quarta-feira, 11 de dezembro de 2019

COMO É CARO SER MULHER !
MILTON MACIEL

SER HOMEM É MUITO MAIS FÁCIL 

Fisicamente, a menina não custava mais do que o menino (eu disse fisicamente, não vamos falar neste ponto de roupinhas ou cabelinhos, que são comportamentais) até que chegou à puberdade.

Aí botou peitos e menstruou. Pronto: começou a despesa! Já pode ficar grávida (Não, não pode!), já pode ter complicações hormonais, infecções, já precisa de absorvente, anticoncepcional, roupinha (de cima e de baixo) sexy, moda, pintura, cosméticos. Deus nos livre e guarde: começou o gasto sem fim, o desmonte impiedoso e cruel de toda uma vida financeira, o desrespeito gritante ao sacrossanto suor da mulher que trabalha!

Agora a menina ficou muito mais cara que o menino!

E vai seguir assim durante o resto da vida, até o fim, quando se descobre que um penico para uma velhinha, que uma bengala para uma velhinha, totalmente iguais aos dos velhinhos, custam 30% a mais. Só porque a velhinha é mulher! Ah, são as malditas causas mercadológicas, motivo da terceira sessão deste livro, o arqui-injusto imposto da vagina.

Bem no meio do caminho, entre a menarca e a velhice muito avançada, surgem o climatério e a menopausa.

– Oba! Não menstruar nunca mais! É  fim de todos os problemas!

Antes fosse. É o fim de alguns problemas, sim: risco de gravidez, por exemplo. Absorvente. TPM. Cólica. Mas... é o começo de outros problemas. E que problemas! Será que é trocar seis por meia dúzia?

Parece que o departamento de projetos da Mãe natureza resolveu pegar pesado com a mulher. Não lhe dá descanso nem na hora de parar de menstruar. Vai aos poucos trocando umas aflições por outras, deixando-as, por um longo tempo, na base do tudo junto e misturado.

Nós, homens, vivemos um declínio tranquilo da nossa fertilidade e da nossa virilidade, nossa possível andropausa ocorrendo mais tarde e de forma incomparavelmente mais suave do que as complexas fases de climatério e menopausa femininos. Os homens sempre viram no seu declínio o grande fantasma da impotência. Pois até nisso se viram privilegiados: foram inventados o comprimido azul e seus concorrentes. E hoje discute-se, acerrimamente, as conveniências ou não da reposição hormonal masculina. Prolongou-se ainda mais a vida útil do minhocão. E, convenhamos, o comprimido azul é bem barato.

Nós, homens, somos de fato fisicamente mais rústicos e muito menos complicados que as mulheres. À complexidade do útero opomos a simplicidade da próstata (que demora muito mais tempo para crescer e dar problema; e, se ainda morremos muito de câncer de próstata, é por puro machismo, por medo de tomar no... rabinho e perder a tão ciosamente defendida virgindade para um frio e desamante proctologista ou urologista).

Opomos a extrema simplicidade de um meato urinário à ampla complexidade, amplidão e delicadeza de uma vagina, e  mais um meato.adicional na mulher.

E opomos a simplicidade da nossa andropausa à absurda complexidade do climatério e da menopausa.

Não há como negar: ser homem é muito mais fácil, mais barato, menos doloroso e menos arriscado que ser mulher.

E, claro, incomparavelmente mais barato! Caro, mesmo, é ser mulher.

Uma coisa que me incomoda e que me leva a repetir sem cessar essa afirmação, é constatar que os homens não percebem as causas reais por trás dessa realidade. Pensam que é tudo uma coisa de gastar descontroladamente com roupas, sapatos, bolsas, cosméticos e até jóias. Ora isso é só uma parte do conjunto todo..
Estou me esforçando ao máximo – e abusando quiçá da paciência de quem me lê – para deixar muito evidente, neste livro, que há outras causas que não só as ligadas a uma errônea ideia de desperdício e luxo com roupas e acessórios.

Os custos biológicos e mercadológicos são igualmente muito grandes e os homens não os percebem. E grande parte das mulheres também, o que é mais estarrecedor.

Mais do que me incomodar, irrita-me sobremaneira ver que a há homens que não conseguem entender todos os sofrimentos inerentes à condição feminina. Ou os desconhecem, ou os conhecem superficialmente e, acima de tudo, quando os conhecem, não valorizam as pessoas que são submetidas a eles todos os dias de uma longa vida.

Não reconhecer o valor de uma pessoa que vai à luta diariamente em sua dupla jornada de trabalho, enfrentando condução, trânsito, escritório, loja ou fábrica, colegas de trabalho, concorrentes, chefes, salários ou ganhos baixos, responsabilidades, horários, broncas, panelas, filhos, escolas, doenças em família e muito mais – tudo a bordo de um corpo que massacra com TPM, ou menstruação e cólica, ou corrimento e coceira, ou gravidez, ou amamentação, ou fogachos de climatério, ou cansaço e astenia.  E que, ainda por cima, tem que estar coberto por lingerie e roupa da moda, que não pode ser repetida no trabalho ou na festa, o sapato e o saldo bancário apertados, o cartão de crédito e a cintura de pneuzinhos estourando os dois... Ah, e ainda por cima, chegando em casa e tendo que dar muita atenção ao parceiro, ao tal dono do minhoco sempre faminto, virar gata sedutora e tirar um tesão, sabe-se lá de onde, para encarar a tarefa final do roteiro do dia, antes de ir dar mais uma olhada nas crianças.

