Canaveral a sonda espacial New Horizons, construída especificamente para sobrevoar o planeta Plutão. E ela levou, junto com todo os seus equipamentos, nada menos que as cinzas de Clyde Tombaugh, que manifestara, pouco antes de morrer, o desejo de ter suas cinzas levadas ao Espaço. A New Horizons fotografou Plutão no seu sobrevoo do dia 14 de julho de 2015, a 12 500 Km de distância, após 9 anos e meio de viagem.

Passando Plutão, a sonda segue cada vez mais para fora no Cinturão de Kuiper e, após sobrevoar e fotografar o objeto 486958 Arrokoth, vai sair do sistema solar. Clyde Tombaugh será, assim, o primeiro ser humano a ter suas cinzas levadas para fora do sistema solar.

Sabe-se hoje que Plutão não tem apenas Caronte como seu satélite, mas que tem também outras luas menores: Nix, Hidra, Cérbero e Estige.


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