Acho de uma grossura extrema não saber reconhecer e acompanhar a via crucis de sua companheira quando ela começa a enfrentar o climatério, quando em meio aos transtornos e sofrimentos que cercam a menopausa, uma mulher vai chegando ao seu ponto de maior valor na vida, a maturidade.

Caramba, com é difícil tudo isso! Só porque, ao nascer, a opção foi uma vagina...

Como gaúcho que sou, depois de conviver com esposas (2 - em sucessão, não em bigamia!) filhas (3) e um grande número de mulheres das quais tenho sido amigo, professor ou consultor, costumo declarar com autoridade:

– Olha aqui, tchê: pra poder ser mulher, tu tens que ser muito macho! 

De fato, com sua baixa resistência à dor física, dor para a qual as mulheres são treinadas desde menininhas, se o homem menstruasse (como sugere magistralmente Gloria Steinem), seria certamente na UTI de um hospital. E, se tivesse que suportar a dor do parto, afirmo-o eu, com certeza iria exigir seu sagrado direito à eutanásia. Em compensação, a população do mundo teria se estabilizado, há milênios, em 5000 pessoas somente e não teríamos problemas como superpopulação, poluição e aquecimento global.

COMO É CARO SER MULHER! - Milton Maciel, IDEL, São Paulo, 200 pg
livro físico: www.revistaescrever.com.br - R$ 25,00 postagem incluída 
eBook: https://amzn.to/2ZYtJNV - R$ 14,50



segunda-feira, 25 de novembro de 2019


VOCÊ ESCREVE MAL. E DAÍ?
Isso não é desculpa para não ser um bom escritor
MILTON MACIEL – editor da REVISTA ESCREVER

Você escreve mal? Ótimo! Ao menos você escreve! Escrever mal é o ponto de partida para escrever bem. Aliás, falando nisso, lembra daquela sua letrinha miserável, dos seus garranchos ilegíveis no primeiro ano de escola? Melhorou demais depois, não foi? NÃO?! Piorou?!... Bem, ao menos um elogio você merece: você é uma pessoa sincera!
Você acha ou sabe que escreve mal. Por isso desistiu de tentar ser escritor. Pois olhe, vou lhe dizer, você foi frouxo e desistiu... antes do tempo. Deveria ter perseverado. Se você escreve mal, isso é ótimo, é sinal que está no bom caminho. Está mil furos acima de quem não escreve nada. Este, sim, nunca vai escrever direito. Você, só porque escreve mal, não tem desculpa para não se tornar um bom escritor. Isso você aprende, não nasce sabendo. Como tudo na vida.
Mas o que fazer então? – você pode perguntar – Tomar aulas de gramática?
Não, é muito mais fácil. Fácil e divertido:
1 - LEIA um livro por semana
2 - Escreva diariamente para se exercitar
3 - Estude técnica de escrita
Em pouco tempo você aumenta extraordinariamente seu vocabulário, sua compreensão, seu nível de conhecimentos e assimila diferentes estilos de escrita, de diferentes escritores.
É só isso que você precisa fazer para evoluir de um mau para um bom escritor. Ler todos os dias. E escrever todos os dias. E estudar quase todos os dias. É como o jogador de futebol, que tem que treinar todos os dias (o que equivale ao seu escrever) e assistir jogos ou vídeos de jogos todos os dias (o seu ler, seu estudar).

ESCREVER TODOS OS DIAS? E A INSEGURANÇA?
Como o jogador de futebol com seus treinos diários, se eu quero tocar piano direito, tenho que estudar e ensaiar todos os dias. Um candidato a escritor tem que fazer exatamente a mesma coisa: escrever todos os dias.
E sem essa que é preciso esperar pela inspiração. Como disse um grande escritor norteamericano: “Só escrevo quando estou inspirado. Por isso tenho que estar inspirado todos os dias à mesma hora, às 9 da manhã”.
É isso. A “falta de inspiração” e o famoso “bloqueio do escritor” são apenas MEDO. Medo de não conseguir produzir uma coisa que OS OUTROS aprovem. Trocando em miúdos, é MEDO DOS OUTROS. Ora, os outros que se danem! Como gosto de dizer, eles não pagam as minhas contas. Por que eu vou ter medo deles e lhes dar tal poder sobre minha vida?
Quer ver uma prova clara do que estou afirmando aqui, sobre medos dos outros e necessidade de aprovação? Vá para o Facebook. Ali as pessoas postam coisas que elas escrevem resumidamente, postam coisa que os outros escrevem, postam fotografias e, principalmente, repostam material de terceiros. E ficam esperando. Esperando. E esperando...
Esperando o que, mesmo? O CURTIR de outras pessoas. Melhor ainda, o comentário concordante ou elogioso, o repostar da postagem ou repostagem delas. O que é isso que fez, faz e aumenta diariamente a fortuna pessoal (64 bilhões de dólares) de Mark Zuckerberg, o dono do Facebook?
É a insegurança e a necessidade de aprovação e elogio dos seres humanos normais. E a vaidade e até mesmo o narcisismo, em muitos casos. Isso é muito natural. Acontece conosco desde que aprendemos a fazer gracinhas, quando criancinhas, para agradar os adultos.
– Olha só, doutora, ela já sabe dizer mã-mã. Não é uma gracinha?
– Mas, minha senhora, isso é só um gugu-dadá!
– Sim, mas que gugu-dadá mais bonitinho! Ela quer dizer mamãe, eu sei. Não é uma gracinha?
Ou vem o pai orgulhoso:
– Baixa a fralda, filhão! Ele só tem quatro anos, mais um ano e já vai deixar as fraldas. Baixa aí, filhão, mostra pro vizinho o seu

Conclui em www.revistaescrever.com.br  (ROLE A PÁGINA)

terça-feira, 29 de outubro de 2019

Você é ESCRITOR? Gostaria de ser? Quer publicar um livro? Publicou e não tem boas vendas?
Conheça ESCREVER, a primeira revista IMPRESSA brasileira para o escritor profissional e o aprendiz. Técnicas de escrita, segredos de marketing e venda de livros, entrevistas, lançamentos. Conheça o conteúdo, leia os artigos em www.revistaescrever.com.br

terça-feira, 22 de outubro de 2019


Em distribuição esta semana:
REVISTA ESCREVER
Para o escritor profissional e o aprendiz  

Ano 1, No. 2 - SUMÁRIO

Apresentação   3
Palavra do editor  4
No Site: revistaescrever.com.br  6


TEMA: PERSONAGEM
Os personagens em Jorge Amado  7
Quem tem medo do Lobo Mau?   10
(O papel vital do antagonista)

Agenda de eventos  12

Indícios não verbais  13
Você escreve mal? E daí?  19
Suspense, mistério, terror   22
Fernando Pessoa era astrólogo  25
As lavadeiras de Graciliano   26

ENTREVISTA
Jura Arruda – editor  27

DESTAQUE DE CAPA
Letícia Wierzchowski   31
(A escritora gaúcha tem 31 livros
publicados, mas é mais conhecida como
a autora de "A Casa das sete mulheres")

James Heckman  36
(O Nobel de economia afirma e prova:
“Investir em educação infantil é a melhor
estratégia anticrime que existe.”)


MERCADO
Onde estão os leitores?    37
(O desafio do letramento -1)
O fechamento de livrarias – 2   45

Plataforma do escritor-2   49

ÚLTIMA FLOR DO LÁCIO
A voz e o estilo do autor   54

MARKETING DE LIVROS
Venda a si mesmo primeiro   57

Na ESCREVER No 3   62





terça-feira, 17 de setembro de 2019


MAS NÃO O RECONHECERAM
A Parusia:  Como foi volta de Jesus Cristo à Terra
MILTON MACIEL

“Eu acredito na santidade dele e para mim, como padre, não resta a menor dúvida que ele é mesmo Nosso Senhor Jesus Cristo, que voltou à Terra.”

   Vaticano, sede da Congregação Para a Doutrina da Fé, 23 de Maio de 2005. Às 14 horas, quatro homens estão sentados à mesa de reuniões. Sente-se no ar um clima de grande tensão.

Alto, loiro, Padre Kleinubing tem olhos azuis de expressão angustiada sob os óculos sem aro. À direita dele, baixa estatura, pele escura, cabelos crespos grisalhos, calva incipiente, semblante tranquilo, está Padre Cícero Ramon. É o vigário da paróquia de Igarassu, Pernambuco, Brasil, que está proibido de rezar missas e obrigado ao voto de silêncio desde o mês de janeiro.

Do outro lado da mesa, em frente a ele, cenho cerrado, ar de grande preocupação, a autoridade que lhe aplicou as sanções – o cardeal alemão Heinrich Volkmann, prefeito da Congregação Para a Doutrina da Fé, sucessor do Cardeal Ratzinger, desde o mês passado sua Santidade Papa Bento XVI.

Completando o grupo, Padre Leonardi, italiano, assessor de Volkmann. O cardeal foi o primeiro a falar:

– Senhores, como sabem, o assunto de que vamos tratar é da maior gravidade e deve continuar no mais absoluto sigilo. Se chegar ao conhecimento da mídia e do público, as consequências serão imprevisíveis e, certamente, terríveis para nossa Santa Igreja. Por essa razão foi que impus o voto de silêncio a Padre Cícero. Mandei Padre Kleinubing ao Brasil porque ele nasceu lá, domina o idioma. E agora que ele acaba de regressar, trazendo-nos Padre Cícero, peço-lhe que nos apresente suas conclusões.

– Eu estive com Ele, Eminência! Com Ele! E não o reconheci! Pequei por soberba e por racismo, qualidades negativas que tentei em vão esconder de mim mesmo. Nasci em Schröder, Santa Catarina, mas foi na Alemanha que fiz minha carreira eclesiástica e onde o bondoso cardeal Volkmann me conheceu.  Graças a ele, faço parte da Congregação, desde 2001, quando mudei para o Vaticano.  Quando estourou o caso do beato brasileiro, o cardeal me incumbiu de acompanhar as investigações da Cúria Metropolitana do Recife. Foi lá que tive a oportunidade de conhecer o padre Cícero Ramon. E fui visitar o Homem na cadeia, Eminência! O vigário de Igarassu insistia o tempo todo que esse homem era Nosso Senhor Jesus Cristo redivivo! Padre Cícero, por solicitação do Arcebispo de Recife e Olinda, disfarçou-se de homem comum e entrou para o grupo de seguidores do tal beato. Depois de ficar onze meses como peregrino, tendo-se tornado bem próximo do líder, o padre passou a acreditar piamente que aquele homem era mesmo Jesus Cristo que tinha voltado à Terra. A Parusia!

Padre Kleinubing fez um grande esforço para controlar sua emoção e conseguiu prosseguir:

- Quando Padre Cícero começou a falar isso em público e o assunto chegou à Congregação, nós o mandamos silenciar imediatamente. Quando cheguei ao Recife, quase Natal de 2004, coincidiu de o Homem e seu grupo chegarem lá também. Mas ele foi logo preso e ficou detido numa delegacia de Polícia. Padre Cícero Ramon ficou desesperado e me suplicou para usar minha posição de membro do Vaticano para pressionar o arcebispo, de forma que a Igreja Católica se empenhasse na libertação do homem. Eu disse que só o faria depois de entrevistar o tal beato na cadeia e me convencer que ele era efetivamente Jesus Cristo. Antes disso, ouvi o relato do padre e confesso que fiquei bastante impressionado. Então a Cúria me forneceu o dossiê completo da investigação, também algo bem surpreendente. Vejam, eu trouxe uma cópia de tudo comigo. Deixem que eu lhes leia o trecho mais importante:

“Cúria Metropolitana da Arquidiocese de Recife e Olinda, 21 de Janeiro de 2005. Caso Severino de Maria Zacarias, tido como beato por pessoas do povo nordestino. Nascido em 8/2/1971, na Serra da Costela, limites da Paraíba, em Jacarará, município de Poções, Pernambuco. Dos pais não há registro senão dos prenomes: um certo Zacarias, retirante e carpinteiro. E uma tal Maria de Zacarias, lavradora.

Tipo físico: mulato, 1,80 m, cabelo sarará, usa óculos. Não usa barba. Vestimentas: usa sempre uma túnica similar a uma batina, de cor branca, sandálias e chapéu de couro. Teve estudos: graduação e mestrado em Ciências Sociais na Universidade Federal de Pernambuco. Era professor adjunto quando, aos 30 anos, abandonou tudo e começou uma longa marcha a pé, de mais de 2000 quilômetros, partindo do Recife com meia dúzia de pessoas, entre elas uma estudante de pós-graduação de Letras, Maria Milena, que consta ser sua mulher, fora dos sagrados laços do matrimônio, porém.”

A longa jornada estendeu-se por três anos e no percurso esse homem foi fazendo pregações doutrinárias subversivas, voltadas contra as instituições e contra nossa Santa Igreja, uma série de blasfêmias e heresias. Leia-se, por exemplo, à pagina 27 deste relatório, um trecho de um dos documentos que foi apreendido com o homem:

“De noite tu vives na tua palhoça,/ de dia na roça de enxada na mão. / Julgando que Deus é um Pai vingativo, / não vês o motivo da tua opressão. / Tu és nesta vida um fiel penitente, / um pobre inocente no banco dos réus. / Caboclo, não guarda contigo essa crença, / a tua sentença não parte do Céus.”

“Consta que o texto, evidentemente subversivo, é de um certo Antônio Gonçalves da Silva, vulgo Patativa do Assaré, felizmente para nós já falecido e sobre o qual não temos maiores informações. O fato é que, com o passar do tempo e da peregrinação, esse falso profeta começou a arregimentar seguidores, pessoas simples e ignorantes, que passaram a ver nele uma espécie de santo ou profeta.

Temos inclusive o testemunho de um padre da nossa Igreja, ao qual o Cardeal Arcebispo de Recife e Olinda determinou que, disfarçado, aderisse a esse bando para saber quem era aquele homem misterioso. Ele, ao cabo de três anos de pregação, já tinha mais de mil seguidores diretos na jornada, fora as multidões que deixou afetadas em todos os lugares por que passou, em Pernambuco, Ceará, Paraíba, Alagoas e Bahia.”

“Declaração do Padre Cícero Romão, da paróquia de Igarassu, Pernambuco, em depoimento à Polícia Civil desse Estado, quando foi obrigado a falar. Nos recintos da Santa Igreja ele está impedido de fazê-lo, porque, por ordem de sua Eminência, o Cardeal Volkmann, da Congregação Para a Doutrina da Fé, esse padre está atualmente proibido de rezar missas e colocado sob voto de silêncio.  Diz o padre:

“Estou convencido da santidade desse homem. Eu, pessoalmente, acompanhando-o pelo sertão da Paraíba e de Pernambuco nestes últimos onze meses, junto com seus fiéis, o vi realizar prodígios e milagres. Ele curava doentes, abençoava lavouras, fazia partos difíceis de animais nas propriedades pobres, ajudava com seus homens nas colheitas. E, mais de uma vez, quando a fome era muito grande para todos, ele alimentou todo mundo com um pouco de jerimum ou macaxeira e um naco de carne seca, que ia multiplicando. E ele podia, quando imprescindível, transformar água em mel-de-engenho e rapadura. Seus homens e ele mesmo cortavam cana na safra, para ganhar algum dinheiro. Mas, pela filosofia do líder, tudo que cada um ganhasse tinha que juntar ao fundo comum, para justa divisão. Eu acredito na santidade dele e para mim, como padre, não resta a menor dúvida que ele é mesmo Nosso Senhor Jesus Cristo, que voltou à Terra.”

 Era assim que viviam, num típico modelo comunista, subversivo. Saiu o visionário do Recife, há coisa de uns três anos, com meia dúzia de pessoas e retornou com mais de mil a segui-lo. Isso, por si só, já caracterizava um indivíduo politicamente perigoso, os órgãos de segurança do governo e do exército estavam de olho nele, acompanhando sua marcha à medida que ele se aproximava do Recife.”

“Chegaram nesta capital no dia 23 de Dezembro. Deixando a quase totalidade do grupo em Paulista, o líder do movimento entrou em Recife com apenas 48 homens e mulheres. Foram direto para a catedral metropolitana e promoveram um comício em frente a ela, onde o perigoso indivíduo falou por cerca de duas horas contra nossa Santa Madre Igreja (e contra o Santo Padre!), acusando-a de falsa herdeira de Jesus Cristo. Depois uma parte desses 48 indivíduos entrou no maior Shopping Center da cidade e organizou outra prédica, desta vez contra o sistema industrial, comercial e financeiro do Brasil. A polícia militar foi chamada e daí resultou o maior quebra-quebra. Os PMs prenderam todos os baderneiros que não conseguiram fugir.”

Já o indivíduo Severino foi preso pela Polícia Civil em frente à catedral mesmo e levado para uma delegacia, onde consta ter sido barbaramente espancado, por ter desacatado o delegado e todos os policiais. Chamou-os de desonestos, venais e assassinos. Depois de espancado, ele foi levado à presença do próprio Secretário de Segurança, Dr. Ponciano P. Lattes, na Secretaria. Este o interrogou pacientemente, mas o homem não colaborava. Seus seguidores todos, assim como o padre já referido, afirmam que ele é Jesus Cristo que voltou à Terra.

Quando o Secretário perguntava se ele era Jesus, ele respondia sempre: “O meu nome é Severino, não tenho outro de pia.” E mais do que isso recusou-se a falar. O Secretário devolveu-o então à delegacia do Dr. Caio Fass, onde, testemunhas afirmam, o prisioneiro foi de novo submetido a outro “corretivo”, incluindo pau-de-arara e choque elétrico. Mas manteve-se mudo.

Temos um relato confiável, depoimento às pgs. 37 a 49 deste dossiê, feito por Genésio de Almeida, escrivão da mesma delegacia e testemunha ocular de todos os fatos ocorridos naquelas dependências. Relatou o referido escrivão que o Dr. Caio Fass perdeu o controle quando o interrogado o chamou de ladrão e assassino. E mencionou, na ordem certa e com as datas corretas, todas as negociatas feitas pelo delegado em concorrências públicas, armadas ali mesmo na delegacia.

Mencionou desvios de cocaína apreendida e os dois assassinatos ordenados pelo delegado em Novembro passado. Diz a testemunha que, ao fazer tais afirmações, o homem praticamente assinou sua sentença de morte. Era como se ele estivesse querendo se fazer matar. Diz textualmente o escrivão: “Naquela noite, eu mesmo ajudei o carcereiro a esvaziar uma cela lá dos fundos, deixando ali só dois presos, por ordem expressa do delegado. Na hora eu entendi que aqueles também estavam condenados, pois eram traficantes da facção rival à do delegado. E foi dito e feito.”

No outro dia, quando o Sr. Almeida chegou à delegacia, viu que todos os três presos tinham sido metralhados juntos. Os corpos seriam removidos em seguida, estavam esperando o rabecão. Mas o corpo do indivíduo Severino desapareceu da cela na frente de todos. E reapareceu caminhando em direção à porta de saída, com sua túnica toda branca, sem uma só mancha de sangue, mas com 22 perfurações de bala.

“Isso se deu justamente na hora em que o delegado Caio Fass vinha chegando. Este lhe deu voz de prisão e, não atendido, descarregou no homem os seis tiros do seu revólver 38. Nada aconteceu ao homem, foi como se as balas tivessem passado através dele, mas morreram na hora a faxineira Honorina e o escrivão Horácio. Isso acabou com a carreira do delegado, que foi processado, exonerado e hoje está internado numa clínica psiquiátrica.”

Isso encerrava a leitura do dossiê. Todos esperaram, respeitosamente, até que padre Kleinubing enxugasse as lágrimas. Ele então continuou:

– Sabe, Padre Leonardi, eu fui visitá-lo na delegacia no mesmo dia de sua prisão, pressionado por Padre Cícero. Fiquei sozinho numa cela com ele, que já estava bem machucado pela violência dos policiais. Perguntei como podíamos ajudá-lo. Ele simplesmente riu de mim: “A sua Igreja?! Ora, padre, volte para o seu Vaticano, deixe-me terminar minha missão em paz.”

Ainda assim insisti e lhe perguntei:

– O seu nome é Jesus? – ao que ele respondeu simplesmente:

O meu nome é Severino, não tenho outro de pia  – e isso me fez desistir de ajudá-lo. Ele deitou em mim então um olhar como eu nunca tinha visto num ser humano: Um olhar que era pura compaixão, puro amor, como se estivesse me perdoando por minha indiferença. E por meu preconceito.  Fiquei abalado, porém eu já tinha formado um juízo preconcebido sobre ele. Afinal eu estava em frente a um NEGRO, um mulato escuro, alto e magro, sem barba, mas com um cabelo estilo black power enorme e um par de óculos redondos. Eu... eu preciso confessar que o meu racismo ancestral falou mais alto, era óbvio que eu não queria aceitar um Jesus Cristo com aquela aparência, para mim estranha. Contudo, para minha grande infelicidade hoje, ele era mesmo Jesus Cristo! Todas as investigações levadas a efeito depois de sua morte o confirmaram. Como o cardeal já sabe, hoje não temos mais nenhuma dúvida: Ele era mesmo Nosso Senhor! E eu não o reconheci e não o ajudei, tendo estado a menos de um metro dele. Ah, padre, como o orgulho e a soberba podem perder um pecador!

Foi só então que Padre Cícero Ramon disse algo:

– Sim, ele veio, “mas não o reconheceram, antes fizeram com ele tudo o que fizeram.”

 Padre Leonardi interveio:

– Mas o que significa isso afinal? Que disparate é esse?
  
Ao que o cardeal replicou simplesmente:

– Significa que aquele homem era mesmo nosso amado Mestre Jesus. E, mais uma vez, nós não o reconhecemos e, antes, fizemos com ele tudo o que fizemos. Esse é o mais doloroso segredo que tenho carregado sozinho nestes últimos dias, desde que a investigação que fizemos no Brasil comprovou, sem a menor dúvida, a identidade do homem assassinado na delegacia: era Jesus, que cumprindo a Parusia, voltou a nós.

– Mas, Cardeal, como pode ele ser o Cristo, se falou coisas terríveis contra a própria Igreja dele?

– Contra a NOSSA Igreja, Leonardi! A nossa Igreja, que há muitos séculos deixou de ser a Igreja Dele. Foi isso que ele veio nos dizer. Lamentavelmente, quando o descobrimos, já era tarde demais. Ele se foi outra vez, não somos dignos de sua presença.

   Padre Leonardi deixou-se desabar no sofá quase sem respiração, tinha os olhos esbugalhados num gesto de puro pânico, a cabeça quase explodindo de dor.

    Então o cardeal Volkmann, bastante emocionado, dirigiu-se diretamente ao vigário de Igarassu e o que disse deixou Padre Leonardi ainda mais atônito e Padre Kleinubing feliz:

–Apostate, meu filho. Apostate. Eu lhe suplico, leve sua pregação cristã renovada para fora de nossa Igreja. Torne-se um apóstata, eu lhe darei todo o apoio possível, de forma velada. Mas não fique mais nesta Igreja, lidere o movimento que vai resultar na nova Igreja Cristã, pois a força de Nosso Senhor já se faz sentir e dos, já hoje, milhares de seguidores que ele deixou, discípulos partem agora mesmo para conquistar o mundo. Mas eu lhe suplico: Dê-me tempo para ir preparando a transição, mantendo por enquanto a Igreja Católica ainda unida, até chegar a hora de entregá-la ao sucessor de Bento XVI, para as graves definições finais, quando sua Igreja haverá de redimir o que de bom tiver sobrado da nossa. Agora vá, meu filho, nós lhe seremos eternamente gratos. O senhor é um privilegiado, Padre Cícero, conviveu meses a fio com Nosso Senhor. O que eu não teria dado para merecer tal oportunidade e tal honra!...

Padre Cícero sertanejo, sacerdote por vocação, seguidor, discípulo e agora o primeiro apóstolo de Nosso Senhor Severino Zacarias, entendeu que aquele era o fim de sua presença no Vaticano e em sua Igreja.

Saiu à rua andando com serenidade. Sim, caminhava em direção ao futuro, trabalharia em favor das duas Igrejas, da nova e da velha, faria o que suas forças permitissem para deixar que o cardeal Ratzinger exercesse o seu papado sem que fosse perturbado. Já era demais a dor do segredo que, certamente, o cardeal Volkmann, mais cedo ou mais tarde, lhe haveria de colocar sobre os alquebrados ombros quase octogenários. E o dia que o fizesse... 

(Extraído de CONTOS VATICANOS – Milton Maciel - IDEL, São Paulo, 220 pg,  2013)


quarta-feira, 12 de junho de 2019

AS PESSOAS SÃO CONTAGIOSAS - 1: O CHATO
MILTON MACIEL

Pessoas, como os vírus e as bactérias, são altamente contagiosas. Se você ficar algum – não necessariamente muito – tempo exposto a certo tipo de gente, é absolutamente certo que você vai adoecer. Vejamos alguns exemplos: o Chato, o Crítico, o Tadinho, o Parasita, o Fanático, o Manipulador. Vamos começar com os mais fáceis de identificar, depois passamos aos mais ocultos e dissimulados, justamente aqueles que originam e espalham as piores epidemias. E acabamos com um que está tão escondido, mas tão escondido, que vive dentro de você.

Podemos dar a partida com o CHATO. Esse é um foco facilmente identificável e, depois de um certo tempo de atuação, todos tratam de se afastar dele o mais que podem. Mas acontece que nem todos podem. O Chato pode ser seu pai, seu irmão, sua filha, seu chefe, seu cônjuge, seu/sua colega de escritório. Nesse caso, você está exposto a doses diárias inevitáveis de chatice crônica concentrada, o que faz de você uma vítima potencial de alto risco.

O Chato acaba com o seu bom humor, a sua alegria de viver e trabalhar, é movido a picuinhas e pensamentos derrotistas. E é insistente como ninguém: nunca se cansa de ser chato! A praga da chatice, que ele propaga, é muito desagradável. Mas há chatos especializados, pessoas ainda mais contagiosas.

Vejamos o CRÍTICO, por exemplo. Esclareço que não falo aqui da pessoa que tem a profissão de crítico, avaliador de alguma coisa ou atividade humana. Falo do ser humano de temperamento hiper-crítico. Ah, agora temos aqui uma pessoa de mal com a vida e com o mundo, que ele vê com óculos de fundo de garrafa e lupa de detetive. Ambos de cor cinza-chumbo. O crítico é brevetado na arte de ver defeitos. Tudo para ele está errado, falho, incompleto. Tudo e TODOS, literalmente. O Crítico lembra um promotor que pudesse ter TPM, pedra no rim e úlcera gástrica, tudo ao mesmo tempo. Sempre ligado e atento, encontra perucas inteiras em um só ovo e tem um temperamento excelsamente sombrio.

Se você tem a infelicidade de estar frequentemente exposto um(a) crítico(a), você está condenado a adoecer seriamente. Essa criatura das sombras vai fazer o possível e o impossível para botar você para baixo, tão baixo quanto possível, no afã de atraí-lo para o nível amargurado em que ele vegeta. Nada do que você faz é bom o bastante, você é um candidato garantido ao fracasso, é inútil continuar se esforçando para acertar ou melhorar, é melhor que você pare e desista logo. E, quanto melhor você for, mais agudamente o(a) crítico(a) agirá sobre você com seu processo infeccioso, tratando de solapar-lhe a vitalidade e os êxitos já alcançados. Cuidado! O Crítico é altamente contagioso e o medicamento eficaz contra sua infecção é AUTO-CONFIANÇA, também receitado com o nome genérico de Amor-próprio.

Em resumo, o Crítico é um Chato que se especializou em fazer do mundo o lugar mais sombrio possível e dos seus habitantes uns míseros fracassados. Ou seja, já que ele não consegue, não realiza, não alcança, então você também não pode ousar.

Na sequência, vamos ter muitos outros tipos para examinar: o TADINHO (aquele que quer fazer você de penico do seu sofrimento e martírio eternos), o FANÁTICO (aquele da Bíblia de sovaco, que é o Chato que pega pagão a tapa), o PARASITA (aquele que acampa na sua vida e garante para si sustento e proteção perenes), o MANIPULADOR (insidiosíssimo tipo, que transforma você em marionete dele e você ainda se mata dando razão ao tipo). E outros mais, como veremos.

Contudo, o pior de todos é o criador da doença AUTO-IMUNE. Sim, porque, nesse caso, o criador do foco infeccioso maléfico É VOCÊ MESMO. Vamos ter que gastar um bocado de tinta escrevendo sobre isso!

Por hoje já chega. Mas procure estar alerta, trate de ser mais observador. Em algum lugar muito perto de você pode haver alguém sugando sua vida, sua grana, sua energia, sua amizade, sua boa-fé, seu entusiasmo, sua alegria, sua saúde. É, amigo(a): PESSOAS SÃO ALTAMENTE CONTAGIOSAS.

Ainda bem que existem algumas cujo contágio é benéfico, são boas bactérias com as quais podemos viver em simbiose, pois elas melhoram nossa vida. Há vários tipos também. Felizmente.

CONTINUA...

quinta-feira, 9 de maio de 2019


REVISTA ESCREVER No. 1Maio, 2019                   
Lançamento, disponibilidade e assinaturas

Prezados colegas escritores, professores e aprendizes de escrita; e todos os demais players da cadeia do livro e da cultura:

Nesta segunda-feira, dia 13 de maio, está sendo lançada nacionalmente em São Paulo a Revista ESCREVER, em edição impressa com 64 páginas em cores sobre papel couchê, com tiragem mensal.

A primeira revista destinada especificamente a essa faixa de leitores comprometidos com o mundo do livro é uma joint venture entre nossa editora no Brasil e parceiros portugueses; e tem acordos editoriais com autores, instrutores e revistas similares de outros países.

Na revista de maio/2019, você encontrará:

 
Apresentação
Palavra do editor
Sumário
TEMA DA EDIÇÃO: DIÁLOGO
            1) O personagem é o dialogo
            2) A comunicação oculta:
                        Subtexto. Silêncio.
Diálogo interno.
Comunicação verbal
ENTREVISTAS
Mary del Priore – Historiadora e autora de 51 livros de sucesso
Marcos Pedri – Diretor comercial do Grupo Livrarias Curitiba
Cássia Carrenho – diretora da LAB PUB, empresa de EAD com foco no mercado editorial
ARTIGOS
Ficção ou não ficção: quem paga as contas?
O fechamento de livrarias
Tudo o que precede a publicação
Plataforma do escritor
O que faz uma editora?
Machado de Assis era negro
O ovo do cuco (ou: Das delícias de escrever romance histórico)
Você é um planejador ou um intuitivo (um plotter ou um pantser)?
A psicologia da construção de mundo na ficção (de “The Writer”)
11 anos de Kindle: como vai o eBook?
SEÇÕES
Escrever.com: As matérias da revista impressa têm continuidade no site
Última flor do Lácio: Metáfora – Direito ou dever do escritor?
Agenda de eventos: Feiras, festas e bienais do livro em 2019
Marketing livreiro: Vender é que são elas!
Dica da redação: O Jornal Rascunho de maio
No próximo número de ESCREVER
Lançamentos
Ensino:
É possível ensinar alguém a escrever bem?
            Cursos para escritores

Uma explicação importante

Embora seja o editor responsável, não sou o dono exclusivo da revista. Nossos sócios portugueses não autorizam doações de exemplares, abrindo exceção exclusivamente para bibliotecas públicas.

A partir de 15 de maio a revista irá chegar às livrarias e bancas de revista do país, com o preço de capa de 18 reais. Caso sua livraria ou banca não a tenha recebido ainda, avise-nos pelo e-mail delphos09@yahoo.com e nós lhe indicaremos onde obtê-la.

Para assinantes o preço é de 12 reais apenas, com a comodidade de receber a revista em casa, sem gastar com estacionamento e garantindo prioridade por 6 meses. A assinatura é semestral e o valor é de 72 reais. Se você tiver interesse na assinatura, deve entrar em contato com T. Riechelmann, pelo e-mail delphos09@yahoo.comdelphos09@yahoo.com , para garantir sua reserva. Pagamentos podem ser feitos por cartão de crédito, débito, boleto ou depósito bancário. A partir do dia 15/05 as assinaturas poderão ser feitas diretamente no site www.revistaescrever.com , mas é altamente recomendável reservar antes por e-mail.

As revistas serão disponibilizadas nas livrarias e bancas e o site tornado acessível para leitura e assinaturas só a partir de 12 hs do dia 15 de maio.

Milton Maciel
Editor responsável
IDEL EDITORA
Revista ESCREVER
www.revistaescrever.com 
WhatsApp 47 9 9268 8610 – RevEscrever (Vivo)






terça-feira, 30 de abril de 2019

Revista ESCREVER
MILTON MACIEL

Lançamento nacional em 13 de maio. Informações e assinaturas: delphos09@yahoo.com

quarta-feira, 17 de abril de 2019

REVISTA ESCREVER
MILTON MACIEL

Vem aí, em maio, a Revista ESCREVER, a primeira publicação IMPRESSA periódica no Brasil destinada especificamente a escritores e aspirantes a escritores. E aos demais players envolvidos na cadeia do livro impresso e do e-book.

ESCREVER é um empreendimento da IDEL Editora, de São Paulo, em joint venture com parceiros portugueses. A editoria e redação final ficaram a cargo do escritor e editor brasileiro MILTON MACIEL.

A revista, com 60 páginas impressas em cores sobre papel couché,  chegará às livrarias e bancas mais importantes do país a partir de 13 de maio, ao preço de capa de 15 reais. (Pedidos e informações: delphos09@yahoo.com )

ESCREVER não é uma revista literária, é uma revista didática e de informação, nos mesmos moldes das congêneres norteamericanas Writer's Digest, The Writer, Writer's Forum, Writer's Journal, Poets and Writers e outras publicações com as quais temos acordos editoriais.

Assim, em nossas páginas aparecerão artigos de autores americanos e, nas de revistas deles, artigos nossos, de autores brasileiros. A primeira autora norteamericana publicada em ESCREVER é a novaiorquina GABRIELA PEREIRA, titular do sistema de ensino para escritores DIYMFA (Do It Yourself Master of Fine Arts), que se torna assim nossa colunista constante. Seu artigo "A psicologia da construção de mundo" (em tradução brasileira de J. Riechelmann) foi originalmente publicado na revista The Writer.

Para dar uma ideia do nosso atraso no tempo, a pioneira norteamericana The Writer teve seu primeiro número publicado em 1887 e está há 132 anos ininterruptos no mercado. A segunda, Writer's Digest, completa 100 anos no ano que vem. Já nós estamos partindo apenas para o nosso primeiro número no Brasil!

No edição de maio temos entrevistas com a historiadora e escritora MARY DEL PRIORE, com MARCOS PEDRI, diretor comercial do Grupo Livrarias Curitiba e com CASSIA CARRENHO, diretora do LAB PUB, de São Paulo, uma escola de EaD para o mercado livreiro.

E muito material de aprendizagem para os leitores, igualmente dividido em temas de Escrita Criativa e de publicação, marketing e comercialização de livros. Para nós, em ESCREVER, ensinar os caminhos para a publicação e a venda parece muito mais crucial e útil para os escritores do que restringirmos nossos esforços apenas ao aperfeiçoamento de escrita, embora tenhamos sempre um grande investimento nesta etapa da formação do escritor profissional. A matéria de fundo deste primeiro número é DIÁLOGO. Veja alguns dos temas na capa: